quinta-feira, 13 de julho de 2017

Lula critica condenação e diz que quer ser candidato em 2018

AFP / Miguel SCHINCARIOLLula participa de entrevista coletiva em São Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a mostrar seu lado mais combativo e atribuiu nesta quinta-feira sua condenação de 9 anos e meio de prisão por corrupção a uma "caçada" judicial que "está destruindo a democracia".
Ele também reiterou sua intenção de se candidatar às eleições de 2018.
"Quero dizer a meu partido que, a partir de agora, vou reivindicar do PT o direito a me colocar como postulante à candidatura à presidência em 2018", declarou, sob aplausos dos partidários e simpatizantes reunidos em uma coletiva de imprensa em São Paulo.
“Se alguém pensa que com essa sentença me tiraram do jogo, podem saber que estou no jogo”, afirmou.
O ídolo da esquerda brasileira e nome favorito nas pesquisas para as eleições de 2018, voltou a demonstrar que não perdeu a dialética e a energia que são sua marca registrada.
Falando de si mesmo na terceira pessoa, declarou: "Lula, com 71 anos, às vésperas de completar 72, está decidido a brigar da mesma forma quando tinha 30 anos".
"O único que tem o direito de decretar meu fim é o povo brasileiro", enfatizou.
- Caçada -
AFP / Gustavo IZUS, Anella RetaLula é condenado a 9 anos e 6 meses por corrupção
O juiz Sérgio Moro, que para uma boa parte dos brasileiros é um ícone da luta contra a corrupção no Brasil, condenou Lula da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, uma sentença da qual poderá recorrer em liberdade, mas que ameaça uma eventual candidatura às eleições de 2018.
Para Lula, as investigações sobre a corrupção que há mais de três anos golpeiam a elite política e empresarial do país converteram o Brasil em um "Estado quase de exceção, no qual os direitos democráticos estão sendo jogados no lixo".
"Esta caçada é parte da luta política. Não pretendem condenar o Lula, e sim o projeto político que represento junto a milhões de brasileiros", afirmou.
"Meus acusadores sabem que não roubei (...), mas não podem recuar depois do massacre que promoveram na mídia (...) Estão condenados a condenar e devem avaliar que, se não me prenderem, serão eles os desmoralizados perante a opinião pública", acrescentou.
Os advogados do ex-presidente informaram logo após ao anúncio da sentença que recorrerão "em todas as cortes imparciais, incluindo as Nações Unidas".
Lula foi acusado de ter recebido um apartamento triplex no Guarujá da construtora OAS em troca de sua influência para obter contratos na Petrobras, e do pagamento das custas por parte da mesma empresa do armazenamento de seus bens.
Moro, encarregado da Operação Lava Jato, também determinou o confisco do imóvel e assinalou que Lula foi o destinatário 3,7 milhões de reais de forma ilícita.
Para que uma eventual candidatura seja impedida, deverá ainda ser condenado em segunda instância.
Um processo de apelação pode levar até um ano para ser concluído, segundo fontes próximas ao Judiciário de Curitiba.
Na sentença, Moro também proibiu Lula de exercer cargos públicos por 19 anos, decisão que poderá ser confirmada ou rejeitada na segunda instância.
Lula ainda enfrenta outros quatro processos e atribui todos eles a uma conspiração para impedir sua candidatura à presidência de 2018.

Nenhum comentário:

Postar um comentário