quarta-feira, 12 de julho de 2017

Trump defende filho e volta a criticar imprensa

AFP/Arquivos / JIM WATSON(Arquivo) Donald Trump Jr.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu a inocência do filho mais velho na interminável controvérsia sobre seus contatos com a Rússia, ao mesmo tempo em que voltou a criticar a imprensa por publicar notícias falsas.
Donald Trump Jr. divulgou na terça-feira e-mails que mostram sua disposição a receber informações da Rússia que prejudicariam Hillary Clinton.
"Meu filho Donald fez um bom trabalho na noite passada", escreveu o presidente no Twitter, em referência à entrevista que Trump Jr. concedeu na terça-feira ao canal conservador Fox News.
"Ele foi aberto, transparente e inocente. Esta é a maior caça às bruxas da história política. Triste!", completou o presidente.
Trump Jr. se tornou na terça-feira o centro de um grande escândalo ao revelar e-mails que deixam claro que aceitou uma reunião com uma advogada russa em 2016 porque esperava receber informações comprometedoras sobre a adversária de seu pai na campanha eleitoral, Hillary Clinton.
De acordo com as mensagens, Donald Trump Jr. foi informado por um intermediário britânico que poderia obter "informações de muito alto nível e muito sensíveis" para comprometer Hillary e isto era "parte do apoio da Rússia e seu governo ao Sr. Trump".
- Perda de tempo -
Na entrevista ao canal Fox News (que o presidente considera o único que transmite informações 'verdadeiras'), Trump Jr. disse que a reunião com uma mulher, identificada nos e-mails como uma "advogada do governo russo", terminou sem qualquer coisa digna de menção.
Ele assegurou que não contou ao pai sobre o encontro porque nada foi falado que comprometesse Hillary Clinton.
"Foi uma perda de tempo", afirmou o filho de Trump, antes de indicar que a reunião durou apenas 20 minutos.
Mas o presidente aproveitou a situação para voltar a criticar os meios de comunicação em sua plataforma preferida, a rede social Twitter.
"Lembrem, quando vocês escutam as palavras 'indicaram fontes' da Fake Mídia, muitas vezes essas fontes são inventadas ou não existem", tuitou o republicano.
Ele não deixou claro se fazia referência a uma reportagem em particular, uma vez que as informações da imprensa sobre o encontro de seu filho com a advogada russa foram confirmadas pelos próprios e-mails de Donald Trump Jr.
Em junho do ano passado, em plena campanha eleitoral, um advogado que representa empresários russos enviou um e-mail a Trump Jr. com a informação de que algumas pessoas estavam interessadas em levar até ele informações comprometedoras sobre Hillary Clinton.
"Se é o que você diz, eu adoraria", respondeu o filho do presidente.
- Polêmica interminável -
Alguns dias mais tarde, ele recebeu na Torre Trump, em Nova York, a advogada Natalia Veselnitskaya. Também estavam presentes no encontro o empresário Jared Kushner, genro de Trump e conselheiro do presidente, e Paul Manafort, que no momento era chefe da campanha do magnata do setor imobiliário.
Trump Jr. afirmou que durante a reunião ficou claro que a advogada "não tinha informação a fornecer" e estava interessada em discutir uma lei russa que proíbe a adoção de crianças russas por famílias americanas.
Mas o simples fato de o filho do presidente ter aceitado a reunião por esperar informações sobre a candidata democrata jogou mais lenha na fogueira da controvérsia sobre o papel da Rússia na eleição presidencial.
AFP/Arquivos / MANDEL NGAN(2016) O presidente americano e o filho, em New Hampshire
O advogado do presidente, Jay Sekulov, afirmou ao canal CNN que seu cliente não teve conhecimento do encontro do filho com a advogada russa até "muito recentemente" e não sabia nada sobre os e-mails.
"O presidente não havia visto nenhum e-mail (...) até hoje. Quero que fique claro", afirmou.
O vice-presidente, Mike Pence, rapidamente tentou se distanciar do escândalo.
Seu porta-voz Marc Lotter afirmou no Twitter que Pence "não teve conhecimento da reunião". "Tampouco está concentrado nas histórias sobre a campanha, especialmente aquelas que se referem a um período anterior ao momento em que se juntou à campanha".

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