Diário Oficial completa
150 anos de publicação das decisões
administrativas do país
Chamado inicialmente Diário Official do Imperio
do Brasil, a publicação é o meio pelo qual o cidadão pode acompanhar os
atos oficiais da Administração Pública (Marcello Casal Jr./ABr)
Brasília - O Diário Oficial da União completa hoje (1°) 150 anos de circulação no Brasil. Chamado inicialmente Diário Official do Imperio do Brasil,
a publicação é o meio pelo qual o cidadão pode acompanhar os atos
oficiais da Administração Pública, como leis, decretos, nomeações de
servidores, abertura de concursos públicos, autorizações de viagens de
autoridades para o exterior e orçamentos, entre outros que influenciam
diretamente a vida das pessoas.
A publicação é da Imprensa Nacional, inicialmente Imprensa Régia,
órgão criado em 1808 com a vinda da família real portuguesa para o
Brasil, vinculada à Casa Civil da Presidência da República. Antes do Diário Oficial,
a Imprensa Nacional publicava os atos oficiais em outros veículos que
não tiveram continuidade. As decisões administrativas também foram
publicadas em jornais privados, como matérias pagas. A iniciativa de
unificar a publicação dos atos oficiais foi do imperador dom Pedro II,
concretizada em 1º de outubro de 1862.
Desde então, não só leis federais, como todos os atos que envolvem
verbas e interesse nacional e que, por lei, exigem divulgação, têm seu
espaço no jornal, diariamente editado, impresso e disponibilizado em
papel e eletronicamente pela Imprensa Nacional. A lei também exige a
publicação de movimentações de grandes empresas, como sociedades
anônimas, bancos e empresas de seguro.
Para Fernando Tolentino, diretor-geral da Imprensa Nacional, a publicação é meio de exercício da cidadania. “O Diário Oficial da União
é instrumento básico de cidadania e transparência de Estado, tão
importante que todos os atos oficiais só têm validade a partir do
momento em que são publicados nele. Os atos impõem direitos e
obrigações e só é licito que as pessoas tenham essas obrigações e acesso
a esses direitos a partir do conhecimento deles, e esse conhecimento é
dado pelo Diário Oficial”, explicou.
Tolentino conta que a imprensa no Brasil surgiu com atraso, e que o Diário Oficial tornou-se um instrumento revolucionário do ponto de vista tecnológico. A imprensa offset
e a imprensa rotativa no país tiveram a Imprensa Nacional como
pioneira. Hoje, são distribuídos cerca de 7 mil exemplares impressos,
mas a maior fonte de acesso é a internet.
A versão eletrônica do Diário Oficial da União foi
disponibilizada na internet em 1999. Atualmente, ela pode suportar mais
de 10 mil acessos simultâneos e bate recordes de acesso nas primeiras
horas da manhã nos dias úteis. “[Na versão eletrônica] temos recursos
modernos, pesquisa instantânea, procura por palavras, a acessibilidade
mais moderna existente, e a pesquisa fonética. Nessa pesquisa, mesmo
que a pessoa escreva em uma ortografia ou outra, se a pronúncia for a
mesma, ela chegará à informação desejada. Isso faz com que o Diário Oficial
seja uma ferramenta inclusiva, que permite que pessoas com menor
formação cultural possam ter pleno acesso às informações”, diz
Tolentino.
Outra ferramenta oferecida nessa versão é o aviso de publicação, em que
o interessado não precisa acessar a página todo dia para ver se saiu o
ato que espera. Ele entra na página uma vez, cadastra as palavras
identificadoras daquele ato que quer ver e receberá um e-mail todos os dias avisando se saiu ou não.
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