Cuba enviará 950 profissionais ao Brasil após retomada de colaboração no Mais Médicos
AFP/Arquivos / EVARISTO SA(Arquivo) Médicos cubanos em Brasília, em 22 de outubro de 2013
Um grupo de 950 médicos cubanos chegará ao Brasil nos próximos dias, depois da decisão de Havana de retomar a cooperação, interrompida pelo elevado número de profissionais que desistiam de retornar à ilha, informou nesta sexta-feira o Ministério da Saúde.
Paralelamente, está previsto que 4.000 médicos cubanos que já completaram três anos no Brasil voltem a Cuba nos próximos dois meses, indicou o Ministério, sem detalhar se o contingente será substituído em sua totalidade por profissionais da ilha.
A colaboração entre Cuba e Brasil foi suspensa em abril, quando Havana se recusou a enviar outros 710 médicos, argumentando sua preocupação com o fato de a Justiça brasileira validar as solicitações de permanência de profissionais do país comunista.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, quase 100 médicos cubanos formalizaram o seu desejo de permanecer no Brasil desde 2016.
Cuba solicitou uma reunião com a Organização Pan-americana de Saúde (OPS), que colabora com o programa Mais Médicos, indicou o organismo. Delegações de ambos os países e representantes da instituição concordaram em retomar a colaboração em um encontro em Brasília em meados de maio.
Em declarações ao jornal Estado de São Paulo, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que "se Cuba quiser manter o acordo, é ótimo. Mas, se não quiser, também temos solução. Espero que tenha a normalidade".
Na mesma entrevista, Barros desconsiderou o pedido de Cuba de controlar o tema migratório, mas afirmou que os municípios que incentivarem os profissionais a desertar serão eliminados do programa Mais Médicos, no qual também trabalham brasileiros.
O programa teve início no país em 2013. Atualmente, 18.240 profissionais estão inscritos, dos quais 11.400 são cubanos que trabalham na área de atenção básica, segundo dados da OPS.
Os participantes devem permanecer três anos e retornar, excetuando-se os que solicitarem extensões em Havana, como é o caso dos 300 médicos que, depois de completado o prazo e de voltarem para Cuba, foram autorizados a retornar ao Brasil. Sua chegada está prevista junto com a dos 950 médicos, declarou o Ministério da Saúde.
A política de Barros, durante a gestão do presidente Michel Temer, aposta na redução da cota cubana, destinando-a essencialmente para postos que são rechaçados por profissionais brasileiros.
Entretanto, em abril de 2017, o Ministério da Saúde liberou os municípios para negociar com recursos próprios as contratações de médicos cubanos diretamente com Havana, intermediado pela OPS, de acordo com um comunicado oficial da instituição
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