Venezuela: esposa de Leopoldo López é impedida de viajar para a Europa
AFP/Arquivos / Juan BARRETOLilian Tintori, esposa do político opositor venezuelano Leopoldo Lopez, em uma foto de 9 de julho de 2017
A esposa do opositor venezuelano preso Leopoldo López disse que os agentes do aeroporto a impediram, neste sábado, de viajar para conhecer os líderes de França, Alemanha, Espanha e Reino Unido.
Lilian Tintori afirmou no Twitter que oficiais de imigração confiscaram seu passaporte sob ordens da Procuradoria.
Tintori tinha previsto ter reuniões com o presidente francês, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e a primeira-ministra britânica, Theresa May, para discutir a crise política na Venezuela.
Os líderes internacionais acusam o presidente Nicolás Maduro de desmantelar a democracia ao assumir o controle das instituições do Estado para resistir à pressão da oposição pela sua saída, em meio a uma crise econômica que causou escassez de alimentos e remédios.
Tintori publicou no Twitter uma foto em que aparece no aeroporto com os embaixadores da Espanha, Alemanha e Itália, que ela disse serem "testemunhas dessa indignação pela ditadura".
"Eles simplesmente me impediram de sair do país. A ditadura quer nos impedir de fazer uma turnê internacional muito importante", tuitou Tintori.
Mais cedo, Julio Borges, presidente da Assembleia Nacional, de maioria opositora, informou no Twitter que viajaria para encontrar os mesmos líderes estrangeiros.
Não ficou claro se Borges deixou o país.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, considerou, neste sábado, "lamentável" a proibição de abandonar o território venezuelano imposta a Tintori, que ele tinha previsto receber em La Moncloa na terça-feira.
"Podem prender as pessoas, mas não os ideais. Liberdade para a Venezuela", tuitou Rajoy.
"Esperamos Lilian Tintori na Europa. A oposição na Venezuela deve permanecer livre", escreveu no Twitter o presidente francês, Emmanuel Macron.
"Rejeitamos a conduta do presidente da França, Emmanuel Macron, seguindo o roteiro da ultradireita europeia contra a Venezuela", expressou no Twitter o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza.
Arreaza condenou, ainda, as "expressões de ingerência do primeiro-ministro Mariano Rajoy, proferindo ataques contra a democracia venezuelana e suas instituições".
Tintori está intimada a declarar em uma audiência na semana que vem após a polícia venezuelana ter confiscado, na terça-feira, 205 milhões de bolívares (mais de 61.000 dólares no câmbio oficial) em um veículo seu.
O marido de Tintori foi condenado em 2015 a quase 14 anos de prisão por acusações de incitar a violência em protestos de rua que deixaram mortos.
Em julho, López foi transferido para sua casa e colocado sob prisão domiciliar, depois de ter passado quase três anos e meio em uma prisão militar.
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