sexta-feira, 4 de março de 2016

GOVERNO

Acusações contra o governo são um conjunto de mentiras, diz Cardozo

Democracia

O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, reforçou posição do Advogado-Geral da União e afirmou que supostas denúncias têm ‘muita poeira e pouca materialidade’
por Portal BrasilPublicado04/03/2016 11h29Última modificação04/03/2016 11h29
Foto: José Cruz/Agência Brasil“Se há uma suposta delação premiada, nós temos, no conjunto do que foi apresentado e naquilo do que eu sou referido diretamente e a presidenta Dilma Rousseff também, um conjunto de mentiras”, disse Cardozo
“Se há uma suposta delação premiada, nós temos, no conjunto do que foi apresentado e naquilo do que eu sou referido diretamente e a presidenta Dilma Rousseff também, um conjunto de mentiras”, disse Cardozo
O novo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, e o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, refutaram nesta quinta-feira (3) as acusações feitas contra o governo federal, conforme material publicado em um órgão de imprensa. As acusações citam suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral.
Cardozo disse, durante a transmissão de cargo para o novo titular do Ministério da Justiça, Wellington César Lima e Silva, que as acusações são um “conjunto de mentiras”. Em outro momento, Wagner afirmou que as supostas denúncias “têm muita poeira e pouca materialidade” e disse estar preocupado com as instituições democráticas brasileiras e chamou de crime o vazamento de uma suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral.
“Se há uma suposta delação premiada, nós temos, no conjunto do que foi apresentado e naquilo do que eu sou referido diretamente e a presidenta Dilma Rousseff também, um conjunto de mentiras”, apontou Cardozo. Ele contestou, principalmente, as supostas declarações do senador Delcídio do Amaral à Justiça. Segundo um órgão de imprensa, ele teria negociado previamente nomeações de ministros para tribunais a fim de influenciar julgamentos de acusados pelas operações da Polícia Federal (PF).
“No período que estive no Ministério da Justiça, já tive 16 ministros nomeados para o Superior Tribunal de Justiça, sendo que 14 já foram empossados. Cinco nomeações entre os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal. Vocês podem procurar cada um desses ministros e indagar se, em algum momento eu busquei, ou alguém buscou em nome do governo, algum tipo de negociação para casos concretos”, afirmou.
O ministro garantiu que o governo não interfere em investigações da Polícia Federal e, muito menos, em julgamentos do Poder Judiciário. “Se nós não interviemos na PF, que está sob nossa situação, se eu não procurei nomear um superintendente que parasse a investigação, se eu não tirei um delegado, se eu não fiz nada disso sob o meu território, porque eu iria enveredar sobre território alheio de outro Poder?”.
Jaques Wagner falou sobre o tema durante entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto, após a abertura de uma oficina de trabalho do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). A reunião foi realizada para definir o plano e a agenda do conselho para o atual mandato.
“Sou um democrata apaixonado e hoje muito preocupado com a democracia brasileira, porque isso não constrói nada. Isso, na minha opinião, vai jogando por terra as instituições brasileiras. E na hora que você não tem instituição, que por exemplo, quem fez o vazamento? Alguém vai apurar ou fica para as calendas mesmo? Isso é um crime gravíssimo. Porque está sob sigilo de Justiça”, afirmou.
Ainda sobre o conteúdo da reportagem, Wagner lamentou que se divulguem informações que depois, muitas vezes, não são confirmadas. “Prefiro ser objetivo, fático. Esse fato é intolerável numa república democrática de direito. Se faz um linchamento, seja de quem for, para depois alguém dizer: ‘Não valeu, não vale nada’”. 
Nesse sentido, o ministro comparou o atual episódio com o chamado escândalo da Escola Base, da década de 1990, em que os donos de  um colégio de São Paulo foram inocentados anos depois de denúncias de abuso infantil.
“Eu sempre gosto de lembrar do caso daquela escola de São Paulo. Tocaram fogo na escola, tocaram fogo na família, tocaram fogo nas pessoas para, dois anos depois dizer: ‘Ih, não era nada disso’. Então, acho que isso aqui é um absurdo completo. Um órgão de imprensa, é estranho porque o furo poderia ser domingo, caberá sempre a pergunta: a que interesse cabia a antecipação da revista? Ia se perder o furo ou era a preparação de alguma coisa? Então eu acho que esse é um descaminho da democracia brasileira”. 
O ministro lamentou ainda que esse tipo de prática vire “pauta única “ do dia e contamine toda a agenda do País, relegando para segundo plano fatos importantes, como a posse dos novos ministros, também ocorrida hoje.

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