Cavalgada na Coxilha Rica atrai turistas estrangeiros de sete países
“O que atrai tanta gente para conhecer a Coxilha é a natureza encantadora, com muita diversidade, águas limpas e uma vastidão de campos preservados. Eles não encontram uma região preservada tão grande assim no mundo para cavalgar.
— Robério Bianchini
— Robério Bianchini
Eles percorrem 180 quilômetros em três municípios: Painel, Lages e Capão Alto, cumprindo este trajeto em sete dias. (Fotos: Marcio Avila)
O que para muitos é um pedacinho do paraíso, com belezas naturais únicas, rios límpidos, araucárias centenárias, animais nativos e suas taipas de pedras que se perdem no horizonte, ultrapassou as fronteiras da Serra Catarinense e tornou-se um ponto turístico internacional. Há alguns anos as fazendas da Coxilha Rica vêm sendo rota de apaixonados pelas cavalgadas, na sua forma mais rústica, com as divertidas pousadas em grupo, regada por muita comida típica e ao som da gaita tradicionalista que anima o encontro, assim como os tropeiros que muito passaram por estas paragens, em outras épocas.
Há cerca de uma semana um grupo de turistas estrangeiros está na região em uma expedição organizada pela agência Coxilha Rica Turismo Eqüestre. Ao todo são 14 pessoas de sete nacionalidades. Juntos estão mexicanos, alemães, franceses, americanos, ingleses, irlandeses e belgas. Eles percorrem 180 quilômetros em três municípios: Painel, Lages e Capão Alto, cumprindo este trajeto em sete dias, tendo uma fazenda diferente em cada parada para o almoço, jantar e pernoite.
Na noite de quinta-feira (24), a pousada foi na Fazenda Ferradura, de propriedade de Benjamin Kuse de Faria, mais conhecido com o Tio Beja, na localidade de Cajuru. Lá o grupo pode conhecer as comidas típicas, como a carne de panela, farofa com pinhão, truta grelhada, pudim de leite com doce de figo, e outras delícias da culinária serrana. Depois o encontro ficou ainda mais animado, acompanhado pelos vinhos de altitude da Serra Catarinense e apresentação de alguns representantes do grupo artístico do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Anita Garibaldi. Ao final da noite, o tradicional “Parabéns a você” foi entoado em sete idiomas, em homenagem aos aniversariantes do grupo.
Para o secretário do Turismo, Flávio Agostini, as cavalgadas para turistas estrangeiros, realizadas na Coxilha Rica, são muito importantes para o fomento do turismo na região. “As cavalgadas já fazem parte da nossa cultura e com a desvalorização do real aumentou muito a vinda de estrangeiros para o Brasil, e isso reflete muito na nossa economia. Esta atividade gera trabalho e renda no meio rural, entre os fazendeiros, para os artistas, parte receptiva e comércio, movimentando a economia local e projetando a região para outros países”, diz.
Autenticidade da Coxilha encanta os turistas
Cavalgando quase oito horas diárias, passando por 14 fazendas, inclusive algumas centenárias, e sendo muito bem recepcionados pelos anfitriões, os turistas se encantam com a beleza da Coxilha e a hospitalidade do povo serrano. O mexicano Elias Alvarez diz que cavalgou por toda sua vida; é um apaixonado pelo cavalo e belas paisagens. Afirma ainda que, em todas as cavalgas por onde passou, em países como Espanha, Colômbia e México, foi no Brasil, neste pedaço de chão chamado Coxilha Rica, que teve o maior encantamento. “São os melhores cavalos, uma paisagem autêntica e o mais importante, uma gente muito amável. Com certeza quero voltar”, diz.
Sempre preocupado com o bem estar do seu animal, nesta cavalgada passeou tranquilo pelos campos abertos e água pura. “No México não temos rios límpidos, mas aqui foi diferente, sempre que meu cavalo quis beber água, não tive medo de deixá-lo ir direto à fonte. Isso é maravilhoso”, comenta.
A americana, Emily White, esteve pela primeira vez no Brasil depois de cavalgar mundo a fora. “Quando estamos em campo adoramos estes ambientes rústicos, espaços antigos e a gastronomia local. Aqui tivemos tudo o que amamos!”, diz eufórica.
Turismo eqüestre cresce na região
Há 14 anos o agente de turismo Robério Bianchini, de Lages, iniciou uma parceria com o mexicano Paul Coudenys, que também realizava expedições turísticas em alguns países do Mercosul, como Colômbia, México, Chile e Venezuela. Assim surgiu a agência de turismo Gaúcho do Brasil, que hoje traz turistas do mundo inteiro, através de convênios com agências de 25 países diferentes, para conhecer o pantanal mato-grossense e as cavalgadas da Coxilha Rica. “O que atrai tanta gente para conhecer a Coxilha Rica é realmente a natureza encantadora, com muita diversidade, águas limpas e uma vastidão de campos preservados. Eles não encontram uma região preservada tão grande assim no mundo para cavalgar. Ficam impressionados quando chegam aqui”, diz Robério.
Na medida em que os passeios foram divulgados, a procura de estrangeiros aumentou e atualmente chega a 300 cavalgadas ao ano na região serrana. “Esse tipo de turismo cresce muito no mundo todo e precisamos fomentar isso no Brasil, aproveitando regiões únicas como a Coxilha. São pessoas que querem conhecer outras culturas, mas o que une este grupo, com idiomas tão diferentes e a dificuldade em se comunicar, ainda é a paixão pelo cavalo”, diz Paul.
Uma boa notícia para o fomento da atividade turística na região da Coxilha Rica, e que deixou entusiasmados os agenciadores, é o início de operação de voos comerciais no Aeroporto de Lages, com rota de Lages a São Paulo, previsto para maio. “Temos turistas que chegam a voar até 26h para chegar ao Brasil, e ainda precisavam pegar mais 3h de viagem pela estrada para virem de Florianópolis até aqui, chegando muito cansados. Esta medida vai facilitar muito para o turismo na região”, acrescenta Paul.
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