Câmara de Macaé aprova pedido ao governo para inclusão de profissionais do setor privado em grupo prioritário de vacinação
A Câmara Municipal de Macaé aprovou, na manhã desta quarta-feira, 14, um requerimento assinado por todos os 17 vereadores pedindo ao governo municipal a inclusão de alguns profissionais de empresas privadas no grupo prioritário de vacinação contra o coronavírus no município.
Entre os profissionais, que segundo os parlamentares, estariam expostos ao contágio da doença, e que, por isso, deveriam ser incluído no grupo prioritário de vacinação, estão balconistas e caixas de farmácias, caixas de supermercados e de casas lotéricas, bancários, trabalhadores de serviços postais, e frentistas dos postos de combustíveis da cidade.
A única exceção aos profissionais de empresas privadas são assistentes sociais que trabalham juntos às unidades de Saúde, aí sim, tanto da rede pública quanto da rede privada, e que seriam considerados parte do grupo de apoio aos profissionais que atuam na chamada linha de frente do combate à pandemia, assim como, por exemplo, os agentes de segurança de atuam nas barreiras sanitárias.
Presidente da Casa, o vereador Cesinha (PROS) lembrou que, nesta terça-feira, 13, em visita à Câmara para esclarecer dúvidas sobre a pandemia e a vacinação, a secretária de Saúde, Liciane Furtado, ao responder a vereadora Iza Vicente (REDE) sobre o destino das vacinas excedentes do Dia D de vacinação do último dia 29 de março, explicou que após a vacinação de profissionais da Unimed, foram feitas ligações “para conhecidos” que, segundo a gestora da pasta, faziam parte do grupo prioritário, mas que por algum motivo, ainda não tinham sido vacinados.
A própria vereadora Iza Vicente também abordou a explicação da secretária na sessão desta terça-feira, reforçando a impressão dos vereadores de que o processo de vacinação ainda tem “lacunas” que precisam ser melhoradas.
“Eu acho que é muito importante da gente fazer esses apontamentos porque, ontem (terça, 13), na fala da secretária [de Saúde], ficou claro que tem lacunas sim, as tais sobras [vacinas excedentes] podem ser aplicadas em pessoas próximas. Então, que sejam aplicadas nas pessoas que essa Casa está indicando, porque são trabalhadores do serviço essencial”, avaliou a vereadora.
Outro que lembrou as declarações da secretária de Saúde foi o vereador Thales Coutinho (PODE), que cobrou dos gestores da Saúde maior transparência na divulgação dos grupos a serem vacinados, ressaltando que municípios muito maiores do que Macaé, como o Rio de Janeiro e Niterói, que teriam problemas maiores de logística, já divulgaram calendário extenso de vacinação.
“O que a gente quer é transparência. Se colocar lá, ‘em caso de vacina excedente serão vacinados motoristas, serão vacinados frentistas’; é colocar isso previamente para a gente não ser surpreendido depois com ligação para conhecido. Esse é que é o grande problema. Então, avisando previamente, evita desgaste para o governo, evita desgaste para esta Casa, que é cobrada. Então, presidente [da Casa], perfeita a sua colocação. É a linha de raciocínio que a gente tem cobrado, que se defina antes. O Rio de Janeiro, gente, tem até maio, abril e maio, todo mundo que ele vai vacinar. Niterói já publicou. Niterói não teve vacina ontem, mas aí ela tem um argumento. ‘Não recebemos a vacina, o grupo não vai ser vacinado’. Mas ela já tem o cronograma de quem que vai ser. Isso evita esse desgaste, essa informação de última hora, é isso que a gente cobrou ontem aqui”, argumento o vereador.
Para o 1º secretário da Casa, vereador Professor Michel (PATRIOTA), autor original da proposição assinada por todos os colegas de plenária, mesmo com o município seguindo as diretrizes do Plano Nacional de Imunização (PNI), o apontamento da Câmara é importante até mesmo para o momento em que a prefeitura conseguir fazer as compras das vacinas diretamente de fornecedores estrangeiros, como vem tentando há meses.
“Entendemos que o Plano Nacional de Imunização não contemplou essas categorias, mas essa Casa, já vislumbrando a possibilidade de, se Deus quiser, em breve, uma aquisição [de vacinas] por parte do município, esperamos que isso ocorra, possa incluir no plano municipal [de vacinação]. Lembrando, é uma proposição de todos os vereadores aí”, reforçou o parlamentar.
Segundo a vereadora Iza Vicente, o pedido de inclusão desses profissionais não visa desrespeitar o PNI, que vem sendo seguido pelo prefeito Welbeth Rezende (CIDADANIA) e sua equipe da Secretaria de Saúde.
“Têm muitos grupos que podem ser contemplados nessas lacunas do Plano Nacional de Imunização e com certeza devem ser priorizados naquilo que couber, não incitando a ilegalidade, mas nas brechas, que ontem (terça, 13) ficou claro que tem. Que se vacine quem realmente está no máximo de exposição”, sugeriu a vereadora.
De acordo com o PNI, os grupos prioritários de vacinação estabelecidos pelo cronograma do Ministério da Saúde são, pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas; pessoas com deficiência institucionalizadas; povos indígenas vivendo em terras indígenas; trabalhadores da Saúde; pessoas de 75 anos ou mais; povos e comunidades tradicionais ribeirinhas; povos e comunidades tradicionais quilombolas; pessoas de 60 a 74 anos; pessoas de 18 a 59 anos com comorbidades; pessoas com deficiência permanente grave; pessoas em situação de rua; população privada de liberdade; funcionários do sistema de privação de liberdade; trabalhadores de Educação; forças de segurança, salvamento e Forças Armadas; trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros; trabalhadores de transporte metroviário e ferroviário; trabalhadores de transporte aéreo; trabalhadores de transporte de aquaviário; caminhoneiros; trabalhadores portuários; trabalhadores industriais.
Nesta quinta-feira, 15, a Prefeitura de Macaé volta a aplicar novas doses de vacinas contra o coronavírus, seguindo as diretrizes do PNI, em pessoas a partir de 64 anos de idade, com a previsão de vacinas excedentes, caso houver, destinadas para os profissionais de segurança que atuam nas barreiras sanitárias do município.
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