RIO - Nascido na cidade baiana de Vitória da Conquista, Carlinhos carrega em sua certidão as palavras que traduzem o objetivo do futebol: vencer. Aos 23 anos, Carlos Andrade Souza ficou conhecido pelo nome no diminutivo, mas entrou para a história do Fluminense pela grande jogada que terminou no gol do tricampeonato brasileiro, de Emerson.
A mesma perna esquerda que fez o cruzamento foi operada este ano e voltou mais calibrada. Contra o Macaé, na quinta-feira, fez um belo gol, de direita, e deu passe para Souza, de esquerda. Atuação que espera repetir neste domingo, às 17h, contra a Cabofriense, no Moacyrzão, em Macaé.
- Quem sai de Vitória da Conquista tem obrigação de ganhar alguma coisa - declarou Carlinhos.
A saída pela esquerda foi a alternativa de vida que Carlinhos encontrou para sobreviver no mundo do futebol. Habilidoso, sonhava em ser camisa 10, mas a lateral foi o caminho trilhado para acelerar a carreira. Depois de realizar a cirurgia para corrigir um problema na perna esquerda Carlinhos achava que perderia o calibre. Mas fez cruzamento para Souza semelhante ao que acabou no gol de Emerson:
- Minha perna voltou melhor ainda (risos)...
Ele poderia ter operado em 2010, mas preferiu assumir o risco de ficar em campo e jogar até a última rodada.
- Estava com a perna inchada. Mas aceitei estas condições e fui jogar. Que bom que deu certo - declarou.
Depois do gol contra o Macaé, Carlinhos correu para abraçar o preparador físico Ronaldo Torres, responsável por acelerar sua volta.
- Ele é o melhor preparador físico que eu conheci. Fiz o gol e me lembrei dele, que virou meu amigo aqui no Fluminense - afirmou o jogador.
" Enquanto Branco estendia a mão, Vanderlei Luxemburgo levantava a voz. Técnico de Carlinhos no Santos, o atual treinador do Flamengo pegou no pé do então garoto "
Com as boas atuações em sequência, Carlinhos está perto de exorcizar o fantasma que assombrava a lateral esquerda do Fluminense. De recentes promessas de astros, como Júnior César, a fracassos como Leandro, a posição precisava de um titular incontestável.
- É complicado eu falar que sou dono da posição. Mas caí nas graças da torcida, que é exigente... - disse.
A comparação com craques da posição é inevitável. Sem poder concorrer com o passado, Carlinhos usa o tempo que se foi como inspiração:
- O Branco eu só vi jogar pelo vídeo. Mas admiro muito por tudo o que ele fez. E ainda me levou para a seleção de base. Ele sempre me ajudou.
Enquanto Branco estendia a mão, Vanderlei Luxemburgo levantava a voz. Técnico de Carlinhos no Santos, o atual treinador do Flamengo pegou no pé do então garoto:
- O Vanderlei tinha acabado de voltar do Real Madrid e me pegou moleque, mandou tirar brinco, cortar cabelo...
Cabofriense: Fábio, Schnneider, Matheus, Rodrigo Santos e Nando; André Oliveira, Goéber, Zotti e Rafael Ueta; Allan e Felipe.
Fluminense: Diego Cavalieri, Mariano, Leandro Euzébio, Gum e Carlinhos; Edinho, Diguinho, Souza e Tartá; Rodriguinho e Fred.
Juiz: Felipe Gomes da Silva.
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