Na política e na vida, Dr. Eduardo Cardoso deixa seu legado
Muito além de sua herança política – em décadas de atuação pública no município – Dr. Eduardo Cardoso marcou a história de muita gente, também em sua vida pessoal. Seja em sua atuação devido aos cargos públicos que ocupou, na medicina, na vida familiar, ou no dia a dia com os amigos, é difícil não encontrar alguém em Macaé que não tenha uma boa lembrança do médico de cabelos brancos e olhos azuis vivos, que tinha como marca registrada o sorriso amável e a generosidade. Além da paixão em servir ao próximo, como obstetra ou político, ele não escondia de ninguém seu amor pelo Flamengo, time do coração, pela família e pelos animais.
Secretária de Dr. Eduardo por oito anos na Câmara Municipal de Macaé, a servidora Cris Cavour conta que atuou ao lado dele desde quando assumiu a vaga do concurso público em 2012. "Ele era um político fabuloso, com expertise fora do comum. Uma pessoa maravilhosa, um coração que não cabia no peito. Ajudava todo mundo na medida do possível. Ele, se pudesse, tirava a roupa do corpo para dar para quem precisasse. Só tenho coisas boas, só lembranças boas. Adorava música e o Flamengo, nem se fala. Foi muito querido, muito querido e muito amado por todos que tiveram a oportunidade de trabalhar com ele. Eu o tinha ele como pai, um amigo e meu protetor. Sempre me protegeu, sempre lutou por mim. Sempre valorizou muito o trabalho de servidor, principalmente os da Câmara", emociona-se Cris.
Já para Gabriele Vidal Souza, a experiência com Dr. Eduardo foi muito além do trabalho. Foi ele quem fez o parto do seu primeiro filho, Pedro Henrique, há 14 anos. "Minha gratidão pelo Dr. Eduardo começou assim, trazendo meu primogênito ao mundo. Não tinha outro nome em Macaé como obstetra que não fosse o Dr. Eduardo Cardoso. Sim, ele era o melhor. E eu entrei no centro cirúrgico segura, pois estava em boas mãos. Me operou. Me senti em um hospital particular, de tamanha dedicação de toda aquela equipe junto ao Dr. Eduardo. E depois, muitos e muitos anos juntos de trabalho. Grata a ele por tudo! Um grande amigo, pai e esposo", agradece.
Gabriele conta que conheceu Dr. Eduardo em 2006, quando ele trabalhava no Fundo Municipal de Saúde. "Nessa época ele operava todas as quartas-feiras. E era sempre assim, brincalhão, e amava operar, assim como também amava a política. Era muita mulher grávida atrás do Dr. Eduardo. Esse nome era doce", conta ela, hoje mãe de três crianças (tem também Lucas Gabriel e Laura).
Esse jeito simples de levar a vida, não era apenas da porta para fora. Quem convivia no dia a dia dentro da casa de Dr. Eduardo é testemunha dessa simplicidade. Ângela Maria da Silva Bento trabalha há 30 anos na casa da família e conta uma cena que presenciou e nunca mais esqueceu. "Um dia eu estava fazendo uma feijoada para o almoço. A casa sempre estava aberta para qualquer um que chegasse. E um rapaz vendendo picolé tocou o interfone e na conversa perguntou o que tinha para o almoço. Dr. Eduardo colocou o menino para dentro de casa, sentou na mesa com ele, e com maior amor e carinho comeram juntos a feijoada, com uma simplicidade muito grande. Foi ali que passei a admirá-lo e respeitá-lo ainda mais", lembra Anginha, como é carinhosamente conhecida.
Com a voz embargada, Anginha conta como a integridade e o bom coração também eram marcantes no dia a dia dele. "Eu sempre falo de Dr. Eduardo, sua esposa Bernadete e sua família, com muito orgulho e amor no coração. Ele sempre foi um bom pai, um bom esposo, sempre presente, muito amigo, e eu os vejo mais do que chefes. Vejo como pais para mim. Eu tenho muito respeito e carinho por toda essa família. O Thales, eu tenho como um filho. Quando eu cheguei nessa família, ele tinha apenas 7 anos. Dr. Eduardo vai deixar muita saudade", lamenta.
Há quase 28 anos, Jardel Benício da Silva, trabalhou com Dr. Eduardo. O motorista, companheiro praticamente inseparável, fala, com muito orgulho, que conheceu todos os lados do médico-político e mesmo assim destaca o seu grande coração. "Fui trabalhar indicado pelo irmão dele. Ele estava ainda no seu primeiro mandato como vereador. Fizemos um laço de amizade muito forte, ele me ajudou muito e tenho grande gratidão. Pessoa muito boa. Eu o conhecia bem. Ele tinha suas questões, como todos nós temos. E eu sabia quando ele não estava legal e ficava muito calado. É uma pessoa de quem eu vou sentir muita falta, marcou muito minha vida. Se hoje eu tenho um lar, foi por incentivo dele", conta, relembrando do apoio que recebeu para comprar a casa onde vive até hoje.
Jardel relembrou a dedicação de Dr. Eduardo como médico, fazendo cirurgias por muitos anos, suas viagens ao Rio por questões políticas e, mesmo com as paixões já citadas, ele confessou que o coração batia mais forte ainda pela netinha Sofia, filha de Thales Coutinho, de apenas 11 meses. "Ele via minha relação com meus netos e eu dizia que logo, logo seria ele com a neta. E ele dizia que não via a hora dessa pandemia passar para poder curtir e passear com ela na rua. Ele torcia para o Flamengo e mexia muito comigo, porque eu sou tricolor. Uma preocupação dele era o cachorrinho Zico, que está cego e ele sentia muito por isso. Uma pessoa que nunca colocou o dinheiro em primeiro lugar na sua vida. Ele vai nos fazer muita falta, mas sei que está em um bom lugar", acredita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário