sábado, 14 de dezembro de 2013

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Nobel da Paz e maior símbolo da luta contra o apartheid depois de Nelson Mandela, o arcebispo Desmond Tutu disse que não comparecerá ao funeral do líder amanhã, por não ter sido convidado pelo governo sul-africano.
"Eu gostaria de assistir à cerimônia para dar um último adeus a alguém de quem gostava e apreciava, mas teria sido pouco respeitoso com Tata [Mandela] aparecer em algo que está planejado como um funeral privado da família", declarou, em um comunicado.
Na verdade, a cerimônia não é exclusiva para a família, apenas o trecho final dela. Cerca de 5.000 pessoas, entre celebridades, líderes políticos e amigos, acompanharão o funeral em Qunu, vila dos ancestrais de Mandela.
Tutu é um crítico do atual presidente, Jacob Zuma, e do partido governista, o Congresso Nacional Africano. Suas denúncias de corrupção, abuso de poder e má gestão econômica o tornaram persona non grata no governo.
Em seu comunicado, Tutu faz uma referência velada à tensão com o governo, ao dizer que não é "bem-vindo".
"Se meu gabinete ou eu mesmo tivéssemos sido informados de que eu era bem-vindo, não perderia por nada no mundo", disse, na nota.
O porta-voz da Presidência, Mac Maharaj, declarou que Tutu está na lista de convidados. "Eu conferi e definitivamente ele está na lista. É uma pessoa muito especial para nosso país. Se existe o mínimo problema, faremos o necessário para solucionar", disse.
É mais um contratempo no atribulado período de luto decretado pelo governo desde a morte, no último dia 5. O governo ficou irritado com as vaias ao presidente Zuma no evento em memória de Mandela na última terça, em um estádio de Johannesburgo, e teve de pedir desculpas após acusações ao homem contratado para traduzir os discursos para linguagem de surdos.

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