Rachel de Queiroz
Ensino Superior em Comunicação (Universidade Metodista de São Paulo, 2010)
Rachel de Queiroz foi célebre escritora, professora, dramaturga e jornalista brasileira. Considerada uma das principais figuras do Modernismo, foi a primeira mulher a conquistar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.
Nascida dia 17 de novembro de 1910 em Fortaleza, no Ceará. Filha de Daniel de Queiroz Lima e Clotilde Franklin de Queiroz. Em 1917 a família muda-se para o Rio de Janeiro tentando fugir da grave seca que atingia o nordeste brasileiro desde 1915. Em 1919 retornam para Fortaleza e lá Rachel de Queiroz ingressa no Colégio Imaculada Conceição, formando-se professora em 1925. Em 1927 sob o pseudônimo de Rita de Queluz, a autora envia uma carta para o jornal “O Ceará” satirizando o concurso de Rainha dos Estudantes. Após o sucesso instantâneo da carta, Rachel foi convidada para colaborar com o jornal, publicando o folhetim “História de um Nome”. Depois escreveu também para “O Povo”. Nessa época lecionava História no Colégio Imaculada Conceição, como professora substituta.
Em 1930 Rachel publica o romance “O Quinze”, trazendo forte regionalismo na obra e relatando com muito realismo a seca, a miséria e as desigualdades sociais. O romance trouxe traços autobiográficos e abriu novos horizontes para a dramaticidade social, recebendo elogios de autores renomados como Mário de Andrade e Augusto Schmidt. No ano seguinte, Rachel de Queiroz foi premiada com o “Prêmio Fundação Graça Aranha” na categoria romance. Viajou até o Rio de Janeiro para receber o título e assim teve seu nome consolidado na cena literária do país, com apenas 21 anos. Conheceu integrantes do Partido Comunista Brasileiro e ao retornar para Fortaleza, participou ativamente da implantação do partido na região. Em 1932 mudou-se para o Rio de Janeiro e casou-se com o poeta José Auto da Cruz Oliveira, união que duraria sete anos. Tiveram uma filha, Clotilde, que faleceu com 18 meses por septicemia.
Em 1932, Rachel lançou “João Miguel”, obra que destacava novamente a realidade da seca nordestina e revelava as faces do coronelismo. Mantendo sua militância junto ao Partido Comunista no decorrer dos anos, o engajamento nas ideias de esquerda acabou resultando em sua prisão durante três meses em 1937. É nesse mesmo ano que publica “Caminho das Pedras”, abordando as relações humanas, agitações políticas, educação e a participação feminina na vida pública.
Em 1939 escreveu para os jornais “Diário de Notícias” e “O Jornal” e também para a revista “Cruzeiro”, onde publicou em folhetins o romance “O Galo de Ouro” em quarenta edições. Em 1940 a autora casou-se pela segunda vez, com o médico Oyama de Macedo. Viveram juntos até 1982, ano em que ficou viúva.
A partir de 1988 tornou-se colaboradora semanal do “O Estado de São Paulo” e do “Diário de Pernambuco”. Durante sua carreira traduziu para o português mais de quarenta obras, escreveu mais de duas mil crônicas e também peças de teatro. Era uma figura pública participativa, esteve presente na 21ª Sessão da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) em 1966, servindo como delegada do Brasil e atuando na Comissão dos Direitos do Homem. Foi membro do Conselho Estadual de Cultura do Ceará e membro do Conselho Federal de Cultura desde a sua fundação em 1967, até sua extinção em 1989. Integrou o quadro de sócios efetivos da Academia Cearense de Letras e foi eleita para a Academia Brasileira de Letras em 1977, ocupando a cadeira número 5.
Durante sua carreira, Rachel de Queiroz conquistou notáveis honrarias. Destaca-se o Prêmio Machado de Assis em 1957 pelo conjunto de sua obra, a Medalha Rio Branco recebida do Itamarati em 1985, o Prêmio Luís de Camões em 1993 e o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro em 2000.
Aos 82 anos e em plena lucidez, publicou o “Memorial de Maria Moura”, romance escrito em estilo narrativo que foi adaptado como minissérie e atingiu grande sucesso de audiência.
Rachel de Queiroz faleceu dia 4 de novembro de 2003, vítima de um ataque cardíaco em sua casa no Rio de Janeiro.
Obras de Rachel de Queiroz
- O quinze, romance (1930)
- João Miguel, romance (1932)
- Caminho de pedras, romance (1937)
- As Três Marias, romance (1939)
- A donzela e a moura torta, crônicas (1948)
- O galo de ouro, romance (folhetins na revista O Cruzeiro, 1950)
- Lampião - peça de teatro (1953)
- A beata Maria do Egito- peça de teatro (1958)
- Lampião; A Beata Maria do Egito (livro-2005)
- Cem crônicas escolhidas (1958)
- O brasileiro perplexo, crônicas (1964)
- O caçador de tatu, crônicas (1967)
- Um Alpendre, uma rede, um açude - 100 crônicas escolhidas
- O homem e o tempo - 74 crônicas escolhidas
- O menino mágico, infanto-juvenil (1969)
- Dôra, Doralina, romance (1975)
- As menininhas e outras crônicas (1976)
- O jogador de sinuca e mais historinhas (1980)
- Cafute e Pena-de-Prata, infanto-juvenil (1986)
- Memorial de Maria Moura, romance (1992)
- As terras ásperas (1993)
- Teatro, teatro (1995)
- Nosso Ceará, relato, (1996) (em parceria com a irmã Maria Luiza de Queiroz Salek)
- Tantos Anos, autobiografia (1998) (com a irmã Maria Luiza de Queiroz Salek)
- Não me deixes: suas histórias e sua cozinha, memórias gastronômicas (2000) (com Maria Luiza de Queiroz Salek)
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biografias/rachel-de-queiroz/
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