Deixe esse vírus carente
*por Claudia Queiroz
Esse período de quarentena está sendo desafiador em todos os sentidos. Imagino que você já tenha lido muito sobre equilíbrio mental, a importância de manter ativos os sonhos e tal, mas hoje falaremos sobre o quanto a alimentação é capaz de garantir energia para superarmos esse período de pandemia com a imunidade lá em cima.
Meu objetivo com esse texto é exclusivamente trazer bons pensamentos em todas as áreas da sua vida, afinal superconsciência é isso! Pensar antes de agir e, neste caso, antes de comer. Já diziam os Titãs, “você tem fome de que? Você tem sede de quê?”
Quem não recebeu piadinhas no início da quarentena sobre pessoas na praia, comparando imagens com o antes e o depois do #fiqueemcasa? Eu recebi várias. Gordinhos felizes e, também, muita gente estressada em não caber mais na calça jeans. Aliás, chegaram também aqueles lembretes que diziam prove sua calça jeans a cada 3 dias… Hoje isso parece um filme de terror para muitos…
Em casa, todos sentem mais fome ou beliscam petiscos ‘fora de hora’. Para ajudar, ainda tivemos PÁSCOA, com bastante chocolate chegando em DELIVERY ou comprados nas queimas de estoque. Comprei ovos bons por R$ 2,99 para minha filha. Mais baratos que barras. Tudo isso significa quilinhos extras à vista, se não cuidarmos…
Interessante é que o período provisório pode ser permanente. Existe uma necessidade real de buscarmos alimentos menos inflamatórios e mais nutritivos. Isso porque alta performance corporal e mental dependem de alimentação adequada. Muitos hábitos adquiridos nesta fase devem permanecer e, apesar da aparente dificuldade em sair para comprar produtos frescos, há boas alternativas neste setor, inclusive de marmitas saudáveis.
Não é difícil aprender a preparar pratos com alimentos frescos e naturais. Porém, saindo menos para as compras é preciso organização e planejamento no preparo das refeições. Combinações nutritivas com legumes, frutas, verduras e proteínas vão ajudar a manter sua cozinha funcionando bem e seu corpo mais feliz. Certamente você encontrará opções deliciosas para preparar assistindo algumas “lives” nas redes sociais com grandes chefs de cozinha. Eu, por exemplo, faço molho branco batendo 1 xícara de castanha de caju com 2 de água, ¼ de cebola e temperos. Depois apuro na panela, até a textura ficar encorpada, em consistência de molho. Existem outras dicas para quem escolhe alimentos nutricionalmente mais ricos. Basta criatividade para comer bem e adotar uma vida plena de saúde e consciência alimentar.
Não é difícil encontrar pessoas que fazem marmitas saudáveis, com relação custo benefício bem interessante. Esse também é um dos aspectos que a quarentena traz de brinde positivo: a criatividade de todos na adaptação diante das limitações de convívio social, aglomerações e o que alguns fazem para sobreviver, como essas comidinhas sob encomenda.
Se eu pudesse passar um cardápio coringa para a semana, sem dúvida faria carnes e legumes como refeição principal, panquecas funcionais utilizando banana e aveia nos lanches, bolos com farinhas sem glúten, ovos de todos os jeitos, poucos industrializados e assim por diante. Essa é a base da alimentação na minha casa e tem funcionado. Inclusive quando invento de assar lasanha usando fatias de berinjela ou de palmito ao invés da massa tradicional, o sucesso é garantido. É tempo de fazer experimentos! Isso não quer dizer que de vez em quando eu não compre pão francês ou ‘spaghetti’ tradicional. Porém, são exceções à regra.
Muita gente acha que alimentos naturais são mais caros. Não são! Experimente fatiar abobrinha e cobrir com algum queijo, tomate e orégano, depois gratinar no forno. Quanto custou isso? Em temos de saúde, minutos de satisfação jamais podem ser comparados com dias ou anos de sofrimento no desequilíbrio da saúde vital, como para os que convivem com restrições alimentares. E se pensar na vida a longo prazo, essas escolhas fazem toda a diferença no envelhecimento saudável.
Quando dá vontade de comer um docinho, às vezes faço sorvete sem açúcar, batendo banana bem madura com morango congelado. Processo tudo no liquidificador e todo mundo gosta. Outra opção é derreter uma barra grande de chocolate meio amargo com abacate ou inhame. Fica um mousse delicioso. Adoce como quiser.
Eu nasci totalmente alérgica a leite animal, ou seja, não apenas à lactose. Meu organismo não aceita nenhuma proteína de leite de vaca. Por isso, sou adepta aos leites vegetais. O de aveia, por exemplo, requer uma xícara desta farinha em molho por 30 minutos na água filtrada, bate no liquidificador e pronto. Fica uma delícia. Daí mistura banana e outras frutas, ou um chocolate, adoça como gosta e o lanchinho está garantido.
Depois que aprendi a comer desta maneira, nunca mais fiquei doente! Eu tinha muita inflamação de garganta e, através da alimentação anti-inflamatória, consegui restabelecer as defesas da minha imunidade. Lembre-se que se levarmos mais a sério a prática da boa mesa, podemos envelhecer de um jeito mais saudável, distante dos remédios e das doenças. E nesta fase de COVID-19, não podemos brincar com a imunidade. A alimentação, portanto, funciona como escudo. Deixemos esse vírus morrer carente e fora das nossas vidas. Ele não se cria em ambientes saudáveis.
Claudia Queiroz é jornalista.
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