sábado, 15 de setembro de 2018

“BELÉM DOS MEUS ENCANTOS”

Alunos da Escola Municipal Manuela de Freitas lançam primeiro média metragem no Olympia

  
14/09/2018 09:45
A vivência da sala de aula e, principalmente, as experiências compartilhadas inspiraram alunos e ex-alunos da Escola Municipal Manuela de Freitas, do bairro de São Brás, a produzirem o primeiro média metragem “Belém dos Meus Encantos”, que estreou nesta quinta-feira, 13, no Cine Olympia.
A vivência na escola inspirou os alunos, que já lançaram cinco curtas metragens. O roteiro desta vez contou com a participação dos alunos do 7º e 8º anos, além de ex-alunos. Com duração de 60 minutos, o filme faz uma homenagem à cidade de Belém.
A professora Walcilea Cardoso, que comanda o projeto “Ver-o-Curta”, coordenou o filme e, segundo ela, o objetivo desta produção é despertar um maior interesse dos alunos para a cidade de Belém e sua cultura. “A gente procurou trabalhar a valorização da nossa cultura. Tem gente que ainda, por falta de informação, acha que aqui é uma cidade atrasada, então é esse preconceito que queremos desconstruir”, explicou.
Walcilea enfatizou ainda que o filme ajudou os alunos a também descobrir a cidade, num exercício conjunto. “Alunos que nunca tinham saído da área em que moram puderam visitar vários pontos turísticos de Belém. Acredito que tenha sido uma experiência única para o grupo todo”.
Roteiro - A produção conta a história de Júlia, uma garota paulista que vê sua realidade modificada depois que sua família se muda para Belém em busca de novas oportunidades de vida. A visão de Júlia sobre a capital paraense é estereotipada, de uma cidade sem cultura ou desenvolvimento social. A história ocorre próximo da escola, onde Júlia passa a estudar com Stephane, uma garota que exagera ao defender a cidade mesmo não a conhecendo bem. De início, as duas não se dão bem. Na missão de mostrar para a novata como realmente Belém é, os alunos apresentam uma parte da história e da cultura do povo belenense, com sua linguagem e comidas típicas.
Por se passar dentro da escola, o filme mostra também problemas da juventude e a superação de dificuldades de alunos com déficit de atenção no cotidiano escolar e a complexidade dos professores. A inspiração para a história veio de um dos alunos que atuou no filme, que tem déficit de atenção e passa pela experiência da educação inclusiva.
“A escola Manuela de Freitas recebeu este ano os alunos de inclusão e poder mostrar esta realidade na história do filme foi uma oportunidade de fazer com que os demais alunos entendam que o diferente é normal. Todos nós temos algumas limitações, e esta é uma excelente oportunidade de fazer a sociedade entender que a inclusão é fundamental para todos”, ressaltou a professora Walcilea.
O elenco do filme é composto por dez alunos, que têm entre 12 e 13 anos, e teve como roteirista Saulo Moraes, 19 anos, e direção de Henrique Fagundes, 18 anos, ambos são ex-alunos da Manuela de Freitas. “A sequência de filmes que fizemos nos ajudou a aperfeiçoar as técnicas. E a escola é a nossa grande inspiração, porque ela mostra muitas histórias e é o que a gente tenta impor no filme: mostrar a importância do papel da escola na construção do futuro desses alunos”, afirmou Henrique.
“A Prefeitura de Belém tem desempenhado um papel muito importante na formação dos alunos, especialmente quando ela incentiva e proporciona a inclusão de pessoas com alguma deficiência na sala de aula para participar das atividades escolares como todos os demais, e poder abordar isso no filme foi algo novo, mas foi muito  bacana, porque nos ajudou a conhecer mais sobre a inclusão”, completou o diretor.
Adrianny Lustosa, de 14 anos, estudante do 9º ano da Manuela de Freitas, juntamente com outras dezenas de alunos prestigiou a estreia do filme e elogiou a produção. “Não tem muitas escolas em Belém que se dediquem a um projeto como este, e que mostre sobre a nossa cultura. Achei que os alunos se saíram muito bem, até porque eu não pude acompanhar essas gravações por ser do turno da tarde, mas foi fantástico ver que dentro da escola foi possível fazer um filme como esse”, elogiou.
Projeto - O projeto “Ver-o-Curta” surgiu há cinco anos, dentro do projeto “Manuela Conta”. Nas aulas de informática, que são lecionadas pela professora Walcilea Cardoso, os alunos produziram uma história fantástica com o imaginário popular que virou livro e posteriormente foi feito um curta com roteiro baseado no livro. “A Maldição do Meio Dia” foi o primeiro trabalho da turma, que já produziu filme também sobre bullying, superação e imaginário popular. Os curtas estão disponíveis no canal “Léa Cardoso”, no Youtube.
Por Karla Pereira

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