domingo, 16 de julho de 2017

Começa plebiscito da oposição na Venezuela

AFP / JUAN BARRETOVenezuelanos aguardam para votar em plebiscito da oposição
As urnas para o plebiscito simbólico organizado pela oposição venezuelana contra o presidente Nicolás Maduro abriram neste domingo às 07H00 (8h00 de Brasília), informou a coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD).
Antes da hora de início, dezenas de pessoas faziam fila em bairros de Caracas como Chacaito e Los Palos Grandes, onde foram instaladas tendas e mesas com os seus respectivos delegados e voluntários, muitos vestidos de branco, de acordo com jornalistas da AFP.
O evento, para o qual foram instaladas 14.300 mesas de votação em todo o país, vai durar até 20h00 GMT (17h00 de Brasília).
Com esta consulta, que não é vinculativa em razão da ausência de aval do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a oposição procura expressar sua rejeição a Maduro e a uma Assembleia Constituinte convocada pelo presidente.
Líderes da oposição esperam a participação de 11 milhões de pessoas e, desta forma, aumentar a pressão para derrubar Maduro, cujo mandato vai até janeiro de 2019.
"Marcará um antes e um depois na luta para recuperar a democracia na Venezuela", declarou Julio Borges, chefe do Parlamento, de maioria opositora.
Maduro considera o plebiscito ilegal, defendendo que apenas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) pode realizar processos desse tipo.
Em paralelo, o CNE fará no domingo um simulacro da votação da Constituinte. Seus 545 membros serão eleitos em 30 de julho. A oposição considera a consulta uma "provocação".
De acordo com uma pesquisa, 70% dos venezuelanos rejeita a Assembleia Constituinte.
Mas, numa atitude mais serena em comparação à adotada nos últimos dias, Maduro pediu no sábado que os venezuelanos participassem de ambos os eventos "pacificamente, com respeito às ideias dos outros, sem qualquer incidente".
"A paz é o que eu peço", disse o líder socialista.
O plebiscito é realizado em meio a uma onda de protestos em repúdio ao governo que completou três meses e meio neste sábado. O saldo dessa escalada da violência é 95 mortos.
As manifestações exigem a saída de Maduro do poder e renegam a Constituinte, "única via" - segundo o presidente - para restabelecer a paz e reativar a economia do país.
Maduro se diz vítima de uma tentativa de golpe de Estado apoiado por Washington e de uma guerra econômica que leva à escassez de bens básicos e a uma voraz inflação
Cinco ex-presidentes da região chegaram no sábado para participar, junto com especialistas eleitorais de vários países, como observadores do processo organizado pela oposição. São eles: o colombiano Andrés Pastrana, o boliviano Jorge Quiroga, o mexicano Vicente Fox e os costa-riquenhos Miguel Ángel Rodríguez e Laura Chinchilla.

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