terça-feira, 15 de novembro de 2011

RESGATE: Obra da Estação de Conde de Araruama já está quase pronta

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Já está em fase final mais uma obra de revitalização da história e da cultura da cidade: a Estação Ferroviária de Conde de Araruama, de 1875. O trabalho inclui a restauração, a manutenção e a conservação do bem e do Armazém Ribeiro e Filhos (1879), com todas as modificações realizadas em consenso entre a Fundação Municipal de Cultura e Lazer, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN e a empresa responsável pela obra. No momento está sendo aguardada a liberação para o início do estudo arqueológico local, em prazo máximo de 10 dias. A proposta é equipar todo o espaço no começo de 2012, quando também será realizada a inauguração, prevista ainda para o primeiro semestre.

De acordo com a presidente da Fundação de Cultura e Lazer, Rossana Vieira, a obra da Estação já está bem adiantada e será entregue até o fim deste mês e que a equipe está aguardando a liberação do IPHAN para iniciar o estudo de arqueologia através da escavação no entorno do patrimônio. “Todos os resquícios de obras durante este período são muito importante, para que possamos identificar o período das peças encontradas, pois tudo vai virar um acervo ferroviário. Pretendemos firmar outro convênio com o IPHAN para restaurar o entorno, revitalizando as casas e o galpão, através do tratamento de cupim, entre outros aspectos”, explica Rossana.

Em julho de 2010 o superintendente do IPHAN no Rio de Janeiro, Carlos Fernando Andrade, visitou Quissamã, especialmente a área onde está sendo realizado o trabalho de restauração, para acertar todos os detalhes com o prefeito Armando Carneiro e a presidente da Fundação Municipal de Cultura e Lazer, Rossana Vieira. O convênio acertado foi no valor de R$ 600 mil, sendo que 80% dos recursos ficou por responsabilidade do Governo Federal, e 20% de investimento por conta da Prefeitura para o total da obra.

A arquiteta da Fundação de Cultura e Lazer de Quissamã, Mariana Barcelos, explica que a Estação, que se encontrava em processo de arruinamento, está em fase final de restauração e que na execução da obra foi mantido o mesmo partido estilístico e arquitetônico, apesar do espaço interno ter sido adaptado para comportar futuramente um acervo ferroviário acompanhado de um café. “Para a obra se tornar devidamente acessível, foi feito uma alteração na planta aprovada, acrescentando uma passarela na frente da porta principal, que fora deslocada. Foram feitas modificações nos banheiros e, consequentemente, na cozinha, por estar ao lado. O mezanino, que fica acima destas áreas, e que anteriormente servia de depósito para a caixa d’ água, também será aproveitado, após o reforço estrutural que recebeu, e será utilizado como área administrativa, onde o responsável terá plena visão do espaço”, explicou a arquiteta.
Durante a obra foi realizada uma oficina de argamassas e estuques antigos, ministrada por técnicos do IPHAN aos operários envolvidos, com intuito de aprimorar o resultado final. A qualidade e o traço certo dos materiais utilizados numa restauração são de suma importância e garantem a durabilidade do bem. Com a retirada do emboço degradado, foram encontrados indícios de novos vãos, através de vergas de madeiras escondidas: com isso, foram providenciadas novas portas para o local.

Antes de ser iniciada a obra do Armazém Ribeiro e Filhos, o prédio apresentava afundamento no chão, revestido com ladrilho hidráulico, devido às infiltrações causadas pelos problemas na cobertura, mas que hoje em dia já foram sanados. O ladrilho hidráulico, foi totalmente retirado para que pudesse ser feito novo contrapiso, nivelando o chão. Algumas peças foram reaproveitadas e instaladas na parte da frente do espaço, e para o restante da área foram utilizadas peças reproduzidas. Este local será utilizado tanto pelos moradores do bairro de Conde de Araruama quanto pelos demais visitantes, quando houver oficinas, seminários, entre outras atividades culturais.
Histórico – Com a fundação do Engenho Central de Quissamã, em 1877, foi construída uma estrada de ferro particular de 36 km de extensão, denominada Conde de Araruama. O objetivo era promover o transporte de cargas e de passageiros, com ramificações nas propriedades açucareiras. Entre as fazendas atendidas, estavam Mandiquera, Machadinha, São Miguel e Santa Francisca, entre outras.

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