quinta-feira, 30 de abril de 2020

Covid-19: Brasil passa dos 85 mil casos confirmados

Total de mortes sobe para 5.901

Publicado em 30/04/2020 - 17:15 Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil - Brasília
Atualizado em 30/04/2020 - 19:54

O Brasil chegou a 85.380 pessoas infectadas por covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus. O país registrou recorde de novos casos, em 24 horas, com a adição de 7.218 infectados às estatísticas, um aumento de 9% em relação a ontem, quando foram registradas 78.662 mil pessoas nessa condição.
Segundo atualização do Ministério da Saúde divulgada nesta quinta-feira (28), o total de mortes subiu para 5.901. De ontem para hoje, foram registrados 435 novos óbitos, um aumento de 8% em relação a quarta-feira (29), quando foram contabilizados 5.466 falecimentos. A letalidade ficou em 6,9%.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, do total de casos confirmados, 43.544 estão em acompanhamento (51%) e 35.935 (42%) já foram recuperados, deixando de apresentar os sintomas da doença. Ainda são investigadas 1.539 mortes.

Assista a coletiva de imprensa na íntegra


São Paulo se mantém como epicentro da pandemia no país, concentrando o maior número de falecimentos (2.375). O estado é seguido pelo Rio de Janeiro (854), Pernambuco (565), Ceará (482) e Amazonas (425).  
Além disso, foram registradas mortes no Pará (208), Maranhão (184), Bahia (104), Paraná (83), Espírito Santo (83), Minas Gerais (82), Paraíba (62), Rio Grande do Norte (56), Rio Grande do Sul (51), Santa Catarina (46), Alagoas (47), Amapá (34), Distrito Federal (30), Goiás (29), Piauí (24), Acre (16), Sergipe (12), Rondônia (16), Mato Grosso (11), Mato Grosso do Sul (9), Roraima (7) e Tocantins (3).

Distanciamento

Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto na tarde desta quinta-feira (30), o ministro da saúde, Nelson Teich, falou sobre as medidas de distanciamento. Em entrevistas na semana passada, ele havia prometido diretrizes atualizadas no fim deste mês. O titular da pasta lembrou que a decisão é de estados e municípios, informou que as orientações estão prontas, mas que ainda não foram divulgadas porque se preocupa com a forma como isso será tratado.
“Se a gente não parar pra ver o que isso representa para a sociedade e ficar polarizando pra dizer se é bom ou ruim não vai levar a nada. Até mesmo você colocar uma diretriz, vira argumento para discussão de polarização de políticas e ideias”, reclamou. Ontem em audiência com senadores o ministro adiantou alguns critérios, como a capacidade de atendimento, a incidência da doença e o estágio da curva.
Perguntado sobre a flexibilização do isolamento, declarou que a orientação é de manter o distanciamento e que a diretriz vai ser um instrumento para estados e municípios abrirem em um cenário em que o avanço estiver mais controlado, mas que agora não seria este momento. “Não dá para começar liberação quando tem curva em franca ascendência”.
“Neste momento em que temos os grandes centros urbanos em fase de ascensão não é momento adequado de se colocar isso, pois pode criar expectativa na própria população de que o MS [Ministério da Saúde] está recomendando a flexibilização. Isso tem que ser feito de forma cautelosa”, acrescentou o assessor especial do ministro, Denizar Vianna.  

Equipamentos

Teich voltou a destacar que o principal problema no abastecimento de equipamentos são os respiradores.  A estimativa é obter entre 720 e 750 por mês. “Temos que ter sabedoria em como vamos distribuir. O que conversamos com os governadores e secretários é que distribuição esteja atrelada à capacidade de usar o leito. Se o que está faltando para o leito é ventilação mecânica, isso vai ser utilizado, e isso vai ser priorizado para situações mais complicadas”, observou.
Ele relatou que a equipe do ministério está buscando mapear os fornecedores desses equipamentos no país e no exterior. Mas que há uma concorrência dura em razão da demanda de outras nações. Este problema era uma reclamação recorrente do ex-titular da pasta, Luiz Henrique Mandetta.

Recursos humanos

A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do ministério, Mayra Pinheiro, informou que o programa de recrutamento de profissionais de saúde, batizado de “Brasil Conta Comigo”, tem um banco de dados de 902 mil trabalhadores, sendo 396 mil dispostos a atuar no enfrentamento à pandemia.
Cada profissional informou onde poderia atuar. Esse banco é disponibilizado aos estados, que podem fazer a solicitação de reforço para suas equipes. Um primeiro grupo já deve chegar no fim desta semana a Manaus para apoiar os profissionais da capital amazonense.
*matéria atualizada às 19h52 para acréscimo de informações
Edição: Lílian Beraldo

STF prorroga teletrabalho para seus servidores até janeiro de 2021

Na Corte, somente 5% dos processos são físicos

Publicado em 30/04/2020 - 20:29 Por André Richter - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu estender o período de teletrabalho de seus servidores até 31 de janeiro de 2021. A medida foi tomada diante da necessidade de manutenção do distanciamento social para evitar o contágio pela covid-19. 
Na Corte, somente 5% dos processos são físicos. O restante chegou ao Supremo pelo sistema eletrônico. Até o momento, nenhum servidor ou ministro testou positivo para o novo coronavírus. 
As regras para o teletrabalho no STF foram publicadas ontem (29) e passarão a valer a partir de 1º de junho. 
Pela norma, os servidores que já estão em trabalho remoto desde o mês passado deverão ser mantidos no regime se suas atividades foram compatíveis e houver condições de saúde física e psicológica. 
Os setores do tribunal deverão estabelecer rotina estruturada de trabalho, realizando pelo menos de três reuniões por semana, manutenção de comunicação online que permita interação e elaboração de resumos diários e semanais das atividades realizadas. 
Em outra resolução, o STF definiu que a entrada nas dependências da Corte será autorizada somente com uso de máscaras e após testes de temperatura corporal. Os prazos processuais de processos físicos ficam suspensos até 15 de maio.
Edição: Bruna Saniele
                     Agradeço a funcionária  da OI Campos RJ, atendimento  na tarde hoje.
Rubem Almeida.

Novo decreto prorroga prazo de isolamento até 11 de maio

2020-04-30 12:44:00 - Jornalista: Juliana Carvalho
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Foto: Decreto 062/2020
Regulamentação dispõe ainda sobre abertura gradativa de alguns estabelecimentos
Macaé manterá até o dia 11 de maio a suspensão das atividades laborais no município. A prorrogação do prazo foi divulgada nesta quinta-feira (30), por meio do decreto municipal 62/2020. A regulamentação orienta ainda acerca da abertura gradativa de alguns estabelecimentos, como óticas e salões de cabeleireiro e barbeiro. O objetivo da prefeitura é conter o contágio da população pelo coronavírus com medidas que visam evitar aglomeração e circulação de pessoas.
Pelo novo decreto, além dos estabelecimentos que já possuíam permissão de funcionamento, como hospitais e clínicas (nos termos do Decreto 046/2020); farmácias; supermercados e mercados; postos de combustíveis; padarias; bancas de jornais e revistas; petshops; Mercado Municipal de Peixe; clínicas, consultórios e laboratórios (entre 7h e às 13h); lojas de materiais de construção e de materiais de informática (entre 13h e às 18h); borracharias e oficinas mecânicas (entre 10h e às 16h), agora, passam a também poder funcionar: a Feira do Produtor Rural (Feirinha da Roça), na Rua Manoel Joaquim dos Reis, aos sábados, (entre 5h e às 10h); óticas (10h às 16h) e salões de cabeleireiro e barbearias, no horário compreendido entre 10h e 16h.

A regulamentação determina ainda que oficinas mecânicas, salões de cabeleireiro e barbearias funcionem exclusivamente com horário marcado e sem espera presencial no local, além de estabelecer como deve ser a disponibilização dos profissionais de óticas, salões de cabeleireiro e barbearias da seguinte forma:

- Estabelecimentos que possuírem até quatro funcionários: poderão funcionar com a integralidade do seu quadro;

- Estabelecimentos que possuírem de cinco a 10 funcionários: deverão funcionar com uma redução de 50% da equipe;

- Estabelecimentos que possuírem mais de 10 funcionários deverão funcionar com 30% da equipe, podendo exercer realizar regime de escala ou rodízio entre os profissionais.

Uso obrigatório de máscaras

Além do uso obrigatório de máscaras por pessoas que estejam realizando atividades laborais no município, conforme já previsto no decreto 51/2020, o decreto 62/2020 prevê ainda que os estabelecimentos só permitam a entrada de clientes/consumidores/usuários que estejam usando máscaras de proteção individual, sendo vedada a entrada sem o referido equipamento. A medida também se aplica ao transporte público municipal, sendo obrigado o uso da máscara tanto pelo motorista quanto pelos passageiros

TIM MAIA - GOSTAVA TANTO DE VOCE

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quarta-feira, 29 de abril de 2020

Rubem Almeida

ter, 14/04/2020 - 10:27 -- Leila Pinho
Créditos: 
      
     Alle Tavares e arquivo pessoal
Rubem e família
Junto com a esposa Cirlene e o filho Rúbem, Rubem Almeida se dedica ao blog Macaé em Pauta, ativo há 9 anos.
Filho de Ruben de Almeida Pereira, o também Rubem Gonzaga de Almeida Pereira nasceu em Quissamã, em 1946, quando a localidade ainda pertencia a Macaé. Responsável por uma família de oito filhos, o Ruben pai decidiu se mudar da região de Quissamã para Macaé, em 1953, em busca de melhores oportunidades de estudos para os filhos. Foi a partir da década de 1950 que o Rubem, filho, começou a trilhar sua história com Macaé, como é hoje territorialmente.
Rubem passou boa parte da infância na Praia do Forte, na Praia da Concha e na Rua da Boa Vista (como era chamada a atual Rua Governador Roberto Silveira - que é paralela à Rua Dr. Télio Barreto). “Eu ia muito também na Ilha de Sant’Anna e na Ilha do Francês”, recorda.
Rubem Almeida na câmara de Macaé
Na década de 1980, Rubem Almeida foi presidente da Câmara Municipal de Vereadores

Muitas pessoas da cidade vão lembrar do Rubem Gonzaga de Almeida Pereira vereador e presidente da Câmara Municipal. Essa é uma das marcas da história dele, assim como a sua ligação com a memória da cidade, as gerações de Rubens da família, e seu grande bigode, que permanece com o mesmo corte até hoje.
Já na juventude, Rubem revelou sua veia política. Em 1963, às vésperas do golpe militar de 1964, com 16 anos, participou de uma passeata em Macaé contra o governo de João Goulart e, junto com outros jovens, foi espancado.
Rubem e amigos
Rubem recebeu Francisco Dornelles em 1985, junto com as professoras Dalva Soares e Ana Maria Pinto, Nélio Nocchi e Washington de Castro
Anos mais tarde, Rubem foi eleito vereador em seu primeiro mandato, de 1977 a 1981, e no segundo mandato, de 1982 a 1985, quando foi presidente da Câmara de 1983 a 1984.
Do período no legislativo municipal, ele lembra de algumas importantes conquistas. A campanha pelos royalties é algo de que ele se orgulha de ter feito parte. No início da década de 1980, não existia uma legislação que destinava royalties às regiões onde era feita a extração do petróleo em mar. A Bacia de Campos foi fundada em 1977 e a Petrobras se instalou em Macaé no final da década de 1980.
Rubem na Cinelândia
Rubem acampou na Cinelândia, junto com outros vereadores de Macaé, em 1983, para chamar a atenção do país para a campanha dos royalties
Em 1983, Macaé iniciou uma campanha pelos royalties e chamou a atenção do Brasil inteiro quando um grupo de 15 vereadores da cidade acampou na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro, por três dias. Os grandes jornais do país noticiaram e o movimento ganhou destaque. Rubem fazia parte da comissão da campanha e esteve lá. “Nós lutamos pelos royalties para 14 municípios da região, mas sem saber, travamos uma luta pelo Brasil todo”, recorda. Anos mais tarde, em 1985, foi modificado o artigo 27 da Lei 2.004 de 1953, que dispõe sobre a Política Nacional do Petróleo. Com a mudança, os royalties passaram a ser destinados também a estados e municípios onde a extração do petróleo se desse via plataforma continental.
Rubem também ajudou a facilitar o acesso ao estudo técnico na cidade, na década de 1980. Macaé não possuía escola técnica e as pessoas da cidade precisavam estudar em Campos dos Goytacazes, local mais próximo onde havia oferta desses cursos. Nessa época, a escola técnica ainda não havia se instalado em Macaé, mas o vereador contribuiu para trazer os cursos técnicos pra cidade.
Outra importante campanha lembrada por Rubem é pela Rodovia Serra Mar (que liga Casemiro de Abreu a Nova Friburgo). Também na década de 1980, a Câmara batalhou pela melhor infraestrutura da estrada que era de chão. “Era uma estrada muito ruim. Com esse movimento pró Serra Mar consegui aprovar a matéria”, pontua Rubem. A estrada foi asfaltada depois do término do mandato dele.

 

Os Rubens e a memória de Macaé

Parece coincidência que, além das três gerações de homens da família terem o mesmo nome, os Rubens também nutrem o mesmo interesse pelas histórias e memórias de Macaé. Ruben de Almeida Pereira, o pai de Rubem (o político), foi bibliotecário e integrante titular, assim como o filho, na Academia Macaense de Letras, criada em 1963. “Na biblioteca com meu pai, aprendi muita coisa. Depois eu casei, veio meu filho e ele foi prosseguindo com isso”, conta Rubem. Ele se casou com Cirlene Gonçalves Almeida Pereira, mais conhecida como Lelene, em 1976, e o único filho do casal nasceu em 1978. O filho de Rubem é Rúben Gonçalves Pereira, memorialista. “Meu avó publicava artigos sobre o folclore da região, ele era poeta e gostava de tratar da história de Macaé. Ele foi contemporâneo do Tonito Parada e do Godofredo Tinoco”, conta Rúben. Tonito, como era conhecido o professor e jornalista Antônio Alvarez Parada, foi um dos fundadores da Academia Macaense de Letras e Godofredo um grande incentivador.
Rubem e amigos e família
Muito religioso, Rubem Almeida junto com a esposa e o filho, comemorou o Dia de Nossa Senhora de Fátima, na década de 1980, com padres e, Alcides Ramos e a esposa.

Rúben guarda em casa um rico acervo de documentos que ajudam a contar as histórias de Macaé. São jornais, livros, cadernos da extinta Academia, entre outros documentos. “Eu fui unindo vários documentos que ficavam na casa dos meus avós. Vovô tinha coleções de jornais antigos de Macaé, dos anos de  1869 e 1870”, fala Rúben. Rubem Gonzaga de Almeida Pereira também contribui para a preservação da história da cidade por meio do blog Macaé em Pauta, que existe há 9 anos. No blog, ele conta histórias da cidade e compartilha notícias.
Acervo
O rico acervo de documentos de Rubem que ajudam a contar as histórias de Macaé. São jornais, livros, cadernos da extinta Academia, entre outros documentos

Depois de ter sofrido um AVC (acidente vascular cerebral), há 30 anos, e ter ficado com a parte esquerda do corpo paralisada, o blog surgiu para Rubem como uma excelente maneira de exercitar sua mente e ainda compartilhar o conhecimento. “Papai trabalha no blog todo dia. Ele é um leitor voraz, acompanha os jornais, ouve rádio e é muito ativo”, comenta Rúben, o filho.

Rubem Almeida

ter, 14/04/2020 - 10:27 -- Leila Pinho
Créditos: 
      
     Alle Tavares e arquivo pessoal
Rubem e família
Junto com a esposa Cirlene e o filho Rúbem, Rubem Almeida se dedica ao blog Macaé em Pauta, ativo há 9 anos.
Filho de Ruben de Almeida Pereira, o também Rubem Gonzaga de Almeida Pereira nasceu em Quissamã, em 1946, quando a localidade ainda pertencia a Macaé. Responsável por uma família de oito filhos, o Ruben pai decidiu se mudar da região de Quissamã para Macaé, em 1953, em busca de melhores oportunidades de estudos para os filhos. Foi a partir da década de 1950 que o Rubem, filho, começou a trilhar sua história com Macaé, como é hoje territorialmente.
Rubem passou boa parte da infância na Praia do Forte, na Praia da Concha e na Rua da Boa Vista (como era chamada a atual Rua Governador Roberto Silveira - que é paralela à Rua Dr. Télio Barreto). “Eu ia muito também na Ilha de Sant’Anna e na Ilha do Francês”, recorda.
Rubem Almeida na câmara de Macaé
Na década de 1980, Rubem Almeida foi presidente da Câmara Municipal de Vereadores

Muitas pessoas da cidade vão lembrar do Rubem Gonzaga de Almeida Pereira vereador e presidente da Câmara Municipal. Essa é uma das marcas da história dele, assim como a sua ligação com a memória da cidade, as gerações de Rubens da família, e seu grande bigode, que permanece com o mesmo corte até hoje.
Já na juventude, Rubem revelou sua veia política. Em 1963, às vésperas do golpe militar de 1964, com 16 anos, participou de uma passeata em Macaé contra o governo de João Goulart e, junto com outros jovens, foi espancado.
Rubem e amigos
Rubem recebeu Francisco Dornelles em 1985, junto com as professoras Dalva Soares e Ana Maria Pinto, Nélio Nocchi e Washington de Castro
Anos mais tarde, Rubem foi eleito vereador em seu primeiro mandato, de 1977 a 1981, e no segundo mandato, de 1982 a 1985, quando foi presidente da Câmara de 1983 a 1984.
Do período no legislativo municipal, ele lembra de algumas importantes conquistas. A campanha pelos royalties é algo de que ele se orgulha de ter feito parte. No início da década de 1980, não existia uma legislação que destinava royalties às regiões onde era feita a extração do petróleo em mar. A Bacia de Campos foi fundada em 1977 e a Petrobras se instalou em Macaé no final da década de 1980.
Rubem na Cinelândia
Rubem acampou na Cinelândia, junto com outros vereadores de Macaé, em 1983, para chamar a atenção do país para a campanha dos royalties
Em 1983, Macaé iniciou uma campanha pelos royalties e chamou a atenção do Brasil inteiro quando um grupo de 15 vereadores da cidade acampou na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro, por três dias. Os grandes jornais do país noticiaram e o movimento ganhou destaque. Rubem fazia parte da comissão da campanha e esteve lá. “Nós lutamos pelos royalties para 14 municípios da região, mas sem saber, travamos uma luta pelo Brasil todo”, recorda. Anos mais tarde, em 1985, foi modificado o artigo 27 da Lei 2.004 de 1953, que dispõe sobre a Política Nacional do Petróleo. Com a mudança, os royalties passaram a ser destinados também a estados e municípios onde a extração do petróleo se desse via plataforma continental.
Rubem também ajudou a facilitar o acesso ao estudo técnico na cidade, na década de 1980. Macaé não possuía escola técnica e as pessoas da cidade precisavam estudar em Campos dos Goytacazes, local mais próximo onde havia oferta desses cursos. Nessa época, a escola técnica ainda não havia se instalado em Macaé, mas o vereador contribuiu para trazer os cursos técnicos pra cidade.
Outra importante campanha lembrada por Rubem é pela Rodovia Serra Mar (que liga Casemiro de Abreu a Nova Friburgo). Também na década de 1980, a Câmara batalhou pela melhor infraestrutura da estrada que era de chão. “Era uma estrada muito ruim. Com esse movimento pró Serra Mar consegui aprovar a matéria”, pontua Rubem. A estrada foi asfaltada depois do término do mandato dele.

 

Os Rubens e a memória de Macaé

Parece coincidência que, além das três gerações de homens da família terem o mesmo nome, os Rubens também nutrem o mesmo interesse pelas histórias e memórias de Macaé. Ruben de Almeida Pereira, o pai de Rubem (o político), foi bibliotecário e integrante titular, assim como o filho, na Academia Macaense de Letras, criada em 1963. “Na biblioteca com meu pai, aprendi muita coisa. Depois eu casei, veio meu filho e ele foi prosseguindo com isso”, conta Rubem. Ele se casou com Cirlene Gonçalves Almeida Pereira, mais conhecida como Lelene, em 1976, e o único filho do casal nasceu em 1978. O filho de Rubem é Rúben Gonçalves Pereira, memorialista. “Meu avó publicava artigos sobre o folclore da região, ele era poeta e gostava de tratar da história de Macaé. Ele foi contemporâneo do Tonito Parada e do Godofredo Tinoco”, conta Rúben. Tonito, como era conhecido o professor e jornalista Antônio Alvarez Parada, foi um dos fundadores da Academia Macaense de Letras e Godofredo um grande incentivador.
Rubem e amigos e família
Muito religioso, Rubem Almeida junto com a esposa e o filho, comemorou o Dia de Nossa Senhora de Fátima, na década de 1980, com padres e, Alcides Ramos e a esposa.

Rúben guarda em casa um rico acervo de documentos que ajudam a contar as histórias de Macaé. São jornais, livros, cadernos da extinta Academia, entre outros documentos. “Eu fui unindo vários documentos que ficavam na casa dos meus avós. Vovô tinha coleções de jornais antigos de Macaé, dos anos de  1869 e 1870”, fala Rúben. Rubem Gonzaga de Almeida Pereira também contribui para a preservação da história da cidade por meio do blog Macaé em Pauta, que existe há 9 anos. No blog, ele conta histórias da cidade e compartilha notícias.
Acervo
O rico acervo de documentos de Rubem que ajudam a contar as histórias de Macaé. São jornais, livros, cadernos da extinta Academia, entre outros documentos

Depois de ter sofrido um AVC (acidente vascular cerebral), há 30 anos, e ter ficado com a parte esquerda do corpo paralisada, o blog surgiu para Rubem como uma excelente maneira de exercitar sua mente e ainda compartilhar o conhecimento. “Papai trabalha no blog todo dia. Ele é um leitor voraz, acompanha os jornais, ouve rádio e é muito ativo”, comenta Rúben, o filho.

Rubem Almeida

ter, 14/04/2020 - 10:27 -- Leila Pinho
Créditos: 
      
     Alle Tavares e arquivo pessoal
Rubem e família
Junto com a esposa Cirlene e o filho Rúbem, Rubem Almeida se dedica ao blog Macaé em Pauta, ativo há 9 anos.
Filho de Ruben de Almeida Pereira, o também Rubem Gonzaga de Almeida Pereira nasceu em Quissamã, em 1946, quando a localidade ainda pertencia a Macaé. Responsável por uma família de oito filhos, o Ruben pai decidiu se mudar da região de Quissamã para Macaé, em 1953, em busca de melhores oportunidades de estudos para os filhos. Foi a partir da década de 1950 que o Rubem, filho, começou a trilhar sua história com Macaé, como é hoje territorialmente.
Rubem passou boa parte da infância na Praia do Forte, na Praia da Concha e na Rua da Boa Vista (como era chamada a atual Rua Governador Roberto Silveira - que é paralela à Rua Dr. Télio Barreto). “Eu ia muito também na Ilha de Sant’Anna e na Ilha do Francês”, recorda.
Rubem Almeida na câmara de Macaé
Na década de 1980, Rubem Almeida foi presidente da Câmara Municipal de Vereadores

Muitas pessoas da cidade vão lembrar do Rubem Gonzaga de Almeida Pereira vereador e presidente da Câmara Municipal. Essa é uma das marcas da história dele, assim como a sua ligação com a memória da cidade, as gerações de Rubens da família, e seu grande bigode, que permanece com o mesmo corte até hoje.
Já na juventude, Rubem revelou sua veia política. Em 1963, às vésperas do golpe militar de 1964, com 16 anos, participou de uma passeata em Macaé contra o governo de João Goulart e, junto com outros jovens, foi espancado.
Rubem e amigos
Rubem recebeu Francisco Dornelles em 1985, junto com as professoras Dalva Soares e Ana Maria Pinto, Nélio Nocchi e Washington de Castro
Anos mais tarde, Rubem foi eleito vereador em seu primeiro mandato, de 1977 a 1981, e no segundo mandato, de 1982 a 1985, quando foi presidente da Câmara de 1983 a 1984.
Do período no legislativo municipal, ele lembra de algumas importantes conquistas. A campanha pelos royalties é algo de que ele se orgulha de ter feito parte. No início da década de 1980, não existia uma legislação que destinava royalties às regiões onde era feita a extração do petróleo em mar. A Bacia de Campos foi fundada em 1977 e a Petrobras se instalou em Macaé no final da década de 1980.
Rubem na Cinelândia
Rubem acampou na Cinelândia, junto com outros vereadores de Macaé, em 1983, para chamar a atenção do país para a campanha dos royalties
Em 1983, Macaé iniciou uma campanha pelos royalties e chamou a atenção do Brasil inteiro quando um grupo de 15 vereadores da cidade acampou na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro, por três dias. Os grandes jornais do país noticiaram e o movimento ganhou destaque. Rubem fazia parte da comissão da campanha e esteve lá. “Nós lutamos pelos royalties para 14 municípios da região, mas sem saber, travamos uma luta pelo Brasil todo”, recorda. Anos mais tarde, em 1985, foi modificado o artigo 27 da Lei 2.004 de 1953, que dispõe sobre a Política Nacional do Petróleo. Com a mudança, os royalties passaram a ser destinados também a estados e municípios onde a extração do petróleo se desse via plataforma continental.
Rubem também ajudou a facilitar o acesso ao estudo técnico na cidade, na década de 1980. Macaé não possuía escola técnica e as pessoas da cidade precisavam estudar em Campos dos Goytacazes, local mais próximo onde havia oferta desses cursos. Nessa época, a escola técnica ainda não havia se instalado em Macaé, mas o vereador contribuiu para trazer os cursos técnicos pra cidade.
Outra importante campanha lembrada por Rubem é pela Rodovia Serra Mar (que liga Casemiro de Abreu a Nova Friburgo). Também na década de 1980, a Câmara batalhou pela melhor infraestrutura da estrada que era de chão. “Era uma estrada muito ruim. Com esse movimento pró Serra Mar consegui aprovar a matéria”, pontua Rubem. A estrada foi asfaltada depois do término do mandato dele.

 

Os Rubens e a memória de Macaé

Parece coincidência que, além das três gerações de homens da família terem o mesmo nome, os Rubens também nutrem o mesmo interesse pelas histórias e memórias de Macaé. Ruben de Almeida Pereira, o pai de Rubem (o político), foi bibliotecário e integrante titular, assim como o filho, na Academia Macaense de Letras, criada em 1963. “Na biblioteca com meu pai, aprendi muita coisa. Depois eu casei, veio meu filho e ele foi prosseguindo com isso”, conta Rubem. Ele se casou com Cirlene Gonçalves Almeida Pereira, mais conhecida como Lelene, em 1976, e o único filho do casal nasceu em 1978. O filho de Rubem é Rúben Gonçalves Pereira, memorialista. “Meu avó publicava artigos sobre o folclore da região, ele era poeta e gostava de tratar da história de Macaé. Ele foi contemporâneo do Tonito Parada e do Godofredo Tinoco”, conta Rúben. Tonito, como era conhecido o professor e jornalista Antônio Alvarez Parada, foi um dos fundadores da Academia Macaense de Letras e Godofredo um grande incentivador.
Rubem e amigos e família
Muito religioso, Rubem Almeida junto com a esposa e o filho, comemorou o Dia de Nossa Senhora de Fátima, na década de 1980, com padres e, Alcides Ramos e a esposa.

Rúben guarda em casa um rico acervo de documentos que ajudam a contar as histórias de Macaé. São jornais, livros, cadernos da extinta Academia, entre outros documentos. “Eu fui unindo vários documentos que ficavam na casa dos meus avós. Vovô tinha coleções de jornais antigos de Macaé, dos anos de  1869 e 1870”, fala Rúben. Rubem Gonzaga de Almeida Pereira também contribui para a preservação da história da cidade por meio do blog Macaé em Pauta, que existe há 9 anos. No blog, ele conta histórias da cidade e compartilha notícias.
Acervo
O rico acervo de documentos de Rubem que ajudam a contar as histórias de Macaé. São jornais, livros, cadernos da extinta Academia, entre outros documentos

Depois de ter sofrido um AVC (acidente vascular cerebral), há 30 anos, e ter ficado com a parte esquerda do corpo paralisada, o blog surgiu para Rubem como uma excelente maneira de exercitar sua mente e ainda compartilhar o conhecimento. “Papai trabalha no blog todo dia. Ele é um leitor voraz, acompanha os jornais, ouve rádio e é muito ativo”, comenta Rúben, o filho.