Escola quer inspirar mentes e corações
*por Claudia Queiroz
Uma nova realidade está sendo preparada para aprendermos a nos respeitar e assim conviver melhor, principalmente com as nossas diferenças. Educadores preveem um novo formato de escola pós quarentena… Veja que este é um dos primeiros aspectos positivos e reais que temos no efeito colateral pós-COVID.
Até hoje, vivemos uma educação voltada para a carreira, para o mercado de trabalho. Mas boas notas nunca significaram garantia de melhor performance quando o assunto é colocar em prática os ensinamentos que recebemos.
Para que estudamos física, química ou operações complexas de LOG? No dia a dia, quem não trabalha com estes cálculos mal consegue entender por que passou tanto tempo decorando fórmulas e massacrando o cérebro para tirar uma nota que fizesse passar por média e não pegar recuperação…
Um novo modelo de ensino está surgindo no horizonte. Se ontem falamos de crianças diferentes geneticamente, com autismo e, enfatizamos que um jovem menino autista tem tido destaque em participar de um programa de TV mostrando altas habilidades por fazer cálculos de cabeça, hoje poderemos colocar para você uma possibilidade de educarmos nossas crianças para o desenvolvimento individual.
A escola pretende, no futuro próximo, enxergar o aluno de forma individualizada. Em casa, os pais estimulam pontos fortes, outros nem tanto, para que seus filhos percebam a construção da própria realidade numa verdadeira parceria escola/família.
Parece o cenário ideal para desenvolvermos diversas inteligências. Muitos pais se sentem sobrecarregados com a quantidade de tarefas que seus filhos recebem da escola para não perderem a evolução no conteúdo quando tudo isso passar, e sabemos que vai passar, outro tipo de organização está sendo exigido de toda a família.
Em casas onde há 5 pessoas, sendo 3 crianças em idade escolar, organização e planejamento para que, em grupo, um aprenda a respeitar o outro no rodízio pelo computador, na gestão da impressora e no avanço das horas. Sem perceber, a pandemia está nos convidando a sincronizar, a compor, a colaborar com o próximo, a construir pontes de relacionamento a partir de cada um de nós, garantindo importância não apenas ao conteúdo aprendido, como na forma de aplicação dele.
Tudo isso é colocar em prática todas as teorias de inteligência, sejam elas de raciocínio, sejam de capacidade para se adaptar às mudanças de situações… Darwin já falava séculos atrás da teoria da evolução, em que sobrevivem os mais fortes. Estamos vivendo exatamente isso. Força não apenas física, como a exigida para a caça na antiguidade, mas emocional, intelectual, moral, entre outras.
Minha intenção aqui é regar sementinhas férteis de boas ideias na sua cabeça e no seu coração! Tudo o que está acontecendo em termos de restrição social e uma certa sensação de impotência diante do que fazíamos há poucos meses está nos levando a um patamar evolutivo bem significativo.
A nova educação quer ensinar outros valores, pelo olhar, pela troca, pela construção coletiva… É hora da escola ensinar de uma nova forma. A aprendizagem estará mais à mão do aluno. A escola quer ajudar o aluno se adaptar aos desafios da vida E incentivar a colocar a mão na massa, sem a passividade de ser apenas ouvintes. A escola quer que as diferenças sejam a base das relações e o afeto traga sentido a todas elas.
Decorar está com os dias contados. As máquinas farão o papel de máquinas e caberá ao aluno desenvolver sua própria inteligência. Trata-se de um movimento mundial, algo inspirador para pais e educadores finalmente colaborarem com as aptidões individualizadas, de cada criança, com base em interesses que envolvem talento e interesse. Ao que tudo indica, estudar será mais estimulante…
O ser humano tem maravilhosa capacidade em se adaptar às mudanças. Porém, num primeiro momento, tende resistir por medo. Por isso nossa evolução precisa acontecer silenciosamente. Para que a gente não atrapalhe procurando desculpas e sabotando esse processo.
Claudia Queiroz é jornalista.
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