sábado, 6 de agosto de 2016

Brasil apresenta o Plano de Legado dos Jogos. Instalações olímpicas integrarão a Rede Nacional de Treinamento

Novas arenas e locais de competição encabeçam a rede, que abrirá o caminho para o esporte da iniciação ao alto rendimento
As instalações do Parque Olímpico da Barra da Tijuca e do Complexo Esportivo de Deodoro integrarão a Rede Nacional de Treinamento, dando continuidade ao desenvolvimento do esporte de base e o de alto rendimento, anunciou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, na tarde desta quinta-feira (04.08), ao lado do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Eles apresentaram, no auditório do Rio Media Center, o plano de legado das instalações esportivas construídas e reformadas para os Jogos Rio 2016, e o destino dos equipamentos e materiais esportivos adquiridos para o megaevento. O plano é resultado da parceria entre os dois entes, com apoio do Comitê Olímpico do Brasil, do Comitê Paralímpico Brasileiro e das diversas entidades esportivas do país.
"A formação do legado olímpico é a principal prioridade do Ministério do Esporte. Os Jogos Olímpicos duram 16 dias e os Jogos Paralímpicos duram 11 dias, mas o fundamental é que esses equipamentos fiquem para o Rio de Janeiro, para o país e para as futuras gerações", afirmou Picciani.
Segundo o plano apresentado pelo ministro, as instalações na Barra da Tijuca e em Deodoro integrarão os Centros Olímpicos de Treinamento (COT). A gestão e a manutenção das instalações ficarão a cargo da iniciativa privada, do Exército Brasileiro e das confederações esportivas, por meio de convênios com o Ministério do Esporte.
"A Rede Nacional de Treinamento será o carro-chefe do nosso plano de legado. Os repasses de recursos estarão vinculados a projetos realizados dentro das instalações da Rede. O Plano de Legado do Governo Federal é baseado nesta rede e vai unificar todos os equipamentos esportivos do Ministério do Esporte no país, desde dos centros de iniciação locais até os centros de alto rendimento", explicou o ministro.
Parque Olímpico da Barra da Tijuca. Foto: brasil2016.gov.br
Parcerias
Na Barra da Tijuca, a responsabilidade será de Parceria Público-Privada (PPP) da Prefeitura do Rio, com a participação de confederações.
"É uma concessão que foi lançada no dia 30 de junho. O objetivo desta PPP é a manutenção e operação das instalações do Parque Olímpico. O complexo também ganha uma pista de atletismo que é uma obrigação da PPP na construção do local", ressaltou o prefeito Eduardo Paes.
Já no Complexo Esportivo de Deodoro, a gestão vai ser realizada pelo Exército Brasileiro em parceria com entidades esportivas. Na região, o Parque Radical, com os circuitos de canoagem slalom, mountain bike e a pista de BMX, será concedido à Prefeitura do Rio, permitindo o desenvolvimento do esporte - atribuição das confederações - e a oferta de lazer para a comunidade.
"A gente reafirma o nosso compromisso de fomentar e promover as atividades esportivas em áreas que estão sob cuidado da prefeitura como o Parque da Barra e o Parque Radical e a prefeitura se compromete a disponibilizar dentro do calendário de competições esses equipamentos para o uso esportivo", disse o ministro do Esporte, Leonardo Picciani.

Rede Nacional
A Rede Nacional de Treinamento foi criada pela Lei 12.395/2011, com o objetivo de interligar as instalações esportivas e oferecer espaço para detecção de talentos, formação de categorias de base e treinamento de atletas e equipes, com foco em modalidades olímpicas e paralímpicas. Também pretende aprimorar e permitir o intercâmbio entre técnicos, árbitros, gestores e outros profissionais do esporte.
A gestão das instalações, com foco no desenvolvimento do esporte, da iniciação ao alto rendimento, seguirá as diretrizes da rede, publicadas pelo Ministério do Esporte no Diário Oficial da União na última terça-feira (02.08).
A rede será composta por instalações construídas e equipadas pelo Ministério do Esporte, em parceria com entidades esportivas, prefeituras e governos estaduais. Entre elas, instalações fora do Rio de Janeiro (RJ), como o Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas (BA), a Arena Caixa de Atletismo, em São Bernardo do Campo (SP), o Centro de Excelência em Saltos Ornamentais, em Brasília (DF), o Velódromo de Indaiatuba (SP), o Centro de Canoagem, em Foz do Iguaçu (PR), o Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, que comporta 15 modalidades, em São Paulo (SP), o Centro de Desenvolvimento do Handebol, em São Bernardo do Campo (SP) e o Centro de Formação Olímpica do Nordeste, em Fortaleza (CE). E instalações equipadas, como os 16 centros de ginástica, montados em 13 cidades brasileiras e os 29 clubes e ginásios de basquete em todo o país, entre outras.
Equipamentos e materiais esportivos
Outro importante legado dos Jogos Rio 2016 é formado por 216 tipos de materiais e equipamentos esportivos adquiridos pela União, com investimento de R$ 118,7 milhões. Com o encerramento das competições, parte desses itens ficará com as Forças Armadas e o restante será destinado a prefeituras e governos estaduais, além de confederações. O Ministério do Esporte lançará edital de chamada pública para a seleção de interessados.
Entre os itens, estão piscinas e pisos oficiais para badminton, tênis de mesa, handebol, pentatlo moderno, bocha, goalball, boxe, esgrima e rúgbi em cadeira de rodas. Além disso, foram adquiridos materiais esportivos do atletismo, do halterofilismo, do levantamento de peso e do taekwondo.
Os mais de 2.800 equipamentos e materiais esportivos adquiridos pelo Comitê Organizador Rio 2016 também poderão ser doados após as competições. No início de julho, o Ministério do Esporte estabeleceu as diretrizes para o processo. Como foram adquiridos com isenção fiscal, esses itens continuarão isentos se forem doados a escolas e universidades (federais, estaduais ou municipais) e às Forças Armadas. Caso a doação seja feita a confederações, clubes ou outras entidades privadas, o Ministério do Esporte certificará a entidade e validará o projeto de uso. De posse do certificado de validação do projeto, o Comitê Rio 2016 encaminha a documentação à Receita Federal para que os equipamentos possam ser doados mantendo-se a isenção fiscal.
Laboratório de Controle de Dopagem
A construção e a equipagem da nova sede do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), instalado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e a reforma e construção de instalações esportivas em unidades militares no Rio de Janeiro (RJ) completam o legado dos Jogos. Para a construção da nova sede, o LBCD recebeu investimentos de R$ 151,3 milhões do Governo Federal, além de outros R$ 74,6 milhões para a compra de equipamentos e materiais. O laboratório foi reacreditado pela Agência Mundial Antidopagem em maio de 2015, passando a ser o 34º do mundo credenciado pela instituição e o segundo da América do Sul. O outro fica em Bogotá, na Colômbia.
A tecnologia do controle de dopagem é a mais sofisticada possível, e cadeias produtivas de vários setores dependem de análises químicas qualificadas como as que são desenvolvidas para essa finalidade. O Brasil, portanto, ganhará conhecimento técnico-científico, porque o LBCD, além de fazer análises de sangue e urina para identificar dopagem, continuará atuando em pesquisas científicas e tecnológicas em diversas áreas, no ensino acadêmico e na formação de profissionais especializados.
Os investimentos em unidades militares e na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ ultrapassaram R$ 200 milhões. As instalações esportivas já estão sendo usadas como locais de treinamento das delegações brasileira e estrangeiras. Após as competições, serão incorporadas à Rede Nacional de Treinamento. Os investimentos em unidades militares foram feitos no Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx), na Escola Naval, na Universidade da Força Aérea (Unifa), no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan) e no Clube da Aeronáutica (Caer).
Michelle Abílio - brasil2016.gov.br

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