Exposição em Niterói conta sobre a imigração italiana para o estado
9 de agosto de 2021
Um dos principais grupos migratórios europeus a aportarem no Brasil, em especial entre as últimas décadas do século 19 e o início do século 20, os italianos se estabeleceram principalmente na Região Sul e no Sudeste do Brasil, em grande parte no Estado de São Paulo. Pouco é sabido e estudado sobre a presença dos italianos no estado do Rio de Janeiro. É isso que a exposição Imigração Italiana para o Rio de Janeiro, que foi aberta no sábado, dia 7 de agosto, no Espaço Cultural Correios Niterói, pretende contar.
Com recursos do edital "Apoio às Universidades Estaduais - Uerj, Uenf e Uezo" da Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), a mostra é composta por textos, documentos, fotografias, anotações, propagandas, matérias de jornais e entrevistas de imigrantes e seus descendentes. O acervo, focado na trajetória de dez famílias, revela os porquês da vinda dos italianos para o Brasil, identifica suas regiões de origem, descreve as condições da viagem e a recepção no Brasil. Muitos deles foram acolhidos na Hospedaria da Ilha das Flores, em São Gonçalo (Região Metropolitana do Rio), uma das instalações criadas para receber, fazer a triagem e o encaminhamento dos imigrantes.
Não foi apenas na cidade do Rio de Janeiro que os italianos se estabeleceram, mas também em São Gonçalo e Niterói; na Região Serrana e do Médio Paraíba (onde se instalou uma das primeiras comunidades italianas do Brasil), com destaque para o município de Porto Real; e até no Noroeste Fluminense, como na cidade de Varre-Sai, a mais distante da capital.
- Nosso objetivo é dar visibilidade para a imigração italiana no Rio de Janeiro, como foi seu enraizamento, vicissitudes e dificuldades nesse novo continente, mas, também, mostrar que as experiências do passado provocam considerações sobre o presente. Por isso, a exposição busca refletir sobre o atual cenário da Itália como receptor de imigrantes nos últimos 20 anos, em especial refugiados de todo o mundo - esclarece Luís Reznik, coordenador do Centro de Memória da Imigração da Ilha das Flores, responsável pela curadoria da exposição.
O grupo, criado há mais de dez anos, é composto por professores, pós-graduandos e estudantes de graduação do curso de História da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP/Uerj). Apoiados por professores de outros institutos da Uerj e de outras universidades, eles se dedicam à pesquisa da imigração no Brasil e dão suporte ao Museu da Imigração da Ilha das Flores, criado em 2012 pela Marinha do Brasil.
A Faperj é a agência de fomento à ciência, à tecnologia e à inovação do Estado do Rio de Janeiro, e é vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação.
SERVIÇO
Exposição: Imigração Italiana para o Rio de Janeiro
Data: entre 7 de agosto e 18 de setembro de 2021
Local: Espaço Cultural Correios Niterói (Av. Visconde do Rio Branco, 481 - Centro, Niterói – RJ)
Horário: segunda a sexta, das 11h às 18h; sábado das 13h às 17h. Não abre aos domingos e feriados. A visitação é gratuita e segue os protocolos de segurança.
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