sábado, 4 de agosto de 2012



"Com paralisação da Transocean, mil empresas em Macaé serão impactadas", alerta Firjan

Foto: Rui Porto Filho

Após medida do Tribunal Regional Federal (TRF) 2ª Região, de suspensão das empresas Chevron e Transocean dos trabalhos de operação, extração e transporte de petróleo no Brasil em até 30 dias, a Comissão Municipal da Firjan alerta para impactos que a medida trará ao município. A estimativa é que cerca de mil empresas em Macaé e mais de três mil trabalhadores sejam prejudicados.
“A Transocean, apesar de ser perfuradora estrangeira, há muitos anos consome muitos materiais e serviços locais. É um grande cliente para várias empresas de Macaé. E se é paralisada a operação de uma empresa dessas, a cadeia fornecedora dela inteira será prejudicada”, avaliou o presidente da Firjan em Macaé, Evandro Esteves.

O tema foi pauta de debate da última reunião da Comissão Municipal da entidade, realizada nesta quarta-feira (2). Segundo Evandro, são cerca de mil empresas dependentes da Transocean, fornecedoras de alimentos, limpeza, caldeiraria, instalações elétricas, pintura e fornecedoras de material offshore – como de equipamentos de proteção individual, produtos siderúrgicos, material elétrico, mangueiras hidráulicas, entre outras. Algumas delas teriam como principal cliente a multinacional suíça, o que segundo Evandro, poderia ocasionar até em fechamento.


Já para Macaé, Evandro estipula que haverá impacto na casa do bilhão. “Não dá para saber o impacto correto, em dinheiro, de quanto haveria de prejuízo na economia circulada em Macaé. Mas, tranquilamente posso dizer que o valor é muito grande, por ano chega à casa de R$ 1 bilhão fácil só em Macaé. Mesmo com grandes empresas no município, esse valor tem uma relevância grande”, alertou Evandro.


O Presidente da entidade calcula pelo menos três mil trabalhadores que podem ser prejudicados. “Uma plataforma trabalha mais ou menos com 80 pessoas a bordo por vez e no regime de embarque são três turmas. Ao todo são 240 por plataforma, se somarmos as 11 plataformas operadas pela Transocean, vamos chegar a 2.600 trabalhadores embarcados, fora os que ocupam cargos em escritórios. Por baixo, devemos estar falando de três mil pessoas, fora os empregados das empresas para as quais a multinacional terceiriza serviços”, lembrou Esteves.


Segundo o presidente da Firjan em Macaé, a entidade acredita que qualquer punição tem que ser proporcional aos impactos que poderão haver. Para ele, a Transocean não tem a mesma responsabilidade que a Chevron. “A perfuradora simplesmente segue ordens da operadora e a operadora era a Chevron. A Transocean simplesmente replicava o que era dito. A política da Firjan não é ser contra a natureza, ao contrário, mas é preciso entender que não é só tirar um fornecedor do mercado, pois tem muita gente que depende dele. Como vão ficar essas pessoas, por exemplo?”, indagou.


A Transocean opera cerca de dez plataformas de petróleo no Brasil. O pedido de liminar do Ministério Público Federal (MPF) atendido pelo juiz federal convocado, Ricardo Perlingeiro, determina a paralisação dos trabalhos desenvolvidos pela multinacional em todas elas, incluindo as da Petrobrás, tendo como multa R$ 500 milhões por dia de descumprimento à determinação. Nota do TRF 2ª Região afirma que nem a Transocean, nem a Chevron têm condições de operar com segurança ambiental, lembrando dois acidentes ocorridos em apenas quatro meses e a ausência de equipamentos para identificar e conter os vazamentos.
 
 Fonte: Carolina Burgos -O Diário

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