Dilma: ‘No passado chamaram de revolução, hoje tentam dar um colorido democrático ao golpe’
“São as milhares de Jéssicas que irão mudar radicalmente a desigualdade no Brasil”. Essa foi uma das frases ditas pela presidenta Dilma Rousseff no início da tarde desta quinta-feira, durante o Encontro de Intelectuais e Artistas em Defesa da Democracia, no Palácio do Planalto. Dilma referia-se à personagem do filme “Que horas ela volta?”, da diretora Anna Muylaert, em que a filha de uma empregada ascende socialmente graças aos programas sociais que vêm sendo implantados desde o primeiro governo Lula.
“Rompemos com a lógica de fazer o bolo crescer para depois repartir. O fim da miséria é só um começo“, disse Dilma, ressaltando que o golpe tem vários nomes. “Em 64 foi a forma militar. Agora está havendo a ocultação do golpe com processos aparentemente democráticos. Se no passado chamaram de revolução, hoje tentam dar um colorido democrático a um golpe porque não tem base legal para ser feito.”
Ao citar a presença de Rose Nogueira, sua companheira de cela durante a ditadura, Dilma emocionou a plateia, formada entre outros por atores como Letícia Sabatella, Osmar Prado, Aderbal Freire Filho e Antônio Pitanga, além de intelectuais como Luiz Pingueli Rosa e o professor da Unicamp Eduardo Fanhani. Ela ressaltou o caráter democrático do evento. “Aqui estão pessoas que não necessariamente votaram em mim, mas fizeram parte do processo democrático“, disse.
A presidenta defendeu ainda o fim do ódio “para que o país não sofra rupturas entre seus integrantes“, citou a recusa de uma médica em tratar uma criança por ela ser filha de uma integrante do Partido dos Trabalhadores e disse ser muito difícil administrar a economia do país sofrendo com o “quanto pior, melhor” da oposição. “Enfrentamos muitas ‘pautas-bombas’ no Congresso, pautas que reforçam o quanto pior, melhor“.
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