Projeto Lugares de Memória leva 50 pessoas ao Parque Atalaia
30/05/2016 09:53:00 - Jornalista: Alexandre Bordalo
Foto: João Barreto
Mostra permanente no Parque Atalaia destaca importância ambiental e histórica do local
Dentre as atrações desse dia, as pessoas caminharam por uma trilha de quase um quilômetro, contemplando diversos tipos de plantas e árvores, refrescando-se numa temperatura mais amena por causa da Mata Atlântica. Segundo o biólogo Alexandre Bezerra, que palestrou para o grupo, são cerca de 550 visitantes por mês, que passam a conhecer as maravilhas desse parque.
Ele disse que a importância do Parque Atalaia, distante 27 quilômetros de Macaé e situado na RJ 168 (que leva ao Distrito de Córrego do Ouro), é que além de preservar a biodiversidade e os mananciais hídricos, também resgata, compreende e valoriza a história da região. “Nós do Parque Atalaia buscamos promover a Educação Ambiental, apoiar o Ecoturismo e valorizar pesquisas científicas para a preservação da Mata Atlântica”, garante. Mostrou em slides os mapas da região e do município de Macaé, relatando que a história da cidade vai além do ciclo do petróleo.
Adrenalina num trabalho cheio de aventuras
Para fornecer as dez fotos que compõem a sala de exposição ‘Memórias das Águas’, o fotógrafo Rogério Peccioli, do Solar dos Mellos, clicou cerca de 600 fotografias, em 14 incursões pelo Parque Atalaia. As fotos expostas mostram a centenária captação de água do parque, que no século passado abastecia a cidade, facilitando seu crescimento econômico.
- Quando fotografei a cachoeira do Escorpião, que se localiza a quase quatro quilômetros mata adentro, com muitas pedras íngremes, meu guia (Alexandre Bezerra) escorregou e quebrou o pé. Como o local era mata fechada, tive de percorrer quatro mil metros para chamar a Guarda Municipal, que socorreu a vítima – conta Rogério.
Ele disse que é extremamente válido preservar os mananciais hídricos, a fim de que as futuras gerações também possam usufruir disso. "A sala de exposição 'Memórias das Águas' contribui para disseminar a conscientização das pessoas sobre os cuidados com a Mata Atlântica", avalia.
O Solar dos Mellos está ligado à Fundação Macaé de Cultura e, além de ceder o profissional de fotografia para esse trabalho, também doou os quatro painéis que compõem a mostra permanente no Parque Atalaia.
Um caminho fantástico
Conduzido pelo ambientalista Vicente Klonowski, o grupo aprendeu que na trilha do Parque Atalaia há um jardim de Heliconias, espécie medicinal. O Jamborandi tem o aroma importante para fábricas de cosméticos. A planta Perta-Ruão colabora para evitar inflamações em úteros.
- No parque e na trilha também há Cedro, Vinhático e Jequitibá, que são madeiras de lei. Os pajés usavam o Anjico (planta) como alucinógeno, com potencial para curas. A Imbaúba era madeira usada pelos senhores de escravos para compor as senzalas. Esta era carbonizada, seu fruto alimenta tucanos, jacus, preguiças e macacos bugios – explica o ambientalista.
Durante a pequena peregrinação, observa-se uma colônia de saúvas e a árvore mais alta da trilha: uma figueira branca. Além do mais, pode-se ver o palmito Jussara, muito utilizado em pratos sofisticados. Também existe nessa trilha um bosque de palmeira Iri, cujo broto é útil aos artesãos e o seu coquinho importante para alimentar a fauna.
Amor a Macaé
A dona de casa Tereza Cristina Kautscher, de 59 anos, disse que o passeio mostrou-lhe a importância de se preservar o meio ambiente. “A floresta é muito bela e aqui se valoriza a vida, a fauna, a flora, a água, o oxigênio...”, pontua.
Já o agente comunitário Nathan de Freitas Silva, de 51 anos, ressaltou que a preservação da natureza é muito necessária para nossos filhos e netos.
A comerciária aposentada Maria da Glória de Jesus, de 61 anos, achou o contato com a natureza maravilhoso. ”Aprendi sobre a história de Macaé, fato que aumenta nosso amor pela terra em que vivemos”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário