Rede de Proteção debate reflexões sobre a realidade da mulher negra
A programação do Dia Internacional da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha, celebrado no dia 25 de julho, continua com ações em Macaé. Nesta quarta-feira (28), a Coordenadoria Especial de Políticas para as Mulheres, da Secretaria de Desenvolvimento Social Direitos Humanos e Acessibilidade, realizou o quinto encontro do Grupo de Trabalho da Rede de Proteção e Atendimento à Mulher.
O tema foi ‘Reflexões sobre a realidade da mulher negra e afirmação da identidade, da história e da cultura’, que teve como convidadas Deise Benedito, graduada em Direito e especialista em Relações Étnico Raciais, e Conceição de Maria, coordenadora de Políticas Sociais e Igualdade e pós-graduada nos Estudos Culturais e Históricos da Diáspora Africana.
A coordenadora de Políticas para as Mulheres, Jane Roriz, destacou a importância do encontro. “Estamos aproveitando a passagem do Dia Internacional da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha para reafirmar a identidade, história e cultura, ampliando os debates sobre as desigualdades raciais e troca de experiências”, frisou.
Para Deise Benedito, a data representa um ponto de reflexão para falar sobre a violência contra a mulher. “As primeiras mulheres que sofreram violência no Brasil foram os povos indígenas, que sofreram com a crueldade da colonização, uma violência institucionalizada há mais de 500 anos e que se perpetua até hoje. Depois, em um processo escravista no país, não foram poucas as mulheres torturadas e, ao mesmo tempo, tivemos mulheres que arrancaram forças para lutar contra essa violência. Antes de ser crime, a violência contra a mulher é uma questão de saúde pública, pois os homens precisam se tratar, pessoas que carregam sequelas da violência familiar”, explicou.
A coordenadora de Políticas Sociais e Igualdade, Conceição de Maria, pontuou que falar da mulher negra é entender o movimento dos povos africanos desde sua chegada ao Brasil. “Muitas não chegaram, pois preferiram se jogar no mar a sofrerem alguns maus tratos. Elas eram abusadas sexualmente dentro dos navios pelos marinheiros. Além disso, eram retirados seus nomes e, com isso, geraram a perda de sua identidade. No Brasil, vivemos o mito da democracia racial. O racismo mata nas ruas, nos supermercados, está no olhar do outro que não lhe aceita. Ser mulher já e difícil, imagina ser mulher negra, por isso, a mulher negra precisa ter conhecimento de luta, conhecer a nossa história para valorizar essa mulher”, ressaltou.
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