quinta-feira, 6 de julho de 2017

Rio das Ostras diminui distorção idade-ano escolar

Foto: Ákilla Ribeiro
Alunos que estão acima da faixa etária podem avançar em até duas séries com a Correção de Fluxo
Foto: Ákilla Ribeiro
Lavany e João Vítor, ao lado das professoras Daniela e Patrícia, integrados na nova turma
Foto: Ákilla Ribeiro
Turmas de Correção de Fluxo têm aulas diferenciadas, com material adaptado para as suas necessidades
Com o objetivo de estimular o aprendizado, combater o sentimento de fracasso dos alunos e diminuir a evasão escolar, a Secretaria de Educação de Rio das Ostras implantou, em 2017, o Programa de Correção de Fluxo também para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Com a iniciativa, estudantes que estão acima da faixa etária estimada para ano de escolaridade cursado podem avançar em até duas séries. 

O programa, desenvolvido pela equipe da Coordenadoria de Avaliação, Acompanhamento Pedagógico e Formação – Casa da Educação, começou pela Escola Municipal Cidade Praiana. Com o excelente resultado alcançado, logo o projeto-piloto chegou a outras unidades e hoje já existem turmas nas escolas Simar Machado Sodré, Maria da Penha de Oliveira e Ciep Municipalizado Mestre Marçal, beneficiando, ao todo, 65 estudantes. 

“Antes os alunos só eram atendidos na Correção de Fluxo a partir dos 13 anos, no 6º ano do Ensino Fundamental. Com a ampliação do programa, começamos a oferecer essas turmas diferenciadas para estudantes com 11 anos que cursam o 4º ano. Conseguimos resultados mais rápidos, resgatando a autoestima dos alunos e evitando a evasão escolar”, explica Carolina Pimentel, coordenadora do Programa de Correção de Fluxo. 

Na Escola Municipal Cidade Praiana, as professoras da turma de Correção de Fluxo dos Anos Iniciais, que conta com 18 alunos, já colhem bons resultados. “Esses estudantes ficavam constrangidos por estar em sala com colegas mais novos. Por isso participavam pouco das aulas e quase não faziam perguntas. Agora se sentem integrados e vêm alcançando melhores resultados”, conta Patrícia Ribeiro. “Procuramos adaptar as tarefas para a realidade deles e assim o interesse é maior, sem falar que estão resgatando a autoestima”, completa Daniela Orato. 

“Eu sentia vergonha de estudar com alunos mais novos. Estou gostando bem mais dessa turma e animada com a possibilidade de passar para o 6º ano em 2018”, afirma Lavany Barreto que, aos 11 anos, cursava o 4° ano e poderá avançar, caso desenvolva as habilidades necessárias, duas séries com a Correção de Fluxo. Dificuldades semelhantes eram enfrentadas por João Vítor dos Anjos Teixeira, de 13 anos. “Nessa nova turma, os colegas têm idades mais próximas da minha e me sinto à vontade para participar das aulas”, revela. 

Os professores que lecionam para as turmas de Correção de Fluxo mandam para a equipe coordenadora do programa os seus planejamentos de aulas semanais e, uma vez ao mês, participam de reuniões nas quais falam de seus desafios, trocam materiais e experiências. Para o diretor da Escola Municipal Cidade Praiana, Márcio Peres, os resultados já são positivos. “Muitas vezes os alunos que estão com distorção idade-série são desinteressados por não se sentirem integrados à turma e aos materiais didáticos. Esse grupo, ao contrário, é muito disciplinado e participativo”, reforça o diretor. 

ANOS FINAIS – O Programa de Correção de Fluxo para os Anos Finais beneficia cerca de 300 alunos de 11 turmas distribuídas nos polos das escolas municipais Cidade Praiana, Padre José Dilson Dórea e Professora América Abdalla. 

Cerca de 19,5% dos estudantes desse segmento no Estado do Rio de Janeiro têm distorção idade-série, sendo que, em Rio das Ostras, esse número atualmente é 17,7%. O Plano Nacional de Educação prevê que a taxa esteja em 5% até 2022.

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