O consórcio
com Petrobras, Shell Brasil, a francesa Total e as chinesas CNPC e
CNOOC venceu o leilão do Campo de Libra, realizado na tarde desta
segunda-feira (21), na Barra da Tijuca. A licitação teve apenas uma
proposta apresentada. O leilão foi realizado Hotel
Windsor, localizado na Barra da Tijuca.
A Petrobras tem 10% de participação, a
Shell, 20%; Total, 20%; CNPC, 10% e CNOOC, 10%. Além disso, a Petrobras
tem outros 30% referentes à parcela mínima obrigatória da estatal
brasileira. Este foi o primeiro leilão de áreas para exploração de
petróleo e gás natural na região do pré-sal sob o regime de partilha de
produção.
O
consórcio oferece para a União 41,65% do
excedente em óleo extraído - oferta mínima determinada no edital -,
além de bônus de assinatura de R$ 15 bilhões e investimentos de R$
610.903.087, para a exploração de uma área de 1.547,76 km quadrados.
Antes da
realização do leilão, a presidente da Agência Nacional de Petróleo
(ANP), Magda Chambriard, destacou a importância da oportunidade para a
aceleração do crescimento e a consequente aceleração da oferta de
empregos no país com a exploração do pré-sal.
Chambriard
ainda destacou o fato de 75% dos royalties do pré-sal serem destinados à
educação e 25% para a saúde, acrescentando que o Campo de Libra renderá
R$ 300 bilhões em 30 anos. "Esperamos muito deste bloco."
O
ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que leilão
significa um tempo novo que se abre no Brasil em matéria de petróleo.
"Libra será um divisor de águas
entre passado e futuro. A descoberta do pré-sal brasileiro mais do que
dobra o estoque de petróleo certificado. E isso representa imensos
recursos para os interesses legítimos do povo brasileiro."
Agentes da Força Nacional de Segurança
lançaram bombas de gás lacrimogênio e avançaram em direção aos
manifestantes na manhã desta segunda-feira, provocando correria entre as
cerca de 300 pessoas que estiveram no protesto contra o leilão do Campo de
Libra, o primeiro do pré-sal brasileiro, que acontecerá no Hotel
Windsor, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Pelo menos sete pessoas ficaram
feridas após ser atingida por bala de borracha.
Banhistas que estavam na praia
ficaram em pânico e correram assustados com crianças e cadeiras nas
mãos. A confusão teria começado após a grade de contenção ser derrubada.
Alguns manifestantes estavam pendurados nas mesmas antes do tumulto,
mas negam terem as derrubado.
A área do hotel foi isolada na manhã
desta segunda-feira para impedir a entrada de manifestantes contra a
realização do leilão do Campo de Libra, o maior certame de petróleo da
História do País, com reservas entre 8 e 12 bilhões de barris. A
operação está marcada para as 14h.
Black blocs, petroleiros em greve e movimentos
sociais que apoiam a paralisação protestaram na região. mm grupo
que estava no local gritava palavras de ordem contra o leilão e está com
faixas e cartazes. Um carro de som também foi utilizado pelo grupo,
formado por integrantes da CUT, representantes de um movimento sem-teto e
de partidos políticos.
Uma barreira de oficiais faz a segurança na
frente do hotel - ao todo 1,100 homens reforçaram a segurança na região,
entre militares – do Exército e da Marinha – , policiais federais e
estaduais, guardas municipais e funcionários públicos.
Cerca de 500 manifestantes protestaram na manhã desta segunda-feira na Avenida Chile, no Centro, em frente à sede da Petrobras.
Além disso, ouve reforço de agentes da Polícia
Civil em delegacias e apoio da Polícia Federal e do Corpo de Bombeiros.
Foram mobilizados ao todo 1.200 homens.
No Windsor, foi montado um centro de
informações do Exército com linha direta para o Centro Integrado de
Comando e Controle, da Secretaria de Segurança. Para fechar o cerco a
manifestações violentas, homens do Batalhão de Choque estão baseados no
terminal Alvorada, na Barra.
O Campo de Libra localiza-se no lado fluminense
da Bacia de Santos, em área superior a 1.500 km². O pregão é a primeira
rodada de licitações do pré-sal, que tem potencial de óleo recuperável
de até 12 bilhões de barris por ano. Também demandará de 12 a 18
plataformas, e de 60 a 90 barcos de apoio, com investimento aproximado
de US$ 180 bi (R$ 390,4 bi).
Os petroleiros foram contra por considerar que se
trata de uma quase privatização do petróleo nacional, porque a
Petrobras ficará só com 30% do óleo extraído.
As recentes denúncias de espionagem feitas pelo
governo norte-americano à estatal colocaram ainda mais lenha na
fogueira. Movimentos sindicais afirmam que o país está ‘entregando seu
ouro negro à especulação internacional’.
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