terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Rio

Professores da rede pública fazem passeata no Centro do Rio

Categoria reivindica pontos acordados na greve do ano passado, ainda sem solução

Jornal do BrasilPor Camila Funare*
O ano letivo nas escolas públicas já começou, e com ele as paralisações dos professores das redes municipal e estadual também retornaram. Cerca de 100 profissionais da educação, entre professores e merendeiras, se reuniram na tarde desta segunda-feira (24), na prefeitura do Rio, no Centro da capital fluminense, para reivindicar pontos da greve de 2013 já acordados com a prefeitura, mas que ainda não entraram em vigor, e apontar novos problemas na categoria.
Entre as principais reivindicações está 1/3 do planejamento das atividades do município, que estava previsto para ser definido durante as reuniões do grupo de trabalho (GT), entre os representantes do Sindicato dos Profissionais da Educação (SEPE) e membros da prefeitura. Com o encontro desta segunda, foram somadas sete reuniões. Reuniões estas que estavam previstas no acordo do fim da greve do ano passado.
Entre os membros da comissão que acompanharam o GT de hoje, estava a coordenadora do Sepe, Suzana Gutierrez. Para ela, o encontro não apresentou nenhum avanço desde sua primeira reunião. “Há muito tempo a gente vem questionando a informalidade desses GTs, inclusive, já procuramos o Ministério Público para questioná-los. O governo diz que não tem condições de aplicar esse 1/3 de atividades extraclasse para 2014, jogando tudo para o ano seguinte. Nossa cobrança é para que o cronograma seja seguido, além de exigirmos, mais uma vez, que a prefeitura abra orçamento para a educação. Alegam que não há verba, mas dados públicos disponíveis na internet comprovam que existe verba para o setor”, explicou.
De acordo com a sindicalista, a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, não pôde receber a comissão do Sepe, pois estava de férias. Portanto, o subsecretário de Gestão de Pessoas, Paulo Figueiredo, teve que receber o grupo. Na reunião foi agendado um novo encontro para o dia 24 de março, com o subsecretário e o secretário da Casa Civil, Pedro Paulo, a fim de ouvir as reivindicações da categoria.
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Após a insatisfação com o resultado da GT de hoje, o grupo de manifestantes pegou o metrô na estação Cidade Nova e marcou um novo encontro na Candelária. Lá, os professores decidiram seguir, em passeata, da Avenida Rio Branco até a Cinelândia. Como o trânsito no Centro do Rio foi alterado, por conta das obras, os manifestantes tiveram que escolher em qual das vias de acesso à Avenida circulariam. Pela direita, que possui três faixas e poderia causar um congestionamento no trânsito da Avenida Presidente Vargas, e consequentemente Tijuca, ou, o acesso pela esquerda, que possui duas faixas, e menor circulação de veículos. Um agente da CET-Rio, inclusive, sugeriu que o grupo seguisse pela via da esquerda, a fim de diminuir os impactos no trânsito, mas uma breve reunião com os líderes do movimento decidiu pelo acesso da direita, sentido Cinelândia.
Ao ser questionada sobre o protesto atrapalhar o trânsito, e consequentemente a circulação da população que apoia a categoria, a coordenadora do Sepe, Márcia Moraes, disse que essa era uma situação inevitável no protesto. “Toda vez que tem passeata, não tem jeito, acaba atrapalhando o trânsito. Mesmo se a gente fosse na contramão da Avenida, também atrapalharia o tráfego. Se fossemos pela contramão não teríamos visibilidade nenhuma. Nossa passeata não vai ser grande, vamos demorar no máximo 40 minutos para atravessar a Avenida, então não vai atrapalhar os trabalhadores”, disse.
De acordo com o comandante da PM, Major Maforte, 40 homens do 4° Batalhão da Polícia Militar, de São Cristóvão, e 60 homens do Batalhão de Grandes Eventos, escoltaram os professores durante a passeata. Número, inclusive, questionado pelos manifestantes, visto que a quantidade de profissionais era quase a mesma que de policiais.
O protesto ocorreu de forma pacífica e com clima de carnaval. Enquanto percorriam a Avenida Rio Branco, professores cantaram paródias de marchinhas de carnaval, como: “Se a educação não melhorar, olê olê olá, o Rio vai parar”. Além de hinos provocativos contra o prefeito Eduardo Paes e o governador Sérgio Cabral: “Educação na rua, prefeito a culpa é sua”.
De acordo com o Sepe, a próxima reunião da categoria será uma assembleia marcada para o dia 15 de março, às 14h30. O local ainda não está definido. O próximo encontro do GT está marcado para o dia 25 de março.
*Do projeto de estágio do Jornal do Brasil

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