Quissamã com + vida
Todo ano é a mesma coisa. Com a chegada das festas, das férias e do
Carnaval, os hemocentros veem seus estoques - que nunca estão lá essas
coisas - diminuir. E os problemas e a necessidade do líquido vital
aumentarem. Além das cirurgias eletivas e as realizadas em caráter de
urgência, o número de acidentes é outra preocupação para as equipes de
Saúde e que trabalham nos bancos de sangue. Todo ano também é comum a
realização de campanhas de mobilização para angariar doadores
voluntários e aumentar o estoque das instituições quase sempre
ameaçadas de entrar em colapso. São ações emergenciais para lembrar às
pessoas sobre a necessidade e importância dos bancos de sangue, afinal,
ninguém sabe quem irá precisar. A pequena frequência de doadores não é
um fato isolado do cotidiano da saúde pública no Brasil.
Constantemente, os bancos de sangue do país buscam doadores e muitos
casos graves ocorrem por falta do material. O estoque de sangue é
condição primordial para salvar vidas. A sociedade ainda não
compreendeu a gravidade do problema e que a solução deve ser tomada
individualmente. Desinteresse, esquecimento ou mesmo as dificuldades do
dia a dia afastam o doador desse compromisso, obrigando os
profissionais de saúde a repetirem os mesmos clamores de sempre: doem
sangue. Mas existem - ou existiam, não sei ao certo - trabalhos
exitosos ( e exemplares) neste sentido, como o Programa de Doação
Voluntária de Sangue da Secretaria de Saúde de Quissamã, município de
20 mil habitantes, localizado no norte fluminense. Implantado pela
assistente social, Márcia Direnna, desde 1994, ele conseguiu cadastrar
centenas de doadores que, respeitados os intervalos de doação, passaram
a ser vistos sempre nos bancos de sangue, primeiro da Casa de Caridade
de Macaé e, agora, do Hemocentro do Hospital Ferreira Machado, de
Campos. Isto sem falar de sua Unidade Móvel, cujo trabalho também se
tornou 'figura carimbada' no município e marca registrada do excelente
atendimento e da parceria entre aquelas prefeituras. É hábito por lá o
doador perguntar se já é hora de doar de novo. O que fazem este cidadão
(ã), a assistente social Márcia e todo profissional que procura
sensibilizar o próximo para ajudar a salvar vidas é digno do mais alto
elogio e merecedor das linhas de qualquer artigo de qualquer colunista
Postado pelo jornalista João Direnna
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