Ninguém
imaginaria que os 200 anos de Macaé fosse chegar tão rápido, respaldada
nos braços do honrado povo macaense, que sempre procurou lutar com o
objetivo de transformar este abençoado torrão em uma cidade tão
grandiosa, respeitada e conhecida além fronteiras. Macaé ao entrar nos 200
anos é sem dúvida a menina dos olhos do mundo. Deste
da época em que era princesa a caminhar, com passadas lentas e
incertas, Macaé foi cantada e decantada em versos e canções, no prosar
dos poetas. Todos fizeram de Macaé, uma preferida princesa. Essa cidade
de magnífico acolhimento mostrava com singeleza suas formas, crescendo e
se expandindo. Navios de escravos, barões do gado e da cana de açúcar,
estavam chegando. Esquecendo a cobiça, tudo era novo, era encanto, tudo
era maravilhoso. As primeiras tamancarias, lojas de armarinhos,
pequenos estabelecimentos de secos e molhados. Indios. Os jesuítas e
no
alto do morro a igreja de Santana. Os cafezais na região serrana. O
Solar do Monte Eliseo. Os engenhos de açúcar em Quissamã e os
monumentais casarões dos barões. A Casa de Caridade. As bandas musicais
Nova Aurora e Lyra dos Conspiradores, sempre animando os acontecimentos
da jovem princesa. O primeiro jornal impresso. Nos pontos pitorescos e
na Praça Veríssimo de Mello, o "footing" de amigos e namorados trocando carinhos. O Forte Marechal Hermes. O Farolito, mostrando os caminhos do mar. O porto em Imbetiba, registrando o entra e sai de navios e pequenas embarcações. A convivência de imigrantes em harmonia como bons vizinhos.
O Bondinho
sob a atração animal, fazendo o transportes de comerciantes e
visitantes. O canal Campos-Macaé. A ferrovia. O primeiro teatro. Os
cinemas Santa Izabel e Taboada. A
pesca. A jovem princesa ganhou manchete nos jornais com a chegada do
macaense Washington Luiz Pereira de Sousa, na presidência da República.
As torrefações de café. Os banhos de mar na Imbetiba, na época não se
falava em veranear e turismo, a praia acolhia a todos com carinho e
tranquilidade de segunda a segunda. O futebol alegrando os desportistas.
O comerciante e jornalista Cesar Melo, levando o melhor noticiário no
combativo jornal "O Século", aos leitores que tinham sede de notícias.
As
igrejas e missas, promoviam momentos de louvor. Os primeiros clubes
sociais. A nossa querida princesinha cresceu rápido. Ainda com algumas
ruas estreitas e de chão batido, o imponente colégio Luiz Reid, foi
esboçado. A famosa rua Direita era um referencial, para o comércio e
moradores mais aquinhoados. Escritores e historiadores, fundaram a
Academia Macaense de Letras. Nos dias de hoje, a princesa cidade está
diferente, ganhou uma movimentação apressada. É conhecida no mundo
inteiro como a principal produtora de Petróleo do Brasil. Novas casas
bancárias. Novos bairros e até favelas. O acender e o apagar dos
semáforos. Carros, motos e ônibus em uma movimentação, as vezes lentas
outras não. A aeroporto e até promessa de metrô. Teatros, casas de chá,
academias, centros comerciais, shoppings, renomados restaurantes na orla
dos cavaleiros, anúncios coloridos de neon em prédios, hotéis e
pousadas. Na véspera dos 200 anos, a princesa está mais real, adulta,
mais bonita e mais bem vestida para receber convidados ilustres.
Sabemos que falta muito para seu total embelezamento, mais nem por isso
deixará de ser acolhedora e sempre abrirá seus braços calorosos. Ontem
com magníficos fatos antigos, hoje a nossa "princesinha do atlântico"
olha para o futuro em busca do novo, do moderno para ser chamada
orgulhosamente de "capital do petróleo. Parabéns!...minha princesa de
200 anos.
Texto: Xico de Paula
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