domingo, 21 de junho de 2020

Sustentabilidade e você

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*por Claudia Queiroz
A ONU está chamando 2020 de o ‘SuperAno para a Natureza’. E não é para menos. Estamos num processo inédito onde todas as pessoas do mundo estão voltadas a práticas de vida mais saudáveis e com mais consciência em várias áreas. Na alimentação, no consumo, nos relacionamentos, no trabalho, percebendo a biodiversidade neste momento crítico para a humanidade.
Existem vários anúncios de ações público-privadas sendo debatidos em fóruns. Mas chama a atenção a sustentabilidade pessoal. Porque enquanto a indústria demonstra que está se preocupando com o meio ambiente ou buscando não perder o posicionamento no ranking dos consumidores, que hoje se interessam em saber mais sobre as origens e todo o ciclo de vida dos produtos que consomem, temos novos hábitos sendo desenvolvidos dentro de casa e que podem impactar nesta sustentabilidade.
Digo isso porque recentemente a Danone e a Coca cola decidiram investir em garrafas totalmente biodegradáveis, que se desintegram em 1 ano, substituindo garras plásticas para alguns produtos. É um ótimo começo!
A Goodyear acaba de lançar um pneu inteligente, que não fura e é totalmente biodegradável, resistente e durável. A indústria anunciou ter desenvolvido uma tecnologia inteligente para não poluir a natureza.
Toda a linha Lego, de direito de uma empresa dinamarquesa, já decidiu eliminar completamente o plástico dos seus produtos e substituir, gradativamente, até 2030, todas as peças feitas a base de cana-de-açúcar.
Para os jovens, uma empresa europeia está desenvolvendo um “game” que estimula jogadores a cumprirem metas de sustentabilidade da ONU. Ele tem criptomoeda social e ensina estudantes e jogadores como implementarem as metas de desenvolvimento sustentável.
Ou seja, consciência ambiental sendo expandida para várias áreas. Isso que nem falei da construção civil, com ações de captação água da chuva; passando pelo armazenamento da água da condensação do sistema de ar-condicionado movido a gás natural [renovável, não poluente e bem mais barato], e da água utilizada nas pias que, após ser tratada, é reaproveitada nas descargas dos banheiros.
Eu cresci com campanhas da família folha, que incentivavam a separação de lixo e que colocou Curitiba, cidade onde nasci e moro, num cenário respeitado até hoje como uma das cidades mais limpas do Brasil e do mundo. Para mim, jogar lixo no chão é tão feio quanto xingar a mãe… Minha vida toda acumulei papéis dentro da minha bolsa, muitas vezes por não ter onde jogar embalagens. E ensino a filhinha a fazer igual.
Mas neste período da pandemia, é difícil saber quais são os cuidados a serem adotados. O que fazer, por exemplo, com as esponjas utilizadas para desinfectar as compras do supermercado? É preciso higienizar as embalagens que irão para a reciclagem? Práticas até então corriqueiras trazem agora uma série de dúvidas.
É preciso ser o mais breve possível no banho ao ensaboar e lavar o cabelo sem a água corrente. Somente abrir o chuveiro para tirar a espuma do sabonete e do shampoo. As pessoas vão buscar mais autonomia e mais segurança, para fazer as coisas, poder dar manutenção em casa sozinhas, de maneira mais fácil, então serão novos tecidos, novos leiautes, mobiliário. Com materiais que sujam menos, mais fáceis de limpa, associado ao uso de energia solar, reuso de água…
É como se o mundo precisasse mesmo de uma parada. Bastou o homem parar de circular por um tempo, consumir menos e passamos a notar mais pássaros, mais flores, o mar ficou mais limpo, o céu, os lagos, animais antes sumidos estão dando a cara. Uma palmadinha de Deus, colocando todo mundo em casa, no cantinho do pensamento.
Buscar algumas práticas que nos tornem mais sustentáveis. Comprar orgânicos do produtor que leva na sua casa, por exemplo, movimenta a economia regional. Repensar o uso dos medicamentos e os descartes dos comprimidos vencidos, para não contaminar a água também. Informar problemas que eventualmente aconteçam num produto junto aos SACs da empresa é ser consumidor sustentável. Claro que sem buscar algo em troca, mas dando ao mundo o seu melhor em todas as áreas e situações, como proposta de vida.
Tudo isso também é SUPERCONSCIÊNCIA. É pensar antes de agir. E lembrar que existe futuro mesmo na nossa ausência. Você se lembra daquela animação da Disney, uns anos atrás, Wall-e, em que um robô reciclado e com personalidade vive num planeta repleto de lixo, sem folhas verdes e que toda a transformação da história acontece quando ele consegue resgatar um vaso de planta sobrevivendo naquele ambiente inóspito? A folha verde era a esperança pela renovação da Terra. Hoje temos um vírus nos forçando a repensar hábitos…
Claudia Queiroz é jornalista.

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