quinta-feira, 10 de março de 2011

Morte de jovem provoca protesto no centro de Macaé

   O centro de Macaé parou na tarde desta quinta-feira, quando moradores da favela Malvinas, na periferia da cidade, levaram para a frente da prefeitura o corpo de Pablo Anastácio, de 15 anos, enforcado com fios usados em instalações elétricas domésticas. O corpo foi levado dentro de uma carroça de tração animal, que o jovem usava para fazer fretes.
Moradores, que pediam para não serem identificados, afirmavam que Pablo teria sido executado por volta das 5h, dentro de casa, por policiais militares que têm feito uma série de incursões nas favelas de Malvinas, Nova Holanda e Nova Esperança, dominadas pelo tráfico. Parentes de Pablo garantem que ele nunca teve envolvimento com o tráfico e trabalhava todos os dias com sua carroça.
O major Rodrigues, subcomandante do 35º BPM (Macaé), negou que tivesse havido operações durante a madrugada, mas admitiu que houve ontem incursões na Nova Holanda e na Nova Esperança, em busca de traficantes e armas. Houve troca de tiros, mas ninguém ficou ferido.
Segundo o oficial, o corpo do adolescente não foi encontrado em sua casa, e sim em uma área próxima. Ele acrescentou que, mesmo o adolescente não tendo envolvimento com o tráfico, pode ter sido executado por traficantes para aumentar a tensão nas favelas. Rodrigues lembrou que, mesmo em casos de desvio de conduta por policiais, não é comum haver estrangulamento.
O caso está sendo investigado pela 123º DP (Macaé), e o laudo do IML só deverá ser divulgado nesta sexta-feira.

Aloysio Balbi - O Globo

Um comentário:

  1. Eu tenho informações, de fontes lá da Malvinas, que divergem de algumas constantes acima. Entretanto, importa que o fato tem de ser investigado e as responsabilidades imputadas. Os Poderes, legalmente constituídos precisam agir, afim de que realidades sociais e criminalidade se situem em patamares aceitáveis. Assim, as famílias, das comunidades instáveis, sentir-se-ão fortalecidas a retomarem seus papeis, atualmente desleixados, muitas, sendo, apenas, fábricas de gente.

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