O jornal Folha de S. Paulo informa
na edição deste sábado que a recepção organizada para receber o papa
Francisco no Palácio Guanabara, na próxima segunda-feira (22), vai
custar R$ 850 mil. De acordo com a assessoria de imprensa do governador
Sérgio Cabral, 650 pessoas estão na lista de convidados, o que significa
que cada um deles custará em torno de R$ 1.300.
O papa
jesuíta, que desde o início do seu pontificado defendeu a simplicidade e
a humildade, não deve ficar muito à vontade com esses gastos
exorbitantes. Certamente, os cristais e as porcelanas finas do Palácio
não combinam com o desapego do Santo Padre às coisas materiais.
Ainda mais, se ele souber que um dos maiores e mais luxuosos hotéis do Rio de Janeiro,
o Copacabana Palace, cobra em torno de R$ 250 por pessoa para uma
recepção em que são servidas entradas, coquetéis, saladas, prato quente e
sobremesa. Segundo o Palácio Guanabara, no bufê da recepção ao papa
haverá apenas café, água e biscoitos. Nem água e biscoitos importados
custariam tanto assim!!!!
Segundo a Folha de S. Paulo, a empresa responsável pela recepção, Cenários e Cenas, foi escolhida por licitação.
Entre
os convidados para a recepção no palácio estão a presidente Dilma
Rousseff. Também foram convidados para o evento o vice-presidente Michel
Temer e oito governadores estaduais, além do anfitrião, o governador
Sérgio Cabral.
O papa Francisco
já condenou a cultura do desperdício de alimentos em todo o
mundo. "Deus confiou ao homem e à mulher o cultivo e o cuidado da terra,
para que todos pudessem morar nela, mas o egoísmo e a cultura do
desperdício levaram ao descarte das pessoas mais fracas e necessitadas",
disse o pontífice.
"Em muitas partes do mundo, apesar
da fome e da desnutrição existentes, muitos alimentos são
desperdiçados", acrescentou o papa no Dia Mundial do Meio Ambiente.
As
palavras de Francisco são um claro recado aos que estão criando uma
expectativa de grandes festejos durante sua estadia na Jornada Mundial
da Juventude.
A possibilidade de encontrar opulência nas comemorações do evento
poderá ser uma grande decepção para o papa que mantém a coerência em
seus discursos desde que assumiu o pontificado, insistindo em falar na
pobreza.
Francisco lembrou também que os alimentos
jogados no lixo são alimentos roubados da mesa do pobre, de quem tem
fome. "A ecologia humana e a ecologia ambiental são inseparáveis",
afirmou.
Ele também advertiu que "a pessoa humana está hoje em
perigo". "Na cultura do desperdício, se morrem homens e crianças não é
notícia; se a bolsa cai é uma tragédia", comentou. "Acaba-se por
descartar as pessoas. Deixa-se de respeitar a vida, sobretudo se é pobre
ou incapacitada, ou se ainda não é útil, como a criança que vai nascer,
ou se não serve mais, como o idoso", concluiu.
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