quarta-feira, 7 de setembro de 2016

GOVERNO

Veterano da 2ª Guerra Mundial destaca Dia da Independência

7 de Setembro

Um dos poucos “pracinhas” ainda vivos, Vasco Duarte Pereira fala da importância de celebrar a data e conta que já participou de pelo menos 60 desfiles militares
por Portal BrasilPublicado06/09/2016 12h27Última modificação06/09/2016 18h05
Foto: Marcelo VasconcelosAos 92 anos, Vasco Duarte Pereira lembra dos detalhes dos onze meses que permaneceu na guerra
Aos 92 anos, Vasco Duarte Pereira lembra dos detalhes dos onze meses que permaneceu na guerra
Era 1944. Com apenas 20 anos, Vasco Duarte Pereira chegou à Itália para lutar ao lado dos Aliados. Soldado do Exército, fez parte do segundo grupo de brasileiros enviados para a Europa com o objetivo de derrotar os países do Eixo. Hoje, aos 92 anos de idade, o ex-combatente está lúcido e sem sequelas graves causadas pelo conflito. Ele lembra com riqueza de detalhes os momentos difíceis e marcantes dos onze meses que permaneceu na guerra.
Como radiotelefonista, Vasco Pereira foi um dos responsáveis pela comunicação entre os pelotões de militares brasileiros. Apesar de se dizer preparado para o combate, revela um medo que era comum aos soldados. “Os alemães tinham métodos de descobrir onde estava esse radiotelefone. Quando descobriam, montavam um bombardeio”. Ainda está viva na memória a morte de brasileiros que combatiam no mesmo pelotão, depois de pisarem em um campo minado.
Apesar de sentir orgulho por ter ajudado a derrotar os nazistas, o ex-combatente prefere não ser tratado como herói. “Eu sinto muito orgulho. Não sou herói, não fui herói. Heróis são aqueles que foram feridos gravemente e faleceram.” Por isso mesmo, acredita que “ninguém sai da guerra alegre”, mas aliviado pelo fim do conflito.
Pracinhas no 7 de Setembro
A participação de militares brasileiros na 2ª Guerra Mundial é um fato pouco conhecido, mas com grande relevância histórica. Vasco foi um dos 25 mil homens enviados à Itália como parte da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e é um dos poucos ainda vivos.
Anualmente, os “pracinhas”  como também são conhecidos os ex-combatentes – estão entre os destaques nos desfiles de 7 de Setembro. Vasco Duarte Pereira conta que participou de pelo menos 60 desfiles em comemoração à Independência do Brasil, desde que retornou da guerra, em 1945.
Agora, já não consegue ficar em pé por muito tempo e não deve participar do desfile deste ano, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Ainda assim, o espírito patriótico e cívico do ex-combatente permanece vivo. “Mesmo não estando pessoalmente lá, eu estou torcendo. Participar da parada [militar], aplaudir as Forças Armadas, os colégios, enfim, todos aqueles que participam é importantíssimo. Ajuda a manter esta nação.”
Força Expedicionária Brasileira
A neutralidade brasileira na guerra durou até 1942, quando navios mercantes foram atacados por submarinos alemães. A negociação para o envio de militares à Europa envolveu a permissão para o uso de bases de operações dos Estados Unidos no Nordeste do País, além da criação da Companhia Siderúrgica Nacional. Por outro lado, o governo norte-americano ajudaria a reaparelhar as Forças Armas, inclusive com o objetivo de defender o território brasileiro.
A Força Expedicionária Brasileira (FEB) foi criada em 1943, mas somente em junho de 1944, o primeiro grupo seguiu para a Itália. Em conjunto com as tropas aliadas, os “pracinhas” evitaram o deslocamento dos alemães para a França e alcançaram diversas vitórias. A principal delas, em fevereiro de 1945, com a tomada do Monte Castelo. A participação da FEB foi encerrada em maio de 1945, com estimativa de 450 militares mortos.
Na avaliação do ex-combatente, “foi muito importante” a participação brasileira na guerra. Ele justifica dizendo que o País atingiu outro patamar de reconhecimento internacional. Além disso, garante que as Forças Armadas “aprenderam muito”, porque tiveram contato, por exemplo, com novas tecnologias militares e técnicas para garantir a disciplina das tropas.
Quase centenário, o soldado Vasco Pereira já não está mais em combate, mas continua a lutar. Agora, pela preservação da memória dos “pracinhas”. É o presidente da Associação do Ex-Combatentes do Brasil, em Brasília, onde um museu ajuda a manter viva a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial.

Fonte: Portal Brasil

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