quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Manutenção das árvores de Belém é discutida no Consemma

Da Redação - Agência Belém de Notícias - 07/12/2016 15:07

  • / PREVENÇÃO / 07/12/2016 15:07

    Além da Semma, fazem parte do conselho órgãos como a Sesan, Embrapa, Semas, CREA-PA, OAB-PA, Fiepa, ACP-PA, Instituto Peabiru, Instituto Internacional de Educação do Brasil (IIEB), entre outros


O serviço de manutenção das árvores que vem sendo realizado pela Prefeitura de Belém, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), foi apresentado durante reunião do Conselho de Municipal de Meio Ambiente de Belém (Consemma), na terça-feira, 06. O encontro aconteceu na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 
Os serviços de manutenção das árvores da capital paraense são realizados durante todo o ano, porém, uma ação especial está realizada para evitar quedas de vegetais no período chuvoso.
“Temos uma demanda diária de solicitações de poda de árvores em Belém. Hoje contamos com mais de 50 pessoas trabalhando no setor operacional na manutenção de árvores, com veículos e equipamentos, além das nossas equipes técnicas formadas por engenheiros agrônomos e florestais. Todo o trabalho foi apresentado para os conselheiros, para que eles possam tomar conhecimento das ações realizadas pela Semma”, detalha o titular da Semma, Deryck Martins. 
As manutenções das árvores da cidade são realizadas de acordo com o Manual de Orientação Técnica da Arborização Urbana de Belém, instituído em 2013. No material, é possível ter diretrizes e orientações das espécies adequadas para a arborização de Belém, além dos serviços de manutenção. 
“As podas mais utilizadas nos vegetais das vias públicas de Belém são o levantamento da copa, onde são eliminados ramos que estejam atrapalhando a iluminação pública e passagem de pedestres; a de limpeza para a retirada de galhos comprometidos e de parasitas, como a erva-de-passarinho; poda de correção, que elimina galhos que estejam em desarmonia com a forma natural da árvore e as podas de rebaixamento de copa, que é utilizada para reduzir a altura do vegetal”, explica o diretor do Departamento de Áreas Verdes Públicas (DAVP) da Semma, o engenheiro agrônomo Paulo Porto. 
Ele acrescenta que, em alguns casos, é necessário fazer a poda de regeneração, mais conhecida como poda drástica. “Esse tipo de poda é feito com a finalidade de dar uma renovação integral para o vegetal e só é utilizado quando a árvore está atacada por parasitas, galhos secos e nas muito altas. Logo no início, os vegetais ficam bastante desfolhados, mas em cerca de seis meses eles já estarão se regenerando. E esse trabalho está sendo feito porque ao longo dos anos muitas receberam podas de forma irregular”, completa.
A Semma é responsável por fazer qualquer interferência nas árvores que estejam em vias públicas. Antes de realizar o serviço, uma equipe técnica faz a avaliação. “Em média, recebemos 250 pedidos de manutenção ou vistoria de árvores em via pública. Os engenheiros primeiro vão até o local e identificam qual serviço é necessário. Paralelo às solicitações dos munícipes, nossa equipe também realiza essas vitorias e executa os serviços. Desde o mês de novembro estamos realizando uma operação especial que antecede o período chuvoso e, em alguns casos, está sendo necessário fazer a poda de regeneração”, relata Paulo Porto. 
As mangueiras centenárias, cuja maioria está localizada na Avenida Nazaré, Presidente Vargas e Gentil Bittencourt, recebem vistorias e manutenção frequentes. 
“As nossas mangueiras durante muito tempo foram podadas de forma inadequada em função do crescimento da verticalização, que se deu na área mais arborizada, incluindo também as fiações, e com isso elas foram podadas apenas para um lado. Por outro lado as árvores estão com ervas-de-passarinho que é um parasita. Então é necessário limpar essas ervas e ao mesmo tempo tentar reequilibrar a copa. Isso significa muitas vezes rebaixar a árvore para que ela volte a formar uma copa gradativamente, melhor estruturada”, explica a professora da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Heliana Brasil, que é uma das autoras do Manual de Orientação Técnica da Arborização Urbana de Belém. 
O membro do Consemma, Dilson Frazão, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Pará (Faepa), também se manifestou sobre as mangueiras da capital paraense. “Essas árvores são uma herança de Antônio Lemos e muitas já são centenárias. Esse trabalho de poda de árvores é uma grande batalha e muitas vezes falta sensibilidade da população em entender que é necessário fazer o desligamento de energia e interdição do trânsito. A população precisa entender que as mangueiras são símbolos importantes para a nossa cidade, mas que elas nascem, crescem e morrem, pois são seres vivos. O trabalho para prolongar a vida delas é feito, mas uma hora elas vão morrer”, afirma.
Já o estudante João Barros, que passa com frequência pela Avenida Gentil Bittencourt, aprovou os serviços de manutenção das árvores. “Às vezes eu preciso ir para parada de ônibus à noite e a rua fica muito escura. Desde a última semana percebi que as árvores foram podadas e a rua está mais clara. As mangueiras são símbolo da nossa cidade e é bom ver que elas estão recebendo cuidados”. 
Além da Semma, estiveram presentes à reunião conselheiros representantes da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), Embrapa, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (CREA-PA), OAB Ordem dos Advogados do Brasil- Seção Pará (OAB-PA), Federação das Industrias do Pará (Fiepa), Associação Comercial do Pará (ACP-PA), Instituto Peabiru, Instituto Internacional de Educação do Brasil (IIEB), entre outros.
Queda de árvores
Em 2016, cerca de 70 árvores que estavam em via pública tombaram em Belém - incluindo os distritos de Mosqueiro, Outeiro e Icoaraci. Dessas, mais de 30 foram “Ficus benjamina", que de acordo com a Lei Nº 8.596, de 25 de Junho de 2007, tem o plantio proibido. A espécie é inadequada para a arborização urbana devido à baixa resistência a ventos fortes e também porque as raízes dessa espécie provocam danos às calçadas, tubulações e construções.
“Temos que levar em consideração que muitas árvores caem por sofrerem interferência, como é o caso de corte da raiz para reformarem calçadas ou vazamento de água. Com isso, o vegetal fica desestabilizado e com as chuvas, acompanhadas de fortes ventos, a árvore pode tombar”, observa o diretor do DAVP.  
Para evitar os riscos de queda, a Semma está realizando uma operação especial. “Com a chegada do inverno amazônico o problema de queda de árvore ou de galhos aumenta. Então, com esse tipo de poda conseguimos reduzir a altura e peso das árvores, principalmente das mangueiras, que estão no centro de Belém. Com esse trabalho preventivo estamos reduzindo esses riscos. As árvores têm uma interferência muito grande do meio urbano, devido às construções, passagem de veículos, construção de calçadas, então é fundamental realizar esse trabalho que muitas vezes é questionado pela população que não tem um conhecimento técnico”.
Solicitação de podas e vistorias
Belém, incluindo os distritos de Mosqueiro, Outeiro e Icoaraci, tem cerca de 120 mil árvores. Dessas, mais de 12 mil são mangueiras, sendo cerca de 1.200 já centenárias.
As solicitações de poda e vistoria de árvores que estejam em via pública devem ser feitas no protocolo da Semma, localizada na Travessa Quintino Bocaiúva, Nº 2078, ou através do site www.belem.pa.gov.br/semma. 


Texto: Ana Paula Azevedo
Foto: Tássia Barros - Comus
Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA)

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