PR pode crescer de mãos dadas com o governo ou fora dele, diz Garotinho
Após ser oficializado, por aclamação, como novo líder do PR na Câmara, o
deputado Anthony Garotinho (RJ) prometeu nesta sexta-feira que vai
trabalhar para definir rapidamente rumo do partido: se fica com ou
governo ou se passa para a oposição.
Garotinho disse que seu sentimento é que a bancada quer fazer parte do
governo de Dilma Rousseff e que vai trabalhar para isso, mas que, se
isso não avançar, não hesitará em partir para oposição.
"Vi que é o desejo da bancada ir para a base do governo. Vou me despir
de qualquer vaidade e projeto pessoal para ir para o governo, mas não
hesitarei se tivermos que ser oposição", disse.
Marcelo Camargo/Folhapress | ||
O novo líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho; ele diz que bancada quer fazer parte da base de apoio de Dilma |
Ele evitou falar em ministério, mas tem dito que o partido merece o
mesmo tratamento e espaço que os demais aliados. Garotinho afirmou que
sua missão é aderir ao projeto político que faça o PR maior, já que o
partido está sem direção. "Nosso partido pode crescer de mãos dadas com o
governo ou fora dele. O que não podemos é ir para lugar nenhum".
Com denúncias de irregularidades no setor de transportes, o PR perdeu o
Ministério dos Transportes em 2011 e tenta. A presidente Dilma Rousseff
indicou o ministro Paulo Sérgio Passos. Ele é filiado à legenda, mas
enfrenta resistência do PR e é considerado da cota pessoal da petista.
Garotinho vai comandar a quinta maior bancada da Câmara, com 37
parlamentares. Ele pregou a união e negou indiretamente que esteja na
liderança para tentar viabilizar sua candidatura ao governo do Rio de
Janeiro em 2014.
"Jamais colocarei qualquer interesse pessoal quando esse interesse
pessoal for diferente do interesse da maioria da bancada. Nós não somos
37 deputados, somos um voto. Vou trabalhar para evitar racha, divisão,
ressentimento, não olhem para trás. se olhasse não estaria aqui como
deputado federal.
O novo líder fez um agradecimento público ao deputado Valdemar Costa
Neto (SP), secretário-geral do PR, que trabalhou para consolidar sua
candidatura. "Se [os deputados do PR] chegamos aqui, foi pelo braço
forte, coragem e determinação de Valdemar Costa Neto", disse.
Costa Neto
foi um dos 25 condenados no STF (Supremo Tribunal Federal) no
julgamento do mensalão. Na reunião, não houve referência ao caso, mas
vários parlamentares saíram em defesa dele.
Costa Neto trabalhou para que Garotinho não tivesse adversários.
Convenceu o paranaense Fernando Giacobo, ligado a ministra Gleisi
Hoffmann (Casa Civil), e o deputado Laércio Oliveira (SE) para evitar a
disputa no voto.
Interlocutores do Planalto, no entanto, reconhecem que a chegada de
Garotinho a liderança causa preocupação. Um dos líderes da bancada
evangélica, ele já complicou votações na Câmara e ameaçou convocar
ministros para pressionar o governo a abrir mão de questões polêmicas,
como o chamado kit-gay.
Para o governo, a entrega da liderança para Garotinho é um sinal de que o
PR não aceitou ser desalojado do Ministério dos Transportes.
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