Morre a ex-vereadora Antônia Leitão

Publicado em 03/07/2015

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Ascom Câmara

"Completando 94 anos de idade, pensei: 'Vou parar por aqui: os compromissos e responsabilidades maiores terminam'. Decisão tomada, começaram a fervilhar as cobranças: ' Como é Antônia? E o próximo livro, quando surgirá?". O trecho foi tirado do quinto e último livro "Flashes", da escritora campista Antônia Leitão, que ontem, por volta das 5h30, morreu aos 96 anos. Hoje, quem escreve são os familiares e amigos que prestam as últimas homenagens. 

"Ela teve uma grande atividade na vida política de Campos por ser dona de uma disposição para guerra. Foi admirada pela coragem e pelos sonhos que fazia. Sinto orgulho por ter sido criado e educado por essa mulher", disse o sobrinho Winston Churchil. "Até o último minuto da sua vida soube viver como dignidade. No hospital a gente citava o poema de Fernando Pessoa: 'Tenho uma espécie de dever de sonhar sempre, pois, não sendo mais, nem querendo ser mais, que um espectador de mim mesmo, tenho que ter o melhor espetáculo que posso. Assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, palco falso, cenário antigo, sonho criado entre jogos de luzes brandas e músicas invisíveis'", citou a sobrinha e amiga Nana Rangel. 

Antônia estava internada no hospital Prontocardio, onde foi submetida a uma cirurgia por causa de um edema pulmonar em função do rompimento de uma válvula do coração. 

Ela foi a segunda mulher a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal de Campos, tendo exercido o mandato pelo PMDB, partido que fazia oposição ao governo militar entre os anos de 1973 a 1976.

O velório aconteceu ontem na Capela da Santa Casa e o sepultamento está previsto para este sábado (04) às 10h, no Cemitério do Caju. 

A prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, disse que Antonia Leitão foi exemplo de mulher forte e destemida. "Ela teve um papel importante na política de Campos e que vai embora, mas deixa seu nome na história", falou.