sábado, 25 de março de 2017

Atualidade

Três mercados importantes reabrem suas portas para a carne brasileira

AFP / Yasuyoshi ChibaO anúncio da reabertura do mercado chinês foi feito pelo ministério da Agricultura, atribuindo a notícia à "solidez e qualidade do sistema sanitário brasileiro"
O estratégico mercado da carne brasileiro recebeu uma boa notícia neste sábado com o anúncio da retomada das importações pela China, Egito e Chile, três dos seus principais importadores.
O anúncio da reabertura do mercado chinês foi feito pelo ministério da Agricultura, atribuindo a notícia à "solidez e qualidade do sistema sanitário brasileiro" e comemorando "uma vitória de nossa capacidade exportadora".
O ministério informou que as únicas restrições ainda em vigor dizem respeito aos produtos das 21 plantas investigadas no inquérito que deu origem ao escândalo, cujas consequência são potencialmente devastadoras para o maior exportador mundial de carne.
O presidente Michel Temer comemorou em um comunicado a decisão chinesa como um sinal de "reconhecimento da confiabilidade".
A China é o segundo comprador de carne bovina brasileira, atrás de Hong Kong, com mais de 703 milhões de dólares de importações em 2016. Quanto à carne de frango, o país asiático importou quase 859,5 milhões de dólares.
O escândalo teve início quando a Polícia Federal revelou que grandes exportadores corrompiam funcionários públicos para certificar a carne avariada como própria para consumo.
Após o escândalo, mais de 20 mercados restringiram a entrada ou intensificaram seus controles sobre as carnes brasileiras e as vendas para o exterior caíram de 63 milhões de dólares diários para apenas 74 mil dólares.
Egito e Chile
O Egito, terceiro comprador de carne bovina do Brasil, com 551,2 milhões de dólares em importações, seguiu o exemplo da China e retirou seu embargo.
"As importações foram suspensas até que compreendêssemos o que se passava. Agora, elas serão retomadas, mas não importaremos mercadorias dos abatedouros ou plantas investigadas", explicou à AFP uma fonte do ministério egípcio da Agricultura.
Quanto ao Chile, sexto importador com mais de 300 milhões de dólares em negócios, retirou o veto às importações de carne do Brasil, mas manteve a medida aos 21 frigoríficos visados.
O anúncio foi feito pelo Serviço Agrícola de Pecuária (SAG, na sigla em espanhol), que havia adotado o veto à carne brasileira na segunda-feira passada.
O SAG informa em um comunicado que "decidiu modificar a restrição de importação à carne brasileira, mantendo por precaução a suspensão das importações de carne bovina, suína e de ave a apenas 21 estabelecimentos que se viram envolvidos na rede de corrupção".
A medida foi adotada após a viagem ao Brasil de inspetores do SAG para verificar a condição sanitária dos principais frigoríficos que exportam carnes para o Chile.
Estes anúncios ocorrem quando as autoridades brasileiras tentam frear a queda das exportações de um setor-chave de sua economia, o da carne, que para o presidente Michel Temer "é a melhor do mundo".
O golpe mais duro veio na sexta-feira de Hong Kong, o maior importador da carne vermelha brasileira, cujo governo determinou a retirada dos produtos frescos e congelados - incluindo a carne de frango - dos estabelecimentos sob suspeita.
Hong Kong, que em 2016 comprou carne bovina brasileira por mais de um bilhão de dólares, adotou esta decisão por não poder "eliminar completamente os perigos ocultos em termos de segurança alimentar", explicou o secretário de Saúde, Ko Wing-man.
A União Europeia, por sua vez, anunciou que recusará e devolverá ao Brasil os envios já "a caminho" dos estabelecimentos envolvidos no escândalo, enquanto reforça seus controles "para garantir [a qualidade] das importações do Brasil".

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