A ex-senadora Marina Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo
campos,(foto) anunciaram na tarde deste sábado (5/10) a coligação do PSB com o Rede
Sustentabilidade para as eleições presidenciais de 2014. Marina destacou que
não estava pensando num processo que se resume apenas às eleições, mas numa
agenda para o Brasil. Afirmou ainda que estava indo para o PSB numa filiação
simbólica porque o Rede tem seu registro concedido pela sociedade. Ela também não confirmou se será vice de Campos.
“Somos um partido clandestino em plena democracia”, disse
ela. Marina ressaltou ainda que estava alegre pela filiação, mas triste com o que
provocou esse fato porque foi o aviltamento da democracia.
Marina destacou ainda que não pensa num projeto de poder
pelo poder, se resumindo a eleições. “Precisamos iniciar o processo de
governabilidade programática e não governabilidade pragmática, distribuindo o
estado pelos partidos”, disse ela. A ex-senadora afirmou ainda que não estava pleiteando
candidatura, mas se filiava ao PSB para apresentar com Eduardo campos um
programa para a sociedade brasileira que seja capaz de um alinhamento histórico
e sepultar de vez a velha república.
“Vamos aprofundar os nossos programas, mas com certeza isso
aqui não é a Marina entrando em um partido, entrando em uma legenda para ser
candidata. É a Marina entrando em um partido para chancelar o programa da Rede
Sustentabilidade”, afirmou Marina.
Eduardo Campos afirmou em seguida ao discurso de Marina que “quem
entendeu o que as ruas do Brasil, em alto e bom som disseram, quem entendeu o
que aconteceu no Brasil em junho, não tem nenhuma dificuldade de entender o que
ocorre aqui hoje”. E ressaltou dizendo que a filiação de Marina era o desejo de
discutir o Brasil.
“Quero melhorar a politica, alguém que traga
pureza, que traga a voz das ruas. Tenho clareza que nós aqui estamos recebendo
a Rede no PSB para fazer aliança programática porque reconhecemos a Rede como
algo necessário para melhorar a política no Brasil”, disse Campos. Ele destacou
ainda que talvez a coligação entre os dois partidos “não seja a decisão de
maior agrado para quem olha para cena de maneira ligeira. Mas essa é a melhor
decisão para que a gente possa enterrar a velha política no Brasil”.
A decisão de Marina de se filiar ao PSB foi tomada na noite
de sexta-feira (4/10) após ter sido negado o registro de seu partido pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Antes do anúncio, Marina ainda se reuniu com
o presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire, para comunicar sua
decisão. Freire havia convidado Marina para disputar o pleito do próximo ano em
seu partido.
O acordo entre Marina e Campos já vinha sendo costurado
desde quinta-feira (3/10) quando discutiram os termos do acerto. O anúncio da
coligação deveria ter sido feito na sexta-feira, mas Campos se encontrou
pessoalmente com Marina na noite de anteontem para fechar os termos do acerto.
Estava prevista para a tarde de ontem uma entrevista coletiva em que Campos e
Marina divulgariam o acordo.
Marina teve convite de oito partidos para se filiar, mas seu
foco estava no PSB e no PPS por conta de afinidades dessas legendas com o Rede,
além de já possuírem estruturas montadas nacionalmente e nos Estados. Nas
últimas 48 horas, marina enfrentou fortes pressões de seus correligionários.
Uma ala queria que ela não concorresse para manter seus compromissos públicos
com a linha política de seu partido. Outra ala, formada principalmente por
políticos que precisam definir seus destinos políticos, pressionavam Marina
para que colocasse logo em prática o famoso “plano b” e se filiasse a outra
legenda prosseguindo com sua candidatura.
Aécio Neves:
filiação de Marina ao
PSB é "resposta ao PT"
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, divulgou nota
neste sábado (5/10) após o anúncio da filiação da ex-senadora Marina
Silva ao PSB, presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Segundo Aécio, a decisão é uma "importante conquista do Brasil democrático" e "uma reposta às ações autoritárias do PT".
Marina teve negado pelo Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) o pedido de registro da Rede Sustentabilidade, partido idealizado
por ela. A ex-senadora deverá compor a chapa com Campos, se
candidatando como vice-presidente. Leia a nota completa de Aécio Neves:
"O
PSDB considera que a decisão da ex-senadora Marina Silva de se manter
em condições de participar das eleições de 2014, filiando-se ao PSB, é
importante conquista do Brasil democrático.
É
também uma reposta às ações autoritárias do PT, especialmente aos
membros do partido que chegaram a comemorar antecipadamente a exclusão
da ex-senadora do quadro eleitoral do próximo ano, com a impossibilidade
de criação da Rede.
O PSDB acredita que a presença de
Marina Silva fortalece o campo político das oposições e contribui para o
debate de ideias e propostas, tão necessários para colocar fim a esse
ciclo de governo do PT que tanto mal vem fazendo ao País".
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