CIA. ENGENHO CENTRAL DE QUISSAMÃ
FAZ ANIVERSÁRIO NESTE MÊS DE SETEMBRO
Neste mês de setembro uma importante indústria açucareira do tempo do Brasil império
está fazendo aniversário. O Engenho Central de Quissamã foi inaugurado
em 12 de Setembro de 1877 com a primeira moagem acompanhada pelo Imperador Dom Pedro II
e pela Imperatriz Tereza Cristina.
Ainda havia obras a serem feitas depois da inauguração. Um decreto
imperial de 26 de outubro de 1878 permitiu o aumento do capital social
da companhia para 1.700 contos de réis a fim de que pudesse ser feita
a ampliação da fábrica e sua ligação por meio de via férrea agrícola
com a Estrada de Ferro Macaé e Campos. Os sócios-fundadores
pretendiam, inicialmente, lançar ações para capitalizar a empresa,
entretanto preferiram obter empréstimos por meio de títulos de
obrigações, os quais foram pontualmente resgatados com os lucros do
negócio. Esta operação de crédito foi subsidiada pelo governo imperial
que garantiu que os juros não fossem superiores a 7% ao ano para a
parte referente ao aumento de capital realizado (1000 contos de réis).
O Engenho Central de Quissamã foi o primeiro da América do Sul que
centralizou em uma única planta industrial a produção de açúcar e
aguardente utilizando a cana-de-açúcar proveniente de várias fazendas
de diferentes proprietários.
No ano seguinte ao início de funcionamento do Engenho Central de
Quissamã, foram inaugurados outros três engenhos centrais no Brasil,
todos, entretanto, com capacidade de produção muito inferiores a de
Quissamã (Morretes no Paraná, Porto Feliz em São Paulo e Barcelos no
Rio de Janeiro). Com o mesmo modelo cooperativo do Engenho Central de
Quissamã, foram fundados no norte fluminense, o Engenho Central de
Barcelos em São João da Barra (1878) e o Engenho Central da Pureza em
São Fidélis (1885).
Inicialmente, os engenhos eram movidos a tração humana, tração animal
(trapiches) ou moinhos d´água. A produção artesanal gerava vários
tipos de açúcar com qualidades variáveis, e a linha de produtos podia
incluir também aguardente, melado e rapadura. Por volta de 1850, há
uma grande concentração econômica com a implantação de engenhos com
máquinas a vapor que são muito mais eficientes do que todos os outros.
Os pequenos proprietários de terra desativaram seus engenhos e
passaram a vender a cana-de-açúcar para os grandes proprietários que
tinham capital para adquirir os equipamentos mais modernos. Em 1865,
em Quissamã, só há engenhos com máquinas a vapor cujos donos eram os
grandes proprietários.
Após 1850, a produção de açúcar do norte fluminense, mesmo com preços
estáveis, cresceu em média 3,62% ao ano e atingiu o seu máximo (no
século XIX) no ano de 1872. A capacidade produtiva dos engenhos com
máquinas a vapor atingiu então seu limite máximo havendo necessidade
de aumentar a produção com eficiência, o que só seria possível com a
concentração e especialização em plantas produtivas maiores. A
Revolução Industrial já tinha criado as soluções tecnológicas
necessárias, seja com equipamentos maiores e mais eficientes, seja com
o uso de ferrovias capazes de levar a cana-de-açúcar da plantação até
a unidade de processamento e o açúcar produzido até o mercado
consumidor.
Na mesma época, seguindo o impulso modernizador, aqueles que tinham
capital suficiente construíram usinas para uso próprio. A primeira
usina instalada no Brasil foi a Usina do Limão, em Campos dos
Goytacazes, em 1879. O próprio Julião Ribeiro de Castro, um dos
fundadores do Engenho Central de Quissamã, fundou uma usina na sua
fazenda Queimado em Campos dos Goytacazes, em 1880.
O projeto empresarial do Engenho Central de Quissamã foi baseado no
famoso Relatório de Burton sobre os engenhos centrais da Martinica,
documento traduzido e estudado por João José Carneiro da Silva, o
barão de Monte Cedro. Este documento convenceu um grupo de pessoas que
eram filhos, genros e netos do 1º Barão e Visconde de Araruama a
fundar o primeiro Engenho Central de açúcar da América Latina e a
desativar os engenhos obsoletos das fazendas.
Existiam dois modelos de produção a serem adotados: o engenho central
e a usina de açúcar. Um engenho central era uma planta industrial
moderna que recebia cana-de-açúcar de diversos plantadores
independentes e produzia açúcar e, às vezes, aguardente. Operava como
uma cooperativa, mas com caráter semi-oficial, pois era obrigada a
processar a cana de terceiros. Já uma usina processava a
cana-de-açúcar de apenas um plantador, que podia escolher ou não
processar a cana-de-açúcar de terceiros.
O próprio governo imperial percebeu a importância da modernização da
produção de açúcar e criou linhas de subsídio ao crédito para
construção de engenhos centrais. Uma das formas de subsídio foi que o
governo garantia que os juros dos empréstimos tomados para construção
de engenhos centrais não fossem superiores a um determinado valor. A
construção de usinas não recebeu subsídios ao crédito. Alguns
requisitos para concessão do crédito inibiam, mas não proibiam, que os
engenhos utilizassem mão-de-obra escrava.
Foram fundadores da Companhia (foto acima) os senhores
José Manuel Carneiro da Silva; ManuelCarneiro da Silva,
João de Almeida Pereira Filho, Eusébio de Queirós
Matoso Ribeiro; João José Carneiro da Silva e Bento Carneiro da Silva.
Sentados, na mesma ordem: Manuel de Queirós Matoso Ribeiro, José
Ribeiro de Castro Sobrinho, Julião Ribeiro de Castro, João Caetano
Carneiro da Silva e Inácio Francisco Silveira da Mota.
Os sócios-fundadores obtiveram a aprovação dos estatutos de uma
sociedade anônima pelo decreto nº 6.033 de 6 de novembro de 1875,
assinado por D. Pedro II e referendado pelo conselheiro Tomás José
Coelho de Almeida, Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas,
nascido em Campos dos Goytacazes e aparentado das grandes famílias da
região de Quissamã. O capital social inicial foi de 700 contos de
réis.
O primeiro presidente do Engenho Central de Quissamã foi Bento
Carneiro da Silva, o futuro conde de Araruama, o qual foi sucedido por
seu irmão Manuel Carneiro da Silva, visconde de Ururaí, que dirigiu a
empresa por 26 anos.
Os primeiros diretores foram o tenente-coronel João Caetano Carneiro
da Silva (futuro barão e visconde de Quissamã), José Ribeiro de Castro
Sobrinho e Francisco Pereira do Nascimento. Os primeiros fiscais (da
administração) foram o comendador José Ribeiro de Castro e Manuel
Antônio Ribeiro de Castro
A partir do final do século XIX, a produção de açúcar de beterraba
prosperou na Europa e passou a concorrer com a dos países tropicais,
abalando a economia da região Norte Fluminenes. A Cia. do Engenho
Central apresentava déficits e a não distribuía dividendos. O Governo
Estadual, com o propósito de garantir o recebimento de empréstimos,
obrigou que sua administração fosse fiscalizada por engenheiros das
estradas de ferro, neste caso, da Leopoldina Railway. O mesmo ocorreu
com vários outros engenhoscentrais nesta época.
De qualque modo, o modelo cooperativo do Engenho Central de Quissamã
funcionou bem até o ano de 1920. A Primeira Guerra Mundial e a
prosperidade do após-guerra elevaram os preços internacionais do
açúcar, o que favoreceu a região. Entretanto, a crise econômica
mundial de 1929 afetou profundamente os plantadores, arrendatários e a
própria Cia. do Engenho Central de Quissamã. Os proprietários,
descendentes dos sócio-fundadores, tomaram empréstimos com o também
sócio José Ribeiro de Castro Sobrinho, que tinha tido sucesso com seus
negócios de comércio ao fundar a firma "Ribeiro e Filhos". Quando não
puderam pagar as dívidas, os proprietários venderam ou entregaram suas
cotas para José Ribeiro de Castro Sobrinho, tornando-se assim meros
arrendatários de terras de cultivo para o Engenho Central de Quissamã.
O empreendimento passou a ter características de uma usina e comprou
várias extensões de terra para cultivo próprio de cana-de-açúcar.
Assim foram adquiridas as centenárias fazendas Quissamã, Mandiqüera e
Machadinha. Os luxuosos solares das fazendas construídos na época de
apogeu dos engenhos, por não terem uso para a Cia. do Engenho Central
de de Quissamã, foram abandonados e entraram em processo de
arruinamento, ou foram demolidas como a fazenda Monte Cedro.
[editar] Decadência e fim
A medida que o Brasil se industrializava, as usinas de açúcar do
estado de São Paulo compravam equipamentos modernos das indústrias
nascentes. Assim o estado de São Paulo superou o norte fluminense e
depois tornou-se a região brasileira de maior produção de açúcar e
álcool.
O Engenho Central de Quissamã não recebeu investimentos significativos
para modernização durante o século XX. Quando foi desativado, em 2003,
ainda utilizava uma máquina a vapor do século XIX, uma raridade
tecnológica, que era a mais antiga em operação no mundo.
Em 1967, o Instituto do Açúcar e do Álcool obrigou a desativação de
usinas de açúcar com pouca capacidade de produção. Mais da metade das
usinas então existentes são fechadas no estado do Rio de Janeiro.
Apesar de ter mudado pouco desde a sua inauguração, o Engenho Central
de Quissamã é um dos puderam permanecer em operação, mesmo assim não
consegue acompanhar o ritmo de modernização do setor açucareiro.
O Engenho Central de Quissamã não foi exatamente inovador em
tecnologia ou pioneiro, mas apenas o primeiro e o maior empreendimento
de um processo de modernização da indústria açucareira que era
necessário naquele momento histórico-econômico.
O Engenho Central dominou a economia de Quissamã do fim do século XIX
até o final do século XX, quando passou a ser conhecido pela população
local apenas como "o engenho" ou "a usina".
A sua implantação fortaleceu a concentração econômica da região. Neste
processe, desapareceu a antiga classe dos senhores de engenho, cujo
poder econômico e político foi assumido pelos usineiros, típicos
empresários industriais. Usineiros e plantadores ou arrendatários
tinham interesses conflitantes. Quando comprava terras de cultivo para
assegurar o fornecimento de matéria prima, o Engenho Central
transformava uma parte dos descendentes dos senhores de engenho em
administradores da usina ou das propriedades compradas; os outros
quando não se mudavam-se para as grandes cidades. Assim, com o
surgimento do Engenho Central, eliminou-se a antiga classe dos
senhores de engenho que transformou-se em plantadores e
arrendatários.
Ao longo deste período, surge uma estrutura social bem marcada
dividida em: - usineiros, donos do capital industrial e com forte
influência política; - fornecedores de cana-de-açúcar - parceiros ou
arrendatários - que podiam ser grandes ou médios proprietários de
terras, mas sempre economicamente dependentes dos usineiros; -
pequenos proprietários, produtores de cana-de-açúcar ou não, que
necessitar também trabalhar para outras empresas agrícolas ou em
outros setores de econômicos; - trabalhadores permanentes, na sua
maior parte empregados do Engenho Central; - trabalhadores temporários
por safra ou não registrados de outras empresas agrícolas.
Como o grande empregador da região, o Engenho Central foi o suporte da
economia local por mais de um século. Apesar disto, seu fechamento não
causou uma grande crise econômica regional porque os municípios de
Quissamã e Carapebus passaram, nesta época, a receber royalties do
petróleo explorado na Bacia de Campos.
Perto do Engenho Central, havia sido construída uma vila operária para
os seus funcionários. Com o tempo, esta tornou-se um verdadeiro bairro
cujas casas ainda são habitadas por ex-trabalhadores do Engenho
Central de Quissamã ou por seus familiares. Ela é conhecida como Vila
Operária do Carmo, embora muitos se refiram ao local apenas como
"Engenho".
O Engenho Central foi construído a cerca de 2,5 km da Freguesia de
Quissamã e próximo ao canal Campos-Macaé. O projeto e a construção
ficaram a cargo da emmpresa francesa Compagnie de Fives-Lille pour
Constructions Mécaniques et Entreprises. Todo maquinário, o mais
moderno da época, era importado.
A planta industrial destacava-se na paisagem plana da região com sua
chaminé de 50m de altura e um edifício principal com 3 planos
(andares). O 1º plano do edifício principal possuía 12 máquinas a
vapor de sistema horizontal; dois jogos de moendas; dois desfibradores
Feure com capacidade para 500 toneladas por dia; 20 turbinas de ação
indireta; cristalizadores dos produtos; dissolvedor da massa
cristalizada; prensa de espuma; depósito de açúcar; área de
ensacamento, balanças de pesagem, geradores a fogo interior e outros
equipamentos. No 2º plano ficavam o aparelho evaporador; 3 caldeiras
para cozinhar no vácuo com capacidade, cada uma, para 7.500 quilos de
açúcar; 3 eleinadores; 12 caldeiras de defecação; depósito de cal e
coadores. Ainda no edifício principal, havia uma destilaria com
aparelho savalle com capacidade de produção diária de 200 pipas (algo
entre 82740 e 98500 litros) de aguardente a 21 graus Beaumé (cerca de
21%).
A capacidade de produção original era de 200.000 arrobas (2.300 ton)
de açúcar por safra.
Ao lado do edifício principal, havia instalações de apoio como oficina
mecânica, fábrica de gás e gasômetro, balanças de pesagem e armazéns.
Uma linha de ferro (foto acima) agrícola de 35 km ligava a planta com a Estrada de
Ferro Macaé e Campos na atual localidade de Conde de Araruama e com a
freguesia de Quissamã. Utilizavam-se 3 locomotivas, 3 carros para
passageiros e 60 vagões de carga. Apesar disto, os carros de boi não
foram aposentados e continuaram, até a década de 1950, a serem
utilizados para transportar cana-de-açúcar das plantações até o
Engenho Central. Nesta época, passaram a ser utilizados tratores e
deixou-se de utilizar o ramal ferroviário e os carros de boi.
Uma linhas telefônica interligava as estações para permitir o controle
de tráfego ferroviário, assim como com algumas fazendas e com a
freguesia de Quissamã. Algumas destas linhas telefônicas foram
utilizadas até os anos 1960.
As instalações eram iluminadas com lâmpadas elétricas em uma época em
que nem a capital imperial tinha esta inovação nas residências.
Na entrada da planta, havia um pequeno torreão com relógio[7]. Ainda
existe o pórtico principal encimado pela inscrição “Dolce Laboris
Proemium”.
Seus últimos proprietários foram Joaquim Bento e Edilberto Ribeiro de
Castro, descendentes de alguns dos sócios-fundadores. Em janeiro de
2003, o grupo Empresas JP, pertencente ao empresário pernambucano José
Pessoa, arrendou 8 mil hectares de terra do Engenho Central de
Quissamã para o plantio de cana. Entretanto, apesar de várias
promessas de reabertura, a usina está fechada até hoje.E neste ano de
2011 está sendo toda desmontada.
Entrada principal da Cia Engenho Central |
Conselheiro João de Almeida Pereira Filho, um dos fundadores da Cia Engenho Central de Quissamã |
Velhos casario faz parte da história do velho engenho |
Casa de Quissamã - hoje Museu - presente nas grandes conquistas da Usina |
Governo do Estado investe
R$300 mil no Hospital de Quissamã
O município de Quissamã foi contemplado pela Secretaria de Estado de Saúde, através da CIB/RJ (Comissão Intergestores Bipartite do Rio de Janeiro), com a doação de equipamentos que correspondem a modernização dos leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal Mariana Maria de Jesus. Os novos equipamentos foram entregues na sexta-feira (9).
A Secretaria Municipal de Saúde informou que a doação dos equipamentos ocorreu por consequência da apresentação e aprovação de um projeto de reestruturação dos leitos da terapia intensiva com o objetivo de modernizar e mesmo reestruturar a UTI.
O diretor clínico do Hospital, Hélio Novais, falou sobre a importância dos equipamentos para a prestação de um serviço ainda melhor de terapia intensiva. “A gente vai poder ofertar aos munícipes um atendimento de melhor qualidade com a utilização do que há de mais moderno em equipamentos para o tratamento de pacientes em estado crítico”, disse.
Ao todo foram entregues seis camas eletrônicas, seis monitores multiparâmetros, seis ventiladores mecânicos, um carrinho de parada e um desfibrilador, o que corresponde a um investimento de mais de R$ 316 mil em equipamentos. Vale destacar, que na região norte fluminense, além do Hospital Municipal Mariana Maria de Jesus, apenas o Hospital Ferreira Machado e o Hospital Geral de Guarus, ambos em Campos dos Goytacazes, foram contemplados.
BRIGA DE GENTE GRANDE:
RICARDO TEIXEIRA AMEAÇA A TV GLOBO
A rusga de Ricardo Teixeira com a Globo devido a veiculação de reportagem negativa envolvendo seu nome pode ter mais capítulos. O presidente da CBF disse a cartolas próximos que, se a emissora continuar produzindo reportagens contra ele, irá dificultar a vida da Globo na compra dos direitos de TV da Copa América de 2015, que será no Brasil. Prometeu agir nos bastidores para que a rede carioca não seja soberana na disputa.
Ricardo Teixeira, presidente da CBF, durante evento para homenagear o ex-jogador de futebol Ronaldo
O texto acrescenta que ainda não está definido quem venderá os direitos de transmissão da Copa América-2015. As empresas Traffic e Full Play estão na disputa.
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