Nova ponte em Ilhota recebe engenharia focada em maior segurança para escoamento agrícola e madeireiro, e ao transporte de alunos
São 38 metros de extensão e uma vista fascinante da paisagem serrana
A Secretaria calcula um investimento de R$ 50 mil da prefeitura, uma economia de outros R$ 70 mil se a restauração fosse licitada / Fotos: Nathalia Lima, Ary Barbosa e Greik Pacheco
Via de acesso de moradores e de escoamento da produção agrícola de milho e soja, além da retirada de pinheiros americanos (pinus), a nova ponte da localidade de Ilhota foi inaugurada na tarde desta sexta-feira (3 de maio), pelo prefeito Antonio Ceron; o secretário da Agricultura e Pesca, Osvaldo Uncini, e a União Rural de Lages (Unir). Entre dez e 12 caminhões comuns, além da média de mais oito caminhões com carreta Julieta, movimentam-se diariamente em Ilhota, região do Salto Caveiras. A prefeitura de Lages, através da Secretaria da Agricultura e Pesca, reconstruiu a ponte da localidade de Ilhota, na área rural do município, cuja extensão é de 38 metros em ponto onde o rio possui 11 metros de profundidade e existia há 40 anos. A ponte esteve interditada pelo período da obra, com desvio do fluxo para a estrada que sai na empresa Letti (descascador de arroz), à beira da BR-116, em Capão Alto. O tráfego já está totalmente liberado. As cabeceiras da ponte foram cascalhadas.
Uma grande operação foi montada para reestruturar a ponte anteriormente deteriorada e em condições extremamente precárias. A prefeitura então tomou providências no sentido de prevenir acidentes. Sua base de sustentação é feita com vigas de concreto e as pranchas para passagem dos veículos são de madeira. O Município proporcionou condições adequadas à realidade atual, fez alargamento da ponte, deu mais altura e maior segurança.
A largura foi elevada mais 55 centímetros em cada lado, era de 3,80 e foi para 4,50 metros no total, beneficiando as colheitadeiras que antes passavam somente rebocadas em plataformas. A ponte ficou com 85 centímetros de altura em relação à base antiga, de 60, ou seja, a prefeitura aumentou a distância. As sete fileiras de armação de ferro têm o total de 1.092 quilos, produzidas no setor de Garagem da própria prefeitura. “Devemos ocupar cada centavo da prefeitura em serviços e obras de progresso às comunidades urbanas e rurais.
O secretário da Agricultura e Pesca, Osvaldo Uncini, agradeceu a comunidade pela paciência em esperar pela obra. “O desvio era de 20 quilômetros. Agora por aqui pela ponte são seis quilômetros para chegar até o asfalto. A antiga ponte foi interditada para evitarmos eventuais acidentes e foi totalmente removida justamente para garantir a segurança das pessoas e coibir riscos.”
O presidente da Associação de Moradores de Santa Terezinha do Salto Caveiras, Sauro Tadeu dos Reis, lembra que este é o único meio de travessia em Ilhota. “A estrutura desta nova ponte é mais reforçada, mais alta e com maior qualidade para ter durabilidade por décadas. Obviamente, entendemos que serão necessárias manutenção ao longo do tempo devido ao uso e desgaste natural. Quando o Poder Público vem para o interior realizar melhorias, ficamos contentes demais.” Reis aproveitou para reivindicar a pavimentação asfáltica da avenida Lambari.
O vice-presidente da Associação, Giovani de Souza, mora na região de Ilhota há 46 anos. “A obra demorou um pouco, mas valeu a pena porque o benefício é de grande valia e a longo prazo. Por esta ponte passam caminhões de madeira, calcário, leite, milho e soja, além do transporte de alunos e ser um ponto do rico agroturismo do Salto Caveiras. Lembro daqui quando a gente e a mais novo, varávamos o gado a nado. Nunca tinha havido uma reforma grande assim, tão completa. Ficou 100%.”
A diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) e do Centro de Educação Infantil Municipal (Ceim) Salto Caveiras, Neuza Pereira, comemorou a entrega da ponte. Ao todo são 50 alunos, moradores de Ilhota, Santa Terezinha, Passo dos Fernandes, Manfrói e Cabo de Lança.
Economia de R$ 70 mil
A Secretaria calcula um investimento de R$ 50 mil da prefeitura, uma economia de outros R$ 70 mil se a restauração fosse licitada, além da demora de pelo menos seis meses para entrega da ponte de volta à comunidade. O valor serve para custear o projeto, ferragens, concreto e pranchas de madeira. Foi contratado um engenheiro responsável. A legislação permite a compra direta no valor de R$ 30 mil com uma única empresa, mas os R$ 50 mil foram distribuídos em diversas empresas, fornecedoras dos materiais. Todos os trâmites foram legalmente implantados.
No final de março, em determinado estágio dos serviços, caminhões de auto bomba de concreto com lança hidráulica da empresa Concrevias levavam o concreto do veículo até as caixarias na água por uma mangueira içada. Por sua complexidade e pelas condições meteorológicas instáveis em certos dias, a obra teve duração de pouco mais de dois meses, incluindo trabalho aos sábados.
Cinco operários da prefeitura executaram o serviço direto dentro da água do rio Caveiras, desmontagem do antigo concreto com rompedor, montagem das caixarias para cimento e instalação de ferragens, bem como colocação de vigas e construção da ponte. Todas as etapas aconteceram sob supervisão de um engenheiro civil contratado. A ponte da estrada de Ilhota dá acesso a lavouras de soja, milho e feijão, reflorestamentos de pinus (pinheiro americano) e às casas de moradores cujos filhos estudantes são transportados pela prefeitura para estudar em Lages. A ponte liga Ilhota à Santa Terezinha e à rodovia de asfalto em Capão Alto.
Como a ponte era antes?
A original era dotada de duas bases. Um dos pilares era mais baixo, porém, bem concretado. Como a água subia demais em dias de chuva forte, elevando o nível do rio, foi feito antigamente um aumento, desta vez com pedra miúda e concretagem, provocando a deterioração da estrutura. Passavam somente carros de pequeno e médio porte e hoje em dia a ponte é passagem para caminhões extrapesados com até 70 toneladas, fazendo com que a ponte começasse a desmanchar. Uma das cabeceiras havia baixado significativamente e o meio estava deteriorado, oferecendo risco de queda aos veículos.
Esta ponte foi desmontada e a Secretaria da Agricultura e Pesca realizou uma nova base com pilares totalmente de concreto. A base da parte de baixo, com pedra ferro, foi mantida, assim como vigas foram reaproveitadas depois de bem examinadas. O reforço com ferragem oferece maior durabilidade a nova ponte.
Preservação das pontes e estradas
Desde o início da atual administração, a Secretaria da Agricultura já restaurou 57 pontes rurais. Depois das enchentes, 59 foram recuperadas. Duas na divisa de Lages e Palmeira, e Correia Pinto. Numa primeira etapa foram revitalizados 650 quilômetros de vias de chão batido no interior, em Rancho de Tábuas, Índios e Coxilha Rica, até o Passo dos Fernandes e na divisa com Campo Belo do Sul, em Itambé.
Uma parceria com a empresa Klabin será a restauração do asfalto desde o acesso na BR-282 até a ponte do Mota.
Texto: Daniele Mendes de Melo
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