Parque Atalaia tem nova trilha por ruínas
2018-10-23 09:32:00 - Jornalista: Equipe Secom
Foto: Rui Porto Filho
Ruínas do Atalaia são estruturas construídas no período que vai do final do século XVIII ao início do século XIX
A trilha das Ruínas, como foi batizada, passa por quatro estruturas, em uma hora de caminhada.
"Na trilha, três ruínas são visíveis e uma quarta é um achado arqueológico. Uma dessas estruturas desmoronadas já era conhecida. Elas precisam ser conhecidas", afirmou Vicente.
Para a formação das ruínas foram utilizados blocos menores de rocha fazendo o ajuste com pedras maiores. As menores rodeiam as maiores completamente. O cimento utilizado para a feitura dessas construções era composto de óleo de cana, fezes de animais e argila.
Segundo a historiadora e professora da Faculdade de Ciências e Letras de Macaé (Fafima), Conceição Franco, essas ruínas realmente são do final do século XVIII e início do século XIX.
“Foi grande a importância dessa região para o processo de colonização e assentamento de colonizadores”, diz, acrescentando que as estruturas foram feitas para contenção.
Fazenda São Manuel do Atalaia
Para entender melhor o contexto de edificação das ruínas é preciso saber que, entre os anos de 1798 e 1807, havia no local, conhecido como Freguesia de Nossa Senhora das Neves, seis fazendas significativas, que impulsionaram o processo de ocupação da área, posteriormente gerando o município de Macaé.
A historiadora Conceição Franco ressalta que as fazendas promoveram o crescimento de Macaé em seus primórdios. Uma delas é a Fazenda do Atalaia, de propriedade de Manoel Ferreira Maia. Seu nome era Fazenda São Manoel do Atalaia.
Durante todo o século XIX essa fazenda teve duas participações importantes para o município e para a região. A primeira contribuição foi produzir café, açúcar e aguardente, além de produtos alimentícios, para abastecer a província do Rio de Janeiro. A segunda colaboração para o desenvolvimento do município, já no período republicano, foi a implementação de serviço de saneamento básico. “A fazenda do Atalaia foi a principal fornecedora de água potável para Macaé, a partir de 1893”, comenta Conceição.
As outras cinco fazendas que impulsionaram a colonização de Macaé foram: do Frade, de Manoel José Costa M., do Capitão José Lopes de Araújo, do Lírio, de propriedade de Bernardo José Ferreira Rabelo e da Aduela, de Josefa de Figueiredo.
Projeto 'Caminhos das Águas'
Para valorizar as ruínas do Parque Atalaia e dezenas de bens históricos da Região Serrana, através de ações ecológicas, turísticas e culturais, Vicente Klonowski, Conceição Franco e o gestor ambiental e fotógrafo Rogério Peccioli, estão em vias de promover o projeto “Caminhos das Águas”.
A ideia é que haja guias turísticos em pontos estratégicos, culturais e históricos. Também há a necessidade da instalação de placas de orientação aos visitantes. Os locais são: as ruínas (Parque Atalaia), Ponte do Baião (Bicuda), Usina Hidrelétrica (Glicério), Quilombo de Carucango (pé do Rio Macabu) e outros.
Quem se interessar em conhecer o Parque Atalaia é só comparecer ao local entre 9h e 16h, de quarta-feira a domingo. Fica na estrada Macaé – Glicério, antes do distrito de Córrego do Ouro, seguindo sinalização. Para grupos acima de 15 pessoas, é necessário agendar pelo e-mail agendamento.atalaia@gmail.com.
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