Buscas por submarino argentino continuam após seis dias sem contato
ARGENTINE NAVY/AFP / HandoutO submarino ARA San Juan atracado em Buenos Aires em 2014
As buscas pelo submarino argentino perdido no Atlântico há seis dias continuavam nesta terça-feira, com uma melhora das condições climáticas adversas que dificultavam os esforços da operação internacional de busca, da qual participam sete países.
Depois da esperança provocada pela detecção de ruídos nos últimos dias, a incerteza se transformava em angústia para as famílias dos 44 membros da tripulação do "ARA San Juan", o submarino que parece ter sido engolido pelo mar depois de ter se comunicado pela última vez na quarta-feira, após reportar uma avaria de baterias.
O submarino zarpou há nove dias de Ushuaia, no extremo-sul da Argentina, e era esperado no domingo em Mar del Plata, 400 km ao sul de Buenos Aires.
As previsões meteorológicas para esta terça-feira indicam uma diminuição dos fortes ventos do sudeste que sopraram sobre o Atlântico nos últimos dias em meio a uma forte tempestade que causou ondas de cinco e seis metros, tornando quase impossível vasculhar a superfície do mar.
Durante as últimas 24 horas, as explorações aéreas foram mantidas, enquanto os navios na área tiveram que esperar a tempestade, no âmbito de uma operação envolvendo sete países, explicou o porta-voz da Armada (a Marinha argentina), Enrique Balbi.
Um ruído do fundo do mar, que havia sido registrado por navios argentinos, gerou expectativa por algumas horas, mas finalmente foi excluído que tenha vindo submarino.
No sábado também caiu por terra a pista de sete tentativas de chamadas de satélite, que depois se comprovou que não correspondiam ao "ARA San Juan".
"Começa a brilhar uma luz de esperança que logo se apaga", lamentou María Morales, mãe de um dos tripulantes, ao chegar nesta terça-feira na Base Naval de Mar del Plata.
A Armada revelou que o "ARA San Juan" havia reportado uma avaria nas baterias, sem alerta, antes de sua última comunicação na quarta-feira passada às 10h30 GMT (8h30 de Brasília), quando navegava pelo Golfo San Jorge, 450 km da costa argentina.
Não se sabe qual é a magnitude da avaria, nem se esta afetou a capacidade do submarino de propulsão ou de emergir.
A área de busca inicial era de 300 km de diâmetro nesta zona do Atlântico, onde a profundidade vai de 200 a 350 metros, segundo Balbi.
Mas a possibilidade de o submarino estar à deriva forçou as autoridades ampliar a área de busca a uma distância sete vezes maior.
Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Brasil, Chile, Peru, Colômbia e Uruguai forneceram logística e equipamentos sofisticados para ajudar na missão de resgate no Atlântico Sul.
O "ARA San Juan" tem capacidade de oxigênio para sua tripulação de sete dias e sete noites sem subir à superfície. "Isto é assim, mas não sabemos se não pode sair à superfície", disse Balbi, ao descartar fazer conjeturas a respeito.
Uma mulher, Eliana Krawczyk, de 35 anos, e vários pais integram a experiente tripulação do "ARA San Juan".
A maioria vive em Mar del Plata, cidade portuária e maior balneário da Argentina, onde a Base Naval se transformou no epicentro da espera aflita dos familiares.
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