quarta-feira, 15 de setembro de 2021

 

Gaudium news Em voo para Roma, Papa falou sobre vacinação, comunhão, aborto, negacionismo

Em voo para Roma, Papa falou sobre vacinação, comunhão, aborto, negacionismo

Vários jornalistas puderam fazer perguntas ao Papa sobre diferentes temas, no seu retorno da Eslováquia.

Roma (15/09/2021 11:59, Gaudium Press) No voo que o levou até Roma, depois da viagem pela Hungria e Eslováquia, o Papa Francisco respondeu perguntas de alguns jornalistas. Reproduzimos abaixo alguns trechos de suas respostas, publicadas por Vatican News.

Depois de ser perguntado por Bohumil Petrik, de Deenik Standard, sobre a divisão causada pela vacinação nos cristãos na Eslováquia, o Pontífice respondeu:

É um pouco estranho, porque a humanidade tem uma história de amizade com as vacinas: o sarampo, a poliomielite… talvez esta virulência se deve à incerteza, não só da pandemia. Há uma diversidade de vacinas e também a fama de que algumas são um pouco mais do que água destilada, e isso criou medo. Outros afirmam que é um perigo, porque dizem que com a vacina entra o vírus. Também no Colégio Cardinalício houve alguns negacionistas e um destes, pobrezinho, está internado com o vírus. Ironia da vida. Não sei explicar bem, alguns dizem que as vacinas não foram suficientemente testadas. Deve-se esclarecer: no Vaticano, estão todos vacinados, com exceção de um pequeno grupo, que está se estudando como ajudar.

Sobre as diferenças com Orban

Daniel Verdú, de El País, indagou o Pontífice sobre algumas diferenças com o primeiro-ministro Viktor Orban, da Hungria. “O presidente me explicou a lei que eles têm para ajudar os casais jovens a se casarem, a terem filhos. Interessante, é uma lei que se assemelha muito com a lei francesa, mas mais aprimorada. Ali acrescentaram alguma coisa, o primeiro-ministro e o vice-ministro explicaram-lhes como era esta lei. Sobre a migração, nada. Depois voltamos sobre a ecologia. A família, no sentido da demografia: vê-se que há muitas pessoas jovens, muitas crianças. Também na Eslováquia, há muitos casais jovens. Agora o desafio é procurar vagas de emprego para que não saiam para procurá-las. Mas estes foram os temas… Falou sempre o Presidente, ambos os ministros acrescentam algum dado. O encontro durou cerca de 40 minutos” explicou o Pontífice.

Eucaristia, Matrimonio homossexual

Gerard O’Connell, de America, perguntou ao Papa sobre uma frase que ele proferida por ele de que a Eucaristia não é um prêmio para os virtuosos, mas um remédio e alimento para os fracos, e perguntou-lhe sobre a polêmica que está havendo nos Estados Unidos a propósito do acesso à comunhão do presidente Biden.

A este respeito o Papa contou que uma vez estava celebrando Missa “em um lar de idosos, eu estava na sala e disse: quem quer comunhão? Todos os idosos levantaram as mãos. Uma velhinha levantou a mão e tomou a comunhão e disse: “Obrigado, eu sou judia”. E eu disse: “Aquele que eu lhe dei também é judeu”. A comunhão não é um prêmio para os perfeitos – pense no Jansenismo – a comunhão é um dom, um presente, é a presença de Jesus na Igreja e na comunidade. Então, aqueles que não estão na comunidade não podem comungar, como esta senhora judia, mas o Senhor quis recompensá-la sem o meu conhecimento. 

Em seguida o Pontífice explicou que o aborto, o qual é apoiado por Biden, é realmente um homicídio. O aborto “é mais do que um problema, é um homicídio, quem faz um aborto mata, sem meias palavras. Mas no caso dos que estão fora da comunhão com a Igreja “Eles são filhos de Deus e precisam de nossa proximidade pastoral, então o pastor resolve as coisas como o Espírito lhe indica”.

Sobre o dito “matrimônio homossexual”, indagou Stefano Maria Paci, de Sky Tg 24:

“O matrimônio é um sacramento, a Igreja não tem poder para mudar os sacramentos como o Senhor os instituiu. Há leis tentando ajudar as situações de muitas pessoas que têm uma orientação sexual diferente. É importante que os Estados tenham a possibilidade de apoiá-los civilmente, de dar-lhes segurança de herança, saúde, etc., não só para os homossexuais, mas para todas as pessoas que queiram se associar. Mas casamento é casamento. Isto não significa condená-los, eles são nossos irmãos e irmãs, devemos acompanhá-los.

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