domingo, 23 de setembro de 2012

CICLONE EM CABO FRIO:

 Moradores ficam assustados 

com ventos de 120 km/h 


Moradores de Cabo Frio, na Região dos Lagos, ainda sofrem os estragos provocados pela ventania seguida de temporal da última sexta-feira. Segundo a Base Aeronaval da Marinha em São Pedro da Aldeia, os ventos atingiram 110 km/h, o que caracteriza um ciclone, já que a velocidade das rajadas superou os 50 km/h. O fornecimento de energia elétrica foi interrompido interrompido.Dezenas de árvores caíram sobre os fios da rede.
 

O secretário municipal de Desenvolvimento de Cabo Frio, Ricardo Valentim, o vendaval, que durou pouco mais de meia hora, derrubou árvores, letreiros, toldos e destelhou centenas de casas em vários pontos da cidade, principalmente no Centro. Quarenta casas foram destruídas e 100 pessoas estão desabrigadas. O técnico em computação Vítor de Oliveira Tostes disse que entrou em desespero na hora da ventania:


- Estava de moto e pensei que nem fosse conseguir chegar em casa por causa da força dos ventos. A cidade foi destruída, tem árvores arrancadas por todos os lados, inclusive na Praça Porto Rocha, que está sendo reformada - disse Vítor.


No Aeroporto Internacional de Cabo Frio, um cargueiro da empresa ABSA teve que arremeter e seguiu para pousar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio. Segundo o secretário, um helicóptero da empresa BHS, com capacidade para 12 passageiros, chegou a tombar na pista.


- Felizmente não tivemos vítimas porque a Defesa Civil emitiu vários alertas de chuva de granizo. Isso não aconteceu, mas muita gente se preveniu, principalmente não mandando crianças para as escolas. Foi nossa sorte - disse Valentim.


O Secretário municipal de Serviços Públicos, Eduardo Leal, disse que o vento arrancou 15 árvores pela raiz na Praça Porto Rocha. Devido à direção e à força do vento, os estragos atingiram, inclusive, edifícios da parte nobre da cidade:


- O vento chegou a retorcer sinais luminosos como se fosse papel. Arrancou telhados resistentes. A Ampla está demorando a chegar à cidade para recompor a rede elétrica destruída - contou Leal, acrescentando que ainda não foi possível levantar o número total de casas atingidas.


Na Avenida Porto Rocha, a ventania derrubou árvores na Praça Ayrton Senna e lançou telhas sobre três carros do corretor de imóveis Carlos Alberto Galiotto. Na Praia do Forte, o vento arrasou os quiosques e tendas de artesanato. Instrutor de voo e piloto de avião, Moisés Mena estava em Cabo Frio na hora do vendaval:

- Nunca vi nada parecido nem quando voei na Amazônia - afirmou o corretor.


O Corpo de Bombeiros de Cabo Frio informou, na manhã deste sábado, que a maioria das vias que foram atingidas pelas chuvas desta sexta na cidade já estão desobstruídas. Ainda segundo a corporação, somente na manhã deste sábado, já foram registradas cerca de 90 solicitações para a remoção de árvores que desabaram. A corporação trabalha com reforço de contingente para retirá-las.


A chuva também causou estragos em outras cidades da Região dos Lagos. Em Araruama, foram oito casas destruídas e pelo menos 50 desabrigados. Já em Arraial do Cabo, 40 casas ficaram danificadas, duas delas ficaram parcialmente destruídas. Não houve mortes e ninguém ficou ferido, segundo informou o major Gil Kempers, diretor do Centro Estadual de Administração de Desastres (Cestad). Segundo o Climatempo, há previsão de mais chuva na Região dos Lagos para este sábado.


Na capital fluminense, o o primeiro dia da primavera também será de céu encoberto com chuva fraca e temperatura em declínio, segundo o Centro de Operações da prefeitura do Rio. A mínima fica em torno de 17°C e a máxima não passa de 25°C. Por causa do mau tempo, a Defesa Civil do município registrou 32 ocorrências sem gravidade entre as 17h30m desta sexta e as 5h30m deste sábado. Pela manhã, a queda de uma árvore interditou uma faixa da Rua Moura Brito, na altura do número 138, na Tijuca. O município ficou em estágio de atenção por mais de 20 horas, até retornar ao estado de vigiância, às 11h35m deste sábado. Segundo o Centro de Operações, a frente fria que passava sobre o município se afastou. Com isso, a previsão para as próximas horas é de chuva fraca isolada em alguns pontos da cidade.


Por volta das 9h, houve registro de chuva fraca na Avenida Brasil., altura do Mendanha. Perto das 7h, choveu moderadamente apenas em Anchieta (3,6mm). Os maiores acumulados no período entre 6h e 7h foram observados na Grota Funda (3,0mm), Guaratiba (1,8mm) e Irajá (1,4mm). A Ilha do Governador e a região da Grita Funda tiveram apenas chuva fraca. De acordo com o Centro de Operações, os índices pluviométricos registrados nestas áreas foram de 0,4mm e 0,2 mm, respectivamente.


O Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, na Ilha do Governador, chegou a operar com auxílio de instrumentos para pousos e decolagens. Foram registrados três voos atrasados e quatro cancelamentos. Já no Aeroporto Santos Dumont, foram contabilizados 12 voos atrasados e seis cancelados, ao todo. As operações no terminal, no entanto, não foram afetadas pelo mau tempo.


No fim da tarde desta sexta-feira, o Centro Estadual de Administração de Desastres emitiu sinais de alerta, devido às chuvas, para cerca de 300 comunidades de quatro municípios da Região Serrana que se encontram em áreas mais vulneráveis. São eles: Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis e Bom Jardim. As mensagens foram passadas por mensagens para celulares entregues a líderes comunitários. Pela noite, em Conselheiro Paulino, distrito de Nova Friburgo, e no município de Santo Antônio de Pádua, houve registro de chuva forte.
 

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