sexta-feira, 1 de abril de 2016

Lideranças de Matrizes Africanas registram casas religiosas

01/04/2016 16:04:00 - Jornalista: Thaisa Araújo
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Foto de pessoas com alvarás nas mãos
Foto: Thaisa Araújo
Formalização contribui para garantia de direitos e valorização da cultura africana
Representantes da Vice Presidência de Preservação e Promoção de Igualdade Cultural e Racial do Município (CPPIR) acompanharam, esta semana, lideranças de matrizes africanas para fazer a formalização de suas casas religiosas. A ação é resultado do trabalho que se iniciou em 2015, relativas ao mapeamento de terreiros, da catalogação e auxílio nos processos de legalização desses locais religiosos. A proposta da formalização visa garantir a valorização e resgate das tradições afro-brasileiras além de assegurar os direitos e deveres dos praticantes da religião.
As casas religiosas lhê Ache Odê Coifa - Axe Gege Mahim e Tenda Espírita Caboclo Pedra Branca - Ilé Asé Odé optaram pela formalização. A casa africana Axe Gege Mahim se destaca entre os imóveis simples da rua W20 no Lagomar. Foi fundada no ano de 2000 por João Odê que dirige a casa e a mantém junto com seus filhos de santos. Aproximadamente 60 pessoas frequentam o local. João já sabia sobre a possibilidade da formalização, mas foi no V Seminário de Religiões de Matriz Africanas realizado em Macaé que fez com que tomasse a decisão de formalizar.

- Obtivemos algumas colaborações como o CNPJ e outras garantias de direitos, mas oficializar uma casa de santo é uma forma de nos proteger contra qualquer ato de desrespeito e intolerância à nossa crença religiosa - ressalta João.

No bairro Barra Sul, a Tenda Espírita Caboclo Pedra Branca também optou pela formalização. Fundada por Glaucia Aprígio, diretora e líder religiosa desde 1998, desenvolve cultos de Umbanda e o Candomblé, desde 2010. Na região é a única casa espírita de matriz africana entre tantas igrejas evangélicas, mas existe respeito entre todos. "Nunca tivemos problemas com os frequentadores das outras igrejas em nosso bairro. Cada um no seu canto. Mas é necessário que os seguidores das religiões de origens africana tenham direito de se expressar, de pregar e louvar seus orixás", enfatiza Glaucia sobre como a falta de informação entre a população podem levar as práticas de discriminação, inclusive religiosa.

Para Zoraia Braz, Vice Presidente da CPPIR, a formalização das casas religiosas de matriz africana é um avanço, um desdobramento das ações que vêm sendo feitas pelo poder público com a participação da sociedade civil. "Lançamos a cartilha para Legalização de Casas Religiosas de Matriz Africana para que se torne um instrumentos para as comunidades de terreiro com interesse na formalização e para aqueles já registrados. A formalização é um grande passo. Trata-se também da valorização da cultura africana e da garantia que essas manifestações possam acontecer de forma segura para seus adeptos", explicou Zoraia.

Em julho de 2015, a Prefeitura de Macaé, por meio da CPPIR, lançou, durante V Seminário de Religiões de Matriz Africana a cartilha "Legalização de Casas Religiosas de Matriz Africana do Município de Macaé" que oferece informações para as comunidades de terreiros que tenham interesse na formalização.

Para ter acesso a cartilha, clique aqui.

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