sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Sul-africanos fazem homenagem festiva em luto por Nelson Mandela

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DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
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Milhares de sul-africanos se reúnem desde a madrugada desta sexta-feira em diversos pontos do país em memória ao ex-presidente Nelson Mandela, que morreu na noite de ontem aos 95 anos. O ambiente do luto é de celebração pela vida do primeiro mandatário do país após o regime do apartheid.
No bairro de Houghton, em Johannesburgo, centenas de pessoas colocaram velas e flores na frente da casa onde morreu o líder negro. O ambiente era de celebração, com gritos contra a segregação racial ou em homenagem a ele, cantados em coro pela multidão: "Viva Mandela!" ou "Longa vida a Mandela!"
O corpo do ex-presidente foi retirado do local por volta das 3h locais (23h em Brasília) e levado para o hospital militar de Pretória, onde será preparado para o funeral. No local, outro grupo também gritou palavras e expressões de agradecimento.
A unidade de saúde teve a segurança reforçada. Os restos mortais do ex-presidente deverão ficar na cidade por três dias, antes de serem levados para Johannesburgo e para Qunu, aldeia natal de Mandela e onde o corpo será enterrado.

Vigília por Mandela

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Associated Press
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Criança enrolada em tecido com as cores do Congresso Nacional Africano e o rosto de Mandela observa movimento diante da antiga casa, hoje um museu, do ex-presidente sul-africano, em Soweto
O clima de homenagem festiva também se repete na rua onde o ex-presidente morou no Soweto, gueto negro de Johannesburgo. A Vilakazi Street, que foi fechada pelas autoridades locais, recebeu velas e flores dos moradores da região, em sua maioria jovens, que elogiavam o ícone contra a luta racista.
Alguns deles levavam camisas e os rostos pintados com as cores do Congresso Nacional Africano, partido que foi liderado por Mandela e é o mesmo do atual presidente, Jacob Zuma. Um grupo cantava em zulu: "É o soldado de Umkhonto e não há ninguém como ele".
Lesedi Motloung, 19, se afastou da multidão para ter um momento de silêncio."Estou muito triste. Madiba [nome tribal do ex-presidente] foi o herói dos jovens da África do Sul", disse.
Em frente à igreja Regina Mundi, um dos lugares símbolos da luta contra o apartheid, Sebastian, 35, que é padre no Soweto, agradeceu Mandela e afirmou que aconteceu o inevitável. "É um dia triste, mas podemos dar graças a Deus por seu trabalho em vida".
O jornal "The Star", um dos principais do país, o chamou de "herói da humanidade" por ser o ídolo de toda a população sul-africana por seu papel decisivo pelo fim do apartheid.
DESMOND TUTU
Em culto nesta sexta-feira, o arcebispo emérito da Cidade do Cabo e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Desmond Tutu, pediu aos sul-africanos a manutenção da união entre os povos que foi defendida por Nelson Mandela.
"Ao longo de 24 anos de desde sua libertação, Madiba nos ensinou como viver juntos e acreditar em nós mesmos e em cada um", afirmou Tutu, um dos aliados de Mandela e uma das maiores forças religiosas na luta contra o apartheid.
Ele também criticou os que acreditam na entrada em um novo conflito entre negros e brancos após a morte do líder negro. "Sugerir que a África do Sul entrará em chamas é não acreditar nos sul-africanos e no legado de Madiba. O sol vai nascer amanhã, e depois...Não vai parecer tão brilhante como ontem, mas a vida segue".

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