quarta-feira, 29 de março de 2017


Plano de saúde dos Correios teve deficit de R$ 1,6 bi, diz presidente da empresa

   
Anderson Vieira | 29/03/2017, 12h38 - ATUALIZADO EM 29/03/2017, 12h44
O presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que o plano de saúde dos funcionários está matando a estatal. Segundo Campos, nos moldes que opera hoje, o sistema é inviável e não cabe no orçamento da instituição. Ele participou nesta quarta-feira (29) de uma audiência pública da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).
A reunião foi realizada para ouvir o ministro Gilberto Kassab, que apresentou as metas e desafios do setor nos próximos anos. Kassab havia dito numa entrevista na terça-feira (29), no Palácio do Planalto, que os Correios estavam cortando gastos e correndo contra o relógio para evitar a privatização.
De acordo com o presidente da empresa, atualmente o plano de saúde atende todos os funcionários, seus dependentes, cônjuges e pais. Os Correios entram com 93%; os trabalhadores, com 7%. Em 2015, por exemplo, a companhia fechou o ano com prejuízo de R$ 2,1 bilhões, sendo R$ 1,6 bi causado pelo plano de saúde de seus empregados.
— É impossível manter isso no orçamento da empresa. Nos moldes que está hoje é impossível de ser mantido. A direção não quer acabar com o plano, mas é preciso mudar — afirmou Campos.

Tecnologia

Segundo ele, a evolução tecnológica e a internet impactaram diretamente as empresas postais não só no Brasil, mas em todo o mundo. Todavia, em outros países, houve reação mais rápida às transformações.
— Cada país achou uma solução, seja na logística, no setor financeiro ou em outros serviços. Temos que achar uma nova formula de sobrevivência — afirmou.
Guilherme Campos lembrou que os Correios são a estatal mais antiga do país, com 354 anos e foi criada no contexto de monopólico dos serviços postais, o que lhe garantiu bons resultados no passado.
— O monopólio postal no passado era tudo, hoje é nada. E está para os Correios assim como o orelhão para as teles. A carta entre pessoas é cada vez mais rara. Quem se lembra da última vez que recebeu uma carta ou um cartão postal? — questionou.
O presidente da estatal informou ainda que está negociando com sindicatos mudanças no sistema de saúde dos funcionários. Além disso, acrescentou, a empresa continuará empenhada no corte de gastos com despesas e pessoal e deverá  concentrar esforços na logística de encomenda, serviço com demanda crescente em tempos de comércio eletrônico.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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