quinta-feira, 4 de outubro de 2012

De Vargas à Dilma, Petrobras completa 59° aniversário


 
Em meio à campanha de exploração do pré-sal, a Petrobras (PETR3; PETR4) completa nessa quarta-feira (3) seu 59° aniversário. Embora os últimos anos da companhia na bolsa terem sido conturbados, a estatal aproveita a data comemorativa para reforçar suas perspectivas para o futuro, com um robusto Plano de Negócios, que vai de 2012 a 2016, de investimentos até US$ 236,5 bilhões. 
 
 
Nos últimos 20 anos, de 1991 a 2011, a Petrobras teve um crescimento de 164% nas reservas, e possui atualmente uma razão reserva/produção de 19,2 anos. O índice de sucesso da estatal nas atividades de exploração foi de 59% em 2011, bem superior à média mundial, de 30%, sendo que o pré-sal vem superando 80%. "Isso mostra que a empresa é competitiva e está pronta para galgar as melhores posições no mercado global", informa a empresa em comunicado divulgado ao mercado.
 

Retrospectiva 2012O ano de 2012 foi agitado para a companhia, a começar pela troca de presidente, com a saída de José Sergio Gabrielli. Maria da Graças Foster assumiu o cargo de liderança com uma carga pesada nas mãos e no balanço do segundo trimestre desse ano da estatal reportou prejuízo líquido de R$ 1,346 bilhão, o primeiro desde 1999. 
 

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O resultado abriu às portas para um novo reajuste no preço do combustível, o que era uma das pendências para que os investimentos da companhia sejam alcançados conforme o planejado, isso porque o plano de negócios ressalta que a "geração de caixa se mantém como a principal fonte de financiamento". 
 

A temporada não tem se mostrada tão otimista para a companhia, que já perdeu nos últimos dois anos R$ 65 milhões em valor de mercado, mesmo que possua uma base acionária 48% maior. Para que a empresa recupere o seu maior valor de mercado histórico, do dia 21 de maio de 2008, quando valia R$ 510 bilhões, as ações preferenciais precisam subir cerca de 53%.
 

Nesses dois anos, o nível de endividamento da estatal também voltou a subir. Antes do aumento de capital, a dívida líquida representava 34,4% do que a empresa chama de capitalização total (soma do patrimônio líquido e da dívida líquida). Depois da captação, essa relação recuou para 16%, mas no fim do segundo trimestre a dívida líquida já representava 28%. Contudo, é válido mensionar que apesar das turbulências, as ações da PETR4 registram uma valorização de 6,48% nesse ano. 
 

História
No ano em que foi criada, em 1953, no então governo de Getúlio Vargas, a empresa contava com modestos 2.700 barris de produção de petróleo por dia no Recôncavo Baiano, 170 mil barris de petróleo em reservas, uma refinaria na Bahia, outra em contrução em São Paulo e 22 navios petroleiros com capacidade de carga de 227 mil toneladas. A nova companhia assumiu, como tarefa prioritária, a estruturação da área de exploração e produção e a formação de técnicos brasileiros para substituir os estrangeiros que vieram ocupar cargos de gerência nos primeiros anos da empresa. 
 

Diante da dimensão limitada dos resultados exploratórios em terra, a Petrobras partiu para o desafio no mar, iniciado em águas rasas do Nordeste, chegando à descoberta de campos gigantes na Bacia de Campos e culminando com a descoberta de petróleo e gás no pré-sal das bacias de Santos e Campos, consideradas umas das maiores dos últimos anos no mundo. Estas descobertas fizeram da empresa a detentora da mais avançada tecnologia de exploração e produção em águas profundas e ultraprofundas.

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