sexta-feira, 9 de outubro de 2020

 

Saber esperar

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*por Claudia Queiroz

Sempre que vivemos tempos difíceis, o coração aprende a seguir no compasso que pode. Mesmo sem perceber, exige de nós boa noção de discernimento, coragem, ousadia e calma. Problemas de relacionamento, amores que não sabem esperar, cuidados que precisamos ter com alimentação mais equilibrada, atividade física, meditação, encontros com amigos e tantos outros aspectos que previnem tantos sofrimentos. Aliás, essa é a herança que espero que todos possam agregar nas próprias vidas com o final da pandemia.

Um upgrade emocional, comportamental, estrutural e prático, que num ano atípico como este, nos convida a rever conceitos para melhorarmos nossas bases. Se esta for a lição de casa, estaremos bem preparados para qualquer tipo de crise. Porque todos os problemas passam, mas é muito importante a gente saber como passar por eles.

A proposta de tudo o que escrevo é fazer você ficar melhor, maior e mais forte com todos esses conceitos de desenvolvimento humano. Quando o assunto envolve maternidade, por exemplo, um filho que chora tem a certeza de que seu sono será velado… Mas as crianças crescem e precisam aprender a cuidar do que sentem também. Isso resume a chave da superconsciência – estímulos diários em forma de vitaminas de bons pensamentos!

Sabemos que joelhos esfolados representam as dores do mundo para uma criança. Uma mãe sabe disso, o filho, não. Cabe a gente ensiná-los como enfrentar a cicatrização. Mais tarde, se Deus quiser, não só com o tempo, minha filha saberá administrar as dores, as frustrações e os joelhos ralados que terá na vida. Quero isso para todas as outras crianças também, por isso trabalho por um mundo melhor a partir de mim, inspirando você e por todos nós.

Para termos habilidade de pensar antes de agir, que tal aliviar nossas dores com sabedoria? Tenho pensado muito no valor dos pequenos gestos com suas repercussões. Apesar de não existir mágica que possa nos salvar do absurdo, o jeito é descobrir particularidades de como esperar a ferida cicatrizar, o coração acalmar, o dia amanhecer para responder algo de cabeça fria…

Se você retirar a poeira de um móvel, o mundo ficará mais limpo. É sensato pensar assim. Cada um fazendo a sua parte. Você pode barrar uma fofoca, uma ‘fakenews’, destruir o poder de uma calúnia… E sabe o que é melhor? Alguém deixará de sofrer por causa do seu silêncio! Nestas estradas de tantos rostos desconhecidos é sempre bom que deixemos um espaço reservado para a calma. Preconceitos são filhos de olhares apressados. O melhor é ir devagar. Respeitar o que cada um sente e vê… Cuidar melhor do que diz, do que faz e do que deixa para o mundo.

Quando eu era pequena, um tio muito querido dizia que precisávamos plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro para fazermos a vida valer à pena. Por muito tempo pensei nesta “verdade” que passou de geração em geração, até chegarmos hoje e enxergarmos que a base da educação precisa de cuidado, proteção, conversas doces e muito amor.

Hoje educo minha filha cultivando plantas dentro de casa para que ame ainda mais a natureza e esteja sempre atenta com os alimentos que consome, respeitando o tempo de plantar e o de colher. Essa é a semente de prosperidade e grandes conquistas que podemos regar todos os dias. Afasta maus pensamentos, nos ajuda a desenvolver habilidade para lidar com os problemas, elimina culpas, traumas, dores e aprendemos a viver mais em paz.

Este não parece o cenário ideal para plantarmos um novo conceito de vida? Por isso é tão importante saber esperar.  Cuidando do solo não tem como não brotar uma nova maneira de ver a vida. Faz parte da superconsciência, cuidar de si e cuidar de quem a gente ama. Mas até quem a gente não ama e não conhece sofre impactos com nossas ações, que criam raízes de um bem-estar genuíno e sustentável. Sementes ruins germinam em solo fértil. Mas boas sementes não progridem em solos ruins. Agora troque solo fértil por pensamentos e verá o resultado extraordinário que temos se alimentarmos nossa mente com boas ideias. Só depende de você saber regar!

Claudia Queiroz é jornalista.

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