Índios interagem com alunos de Macaé
2017-05-02 18:23:00 - Jornalista: Joice Trindade
Foto: João Barreto
Nesta quarta-feira será a vez dos índios visitarem a Escola Letícia Peçanha Aguiar
Os quatro índios apresentam danças típicas e artesanato. A visita dos índios emociona estudantes de todas as idades, em especial, os descendentes de índios como Tainá Araújo dos Santos e Evelin Nascimento. As alunas fizeram questão de fotografar, filmar e tirar dúvidas em um bate papo informal, conhecendo o artesanato típico, como cocares, chocalhos e conjuntos de arco e flecha.
Para Tainá, a visita dos Funil-ô é uma chance de "matar" saudades dos parentes que vivem em uma tribo perto de Porto Seguro. "Tenho tios e primos que moram na tribo. Minha tataravó foi uma índia muito respeitada. Ainda preservamos alguns costumes alimentos mais saudáveis", conta.
Outra aluna que se emocionou foi Evelin, de 10 anos. "Minha bisavó é índia. Meus pais sempre falaram que nossa família viveu muito tempo em uma tribo. Mas depois nos mudamos. Fiquei feliz em conhecer este grupo", conta Evelin.
Com 614 estudantes, a Escola Municipal Professor Antônio Alvarez Parada planeja outras atividades pedagógicas com destaque para a cultura indígena. De acordo com a professora orientadora Michele Esmaile, a visita do grupo vai reforçar o processo de ensino, voltado para conhecimento e valorização dos índios. A diretora adjunta Fabiana Lopes explica que a equipe gestora da escola considerou essencial receber os índios. "Uma aula com a presença dos índios contribuiu para a aprendizagem dos alunos", observa.
De acordo com o secretário de Educação, Guto Garcia, a rede municipal reforça as ações nas salas de aula junto ao programa de Cultura Afro-Brasileira e Indígena. A finalidade é instrumentalizar os educadores com as novas metodologias e informações para trabalhar com a temática das relações raciais, inserindo o indígena (Lei 11.645/08).
O índio Txoklayá se orgulha de interagir com estudantes. "Essa foi a nossa primeira vez em Macaé. Nossa tribo percorre todo o país. Observamos que as crianças adoram conhecer nossos costumes", comentou.
O mais velho do grupo, Txoklayá, 44 anos (Orenildo Machado), estava acompanhado do filho Wesley de Albuquerque e dos outros familiares Gilson Marques e Silvan Lúcio Silva. Ele destacou que a rede municipal está de parabéns. "Temos grupos como o nosso percorrendo outras cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e na região do Distrito Federal", conta Txoklayá. Durante as visitas às escolas, o grupo também aproveita para comercializar artesanato por preços populares.
Tribo - Com cerca de seis mil moradores, a aldeia da tribo Funil-ô é uma das poucas do país que preserva sua língua indígena original, o Yatê. Os índios se vestem como os brancos, mas não perderam sua identidade. O uso do cocar, pintura corporal ou adereços não são marcas dos Fulni-ô. Para eles a origem do índio é a sua linguagem, por isso conseguiram mantê-la viva até hoje.
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